segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal, de Fernando Pessoa

Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.

8 comentários:

Anónimo disse...

O poema é bonito, mas a atitude expressa parece-me de todo contrária ao espírito deste blogue. "Não procures, tudo é oculto?" Não pensei ver tal coisa no De Rerum Natura.

Anónimo disse...

Estimada Professora Palmira

Sei, porque passámos dois Natais juntos no Diário Ateísta, como o Natal é um momento de grande solidão e sofrimento interior para um ateu. Tem a minha solidariedade. Daqui a pouco já passou tudo e voltamos ao normal.


Um grande abraço do António Parente crente que apesar das quezílias e embirrações mútuas nutre um grande respeito e admiração por si.

Anónimo disse...

António,
eu sou ateu convicto e o natal é uma boa altura para encontrar amigos, familiares e beber uns copos. Não sofro nada com o natal e, por acaso, fruto da minha vivência nortenha, de solidão não tem nada - até chateiam os convites de aparecer aqui e ali-. Mas porque haveria de ser solidão? Como não tenho qualquer crença, não sofro com isso e creio que nenhum ateu sofre. Mas que raio de coisa? Para além de tudo, a maior parte dos crentes que conheço estão no natal pela mesma razão que eu, beber uns copos e rever amigos, mas não me parece que tenham grandes crenças, pelo menos a avaliar pelo estado de alguns ao final desta tarde. Que mais há?
Rolando Almeida
(já estou atrasado)

Anónimo disse...

O verdadeiro Natal ocorre sobretudo no templo sagrado que existe dentro de cada coração humano.

Paz, Saúde e Alegria para Todos!

Anónimo disse...

Caro Rolando

Alguns ateus sofrem. Sei disso porque acompanhei dois Natais no Diário Ateísta a prestar-lhes assistência e conforto espiritual. Não cometo a ousadia de generalizar isso a todos os ateus.

Quanto ao que mais há, cada um deve descobri-lo por si. Ou não.

António Parente
(eu nem devia andar por aqui)

SATANUCHO disse...

o antónio parente deve andar a imitar os amigos do rolando, e já anda num estado lastimoso ao pribcipio da tarde. O curioso é que eu tambem andei pelo diario ateista nesses natais e não vi ateu nenhum em sofrimento, tirando o sofrimento gástrico das grandes comezainas natalicias.
Ó sr. Antonio Parente: depois destes anos todos ainda não percebeu que só os critões é que gostam e cultivam o sofrimento???
Já tou comó outro:O que tu queres sei eu...

Anónimo disse...

sr. satanucho

o que eu quero é que o meu amigo se sente calmamente em cima de um banco de madeira e que aguarde calmamente o nascer do novo ano.

festas felizes,

um grande abraço

Anónimo disse...

Não entende este poema quem tem falta de uma qualidade que Pessoa possuía: humildade.

Afonso Pereira

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