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Outros países tiveram uma outra atitude. Por exemplo, há anos a Alemanha entrou em pânico porque estava apenas na média no "ranking" do PISA. Mobilizou vontades e recursos. Em resultado, a Alemanha fez progressos na classificação e, para nos apercebermos do regozijo germânico, basta ver a capa da penúltima revista "Der Spiegel". Dois países, duas atitudes.
De louvar é o honroso 17º lugar conseguido pelos jovens de Macau, hoje parte da China. Um amigo meu comentou, sarcástico: "Temos uma maneira de subir no PISA. É entregar a administração do território"...
Trancrevo a notícia do sítio "Macau hoje":
"Os alunos de Macau estão de parabéns. Segundo dados revelados ontem em Paris, os estudantes da RAEM parecem ter queda para a ciência, já que o território ocupa agora o 17º lugar numa lista de 57 países e regiões e posiciona-se acima da média da OCDE. Melhor ainda estão os colegas de Hong Kong, que ocupam o segundo lugar da tabela, logo atrás dos finlandeses. Apesar de satisfeita com as boas notas, Teresa Vong, da Universidade de Macau (Umac), lembra que há ainda “um longo caminho a percorrer” em matéria de educação."
Como se vê, os macaenses ainda não estão satisfeitos, acham que lhes falta alcançar a posição de Hong-Kong, ali mesmo ao lado. O exemplo de Macau não nos devia inspirar?
4 comentários:
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Não se poderia conseguir um diploma qualquer a dizer que Portugal está bem classificado, mesmo sem fazer os testes?
É com pena, e tenho de dizê-lo com clareza,que concordo plenamente com a análise feita por Carlos Fiolhais, a propósito da classificação dos alunos portugueses no PISA.
A diferença de atitude que refere é bem, e sinteticamente, explanada. Eu acrescentaria mais: a diferença de atitude pode também indiciar diferenças de carácter.
Quem, como os alemães que mencionou, se confronta com a realidade, discute e "arregaça as mangas" no sentido de resolver o problema revela método, lógica e razão. Quem, por outro lado, procura bodes expiatórios e bruxas, acomoda-se e "assobia para o lado" revela irresponsabilidade, comodismo e desonestidade, respectivamente.
Todos temos responsabilidades... e todos temos a responsabilidade de tentar inverter a situação.
Sobre Macau não resisto a contar aqui um história verídica passada na Escols do Magistério Primário de Lisboa (EMPL).
Uma rapariga natural de Macau, concluído ali o 5.º, apresentou-se na
EMPL para tirar o curso de Professora do Ensino Primário.
Isto, nos anos 40-50. Concluído o curso deparou-se o Director da Escola com o problema do difícil desempenho da aluna em matéria de português falado e escrito.
Resolveu a situação lapidarmente com este raciocínio: "Se com este português escrito e falado a aluna concluíu o 5.º ano em Macau, é porque ambos níveis são os usuais aquele território."
E assim se formou uma professora do ensino primário para Macau.
Mas, evidentemente que os tempos são outros. Agora, nem se fala nem se escreve.
João Boaventura
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