segunda-feira, 14 de março de 2011
As Clássicas (cada vez mais) residuais
José Luís Brandão, professor do Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra disse ao jornal Público do passado dia 12 de Março, o que já supunhamos: muitos alunos que entram nos Curso de Letras não tiveram ao longo da sua escolaridade línguas e cultura clássicas, isto porque o nosso sistema educativo tem tentado (e conseguido, acrescento eu) "suprimir do ensino tudo o que tenha um certo grau de dificuldade", decisão errada se pensarmos que é o "saber é que permite desenvolver competências, não o facilitismo". Isto tem necessariamente consequências para a cultura ocidental que "assenta nas bases greco-latinas e as pessoas perderam muitas dessas referências com o desaparecimento do Grego e do Latim dos currículos".
Na notícia alargada da jornalista Bárbara Wong, refere-se que se questionou o Ministério da Educação para se saber se existe a intenção de introduzir o Latim na escolaridade básica e se existe algum inventário de escolas onde esta língua é oferecida. (Como seria de prever), o Ministério não respondeu.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
"A escola pública está em apuros"
Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
5 comentários:
A questão da integração da cultura clássica, de raiz greco-latina, nos currículos escolares, a qualquer nível, está visceralmente mal colocada! JCN
Os actuais suportes humanos do clacissismo, ou seja, os seus legatários contemporâneos, foram os primeiros responsáveis pela sua mumificação, objecto de prateleira de museu lado a lado com vasos gregos e quejandas velharias. Para quando um novo humanismo... renovador e criativo? JCN
O classicismo greco-latino surge fugazmente no 9º, com os episódios de Os Lusíadas, e pelo 7º ou 8º ano, com a possibilidade da leitura de A Odisseia, versão adaptada. É muito pouco, mas é extraordinário o interesse que suscita nos alunos. O Latim no secundário já era. O próprio acordo ortográfico ignora as nossas raízes linguísticas, com as consequências que daí advém. É extraordinário como um ministério da educação ignora perguntas tão cruciais. Não deixo de me espantar.
"suprimir ... tudo o que revele certo grau dificuldade"? Nã... então não puseram os alunos a estudar ética Kantiana no 10º ano ??????
Ao cabo e ao resto, nada bate certo! JCN
Enviar um comentário