domingo, 20 de março de 2011

Tudo muito pacato

Num restaurante muito pacato de uma terra muito pacata deste pacato país, um grupo alargado de crianças-adolescentes ou de adolescentes-crianças jantavam. Sobretudo bebiam: vinho, muito, cerveja muita; refrigerantes poucos... tudo pela garrafa ou lata. Falavam altíssimo, riam altíssimo, levantavam-se, sentavam-se, saiam, entravam, corriam por entre as mesas, encalhavam nas mesas, telefonavam, pulavam, abraçavam-se…

Os comensais, incomodados, bichanavam a sua indignação de momento; o empregado do restaurante, em vão, pedia silêncio; uma mãe (parecia ser), acompanhava o grupo mas dissimulava o controlo. Tudo figuras mais do que insignificantes, invisíveis, para aqueles miúdos de treze, catorze, quinze anos, vestidos de adultos. Figuras essas que respiraram de alívio quando a gente que se inicia na vida foi para a rua, cantar os “parabéns a você”, pela enésima vez, partir garrafas, vomitar… Não, na sua pacatez, nenhuma fez nada que fosse além disso…

Grave o não fazer nada de educativo em situações como esta, se pensarmos, por exemplo, em Hannah Arendt quando ela escreveu que os mais novos não se educam a si sozinhos, nem uns aos outros.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pela escola pós modernas com as ditas ciências da educação, os pais atarefados e irresponsáveis podem estar descansados, os professores administram-lhe a educação que lhes falta em casa e a ideologia das pseudo-ciências do ministério da deseducação ensina aos miúdos que eles não precisam de ser ensinados, aprendem por si mesmos, só precisam de ter pais que lhes alimentem os vícios e escolas onde passem o tempo a fazer que aprendem, entretanto ingerem comidas de plástico do bar da escola já que a cantina não deixa e consomem a comida já pronta da televisão portuguesa ou dos meios de comunicação/ desinformação pela Internet via Magalhães, é assim uma sociedade Portuguesa, onde quem não deve quer ter, quem manda não quer mandar e quem deveria meter isto tudo na ordem se está a borrifar, e depois criamos gerações à rasca, à rasca porque se habituaram mal e os habituaram mal! Portugal entra na pós modernidade!

Anónimo disse...

Não sei o que é que a escola pode fazer face a esta geração de adolescentes. Chegam-nos às mãos já sem qualquer vestígio de respeito por qualquer autoridade. Se gritamos, gritam mais; se ameaçamos, riem-se; se acenamos com conhecimento, adormecem/ ligam-se pelo telemóvel/ passeiam pela sala/ gritam entre si... Só nunca experimentei bater... mas não me parece que resolvesse o que quer que fosse...
Como diz a sabedoria popular: "a roupa vem lavada de casa"...

Anónimo disse...

É bem verdade, no entanto é o ponto a que chegámos e daqui deveremos sair, para melhor. Já chega de miséria e mediocridade.

Filha de Morpheu disse...

O HOMEN NADA MAIS É DO QUE AQUILO QUE ELE TRAZ DENTRO DE SI,ESSE É O PRIMEIRO PRINCIPIO DA EXISTENCIA.EDUCAR NA INFANCIA, É EDUCAR P VIDA INTEIRA.NÂO ADIANTA QUERER FLORES SE NÂO ENSINOU ELES A PLANTAR....................DAR AMOR MAIS PRINCIPALMENTE EDUCAÇÂO.........
MILLENA........

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