domingo, 8 de novembro de 2009

O rapto de Perséfone

Perséfone (Prosérpina, na mitologia romana) era filha de Zeus e Deméter, a deusa das colheitas e também da fertilidade (Júpiter e Ceres respectivamente em Roma).

Bela, a jovem Perséfone, passava os seus dias idilicamente brincando nos campos floridos. Até que, um dia, Hades (Plutão), que tinha a seu cargo o Reino dos Infernos, se apaixonou, ao vê-la, quando passeava no seu carro puxado por cavalos. Num ímpeto, decidiu raptá-la e assim a conduz ao subsolo, onde reinava.

Deméter incessantemente procurou a sua filha, durante nove dias e nove noites, e, neste desvaire, esqueceu, entregue à dor, as suas atribuições. Aos campos faltaram as colheitas, às árvores faltaram os frutos, a terra secou.

Zeus, ao ver o deserto em que a terra se convertia, fruto da tristeza desta desesperada mãe, conseguiu que Hades acedesse à vinda de Perséfone à Terra durante meio ano. Deste modo, quando Perséfone regressou para junto da sua mãe, Démeter mostrou a sua alegria, fazendo crescer as flores e os frutos. Porém, quando foi tempo da descida da jovem ao subsolo, o desalento da sua mãe converteu-se na tristeza do Outono e do Inverno.

Este mito renova-se anualmente no ciclo das estações já que o imaginário grego assim explicava a sua sucessão: à tristeza e escuridão dessas duas estações sobrevém a alegria e a serenidade que o coração de Deméter guarda, quando a filha retorna a casa. Para os Gregos, a Primavera começava nesse momento.

São inúmeras as belas representações deste mito. Lembro aqui Bernini (século XVII), através da escultura que acima se reproduz, exposta na Galeria Borghese, em Roma. Também o nosso Palácio de Queluz está adornado com este belo mito. Clique aqui para visitar os seus jardins.

6 comentários:

Leonor Lourenço disse...

Houve um lapso no texto, parece-me pois Perséfone, Zeus e Demeter pertencem à na Mitologia grega e não romana, julgo eu.

Leonor Lourenço disse...

Ops,li mal, sorry. Precipitação. Era de rapidez no raciocínio e na acção e depois fazem-se más leituras. Paço desculpa.

joão boaventura disse...

Mais uma vez a representação escultórica dos deuses, e base da inspiração cristã para iconografar os seus santos.

á uma grande similitude entre a mitologia grega e a mitologia bíblica.

joão boaventura disse...

O teclado errou

Onde está
á uma grande...

Deve ler-se
Há uma grande...

O meu teclado exige muita força e depois gera percalços destes que comprometem.

António Daniel disse...

Infelizmente o meu conhecimento sobre a cultura clássica é péssimo. Espero que a Alexandra Azevedo continue para que não me sinta tão ignorante. Obrigado.

rt disse...

Foi por causa de histórias como essa (em que os vícios humanos são atribuídos aos deuses) que Platão defendia que os poetas não deveriam ter lugar numa cidade organizada de acordo com os princípios da justiça e da verdade.

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