sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ciência, sexo e dinheiro


A propósito da vida dupla da doutora Magnanti, noticia recente acerca de uma cientista que terminou o doutoramento em Londres trabalhando como call-girl em part-time, algumas reflexões sobre ciência, sexo e dinheiro. Há pelo menos um exemplo nacional conhecido, a Leonor Sousa, a nossa bióloga stripper (na fotografia em cima), embora com as devidas diferenças.

Na realidade os cientistas, especialmente os jovens, andam à rasca de dinheiro. Um excelente artigo publicado na PLoS sobre como o sistema de financiamento da ciência e dos cientistas transforma os jovens investigadores em burocratas, até ao ponto em que arranjar dinheiro é a sua principal ocupação ficando para trás... a ciência! Desinvestimento esse, que a médio prazo acaba por traí-los num contexto de investigação ultra-competitivo:

“What a strange business this is: We stay in school forever. We have to battle the system with only a one in eight or one in ten chance of getting funded. We give up making a living until our forties. And we do it because we want to help the world. What kind of crazy person would go for that?”—Nancy Andrews, Vice Chancellor for Academic Affairs and Dean of the Duke University School of Medicine
Texto completo aqui.
E a opinião de António Câmara, CEO da Ydreams, acerca da situação dos bolseiros de investigação científica em Portugal e da importância dos bolseiros do Grupo de Análise de Sistemas Ambientais (GASA) da Universidade Nova de Lisboa como geradores do conhecimento que deram origem à Ydreams e a outras empresas:

2 comentários:

António Daniel disse...

Woddy Allen diz, num texto humorístico, que a prostituição do futuro será na base do conhecimento. Assim , sempre que quisermos uma/um prostituto (a) teremos de ver no catálogo disponível as habilitações literárias. Se nos apetecer discutir Sociologia num quarto de hotel, então devemos escolher alguém versado no assunto, se possível com doutoramento. Será uma prostituição intelectualizada.

Manuel de Castro Nunes disse...

Sugere-me o conteúdo desta peça citar Antóbio Aleixo.

«Dizem que pareço um ladrão,
mas há muitos que conheço
que, não parecendo que o são,
são aquilo que pareço.»

Seja, muitas são as formas de prostituição. E, por mim, prefiro os que se prostituem fora e não dentro do próprio sistema de ensino e de investigação.
«À rasca» de dinheiro andamos todos.

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