segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Em estágio para Copenhaga 0

As alterações climáticas dão-me muitas vezes assunto para textos humorísticos no Inimigo Público. Para além da sua actualidade mediática recorrente, são um tema complexo que necessita de ser descodificado para os leigos e cientistas de outras áreas. É assim que se parece a informação das questões ambientais na linguagem dos especialistas:


Pouca gente saberá que aquelas bolinhas vermelhas com uma cinzenta no meio com um arranjo linear é a representação química da molécula de dióxido de carbono, por exemplo. Há modelos complicados, tratamento estatístico de dados, vários registos de temperaturas (satélite, estações meteorológicas), correcções necessárias aplicar para dados de diferentes origens serem comparáveis, etc, etc. Por isso, a informação tem que ser adaptada e descodificada para interlocutores não especialistas.


Só o desejo dos assessores de comunicação e jornalistas de fazerem notícias apelativas (o que é a sua função) já poderá produzir algum desvio do foco, em relação ao que seria a perspectiva do cientista. Mas, no caso das alterações climáticas com toda a informação e contra-informação é muito mais engraçado. Por exemplo: se um tipo qualquer publicar um trabalho que confirma que as alterações climáticas são uma realidade e com uma origem fortemente antropocêntrica isso não é muito interessante. É mais do mesmo. Mas, se houver um tipo que diga que na realidade o planeta está a arrefecer e que a culpa disso é dos escaravelhos, têm muito mais possibilidades de ter atenção mediática. Mesmo que a sua posição não tenha qualquer suporte entre os seus pares ou até que não seja cientista.

Por isso, os jornais estão cheios de confusões sobre estas coisas, ao ponto anedótico. Em próximos posts vou recuperar algumas das peças humorísticas que tenho vindo a escrever, sobre estes temas, acompanhados de algumas notícias do tipo das que serviram de inspiração.

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