quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mamutes e alterações climáticas



Em Maio do ano passado, Yuri Khudi, um pastor de renas da cidade de Nenets, encontrou na península de Iamal, no norte da Rússia, o corpo congelado de uma bébé mamute em excelente estado de conservação. Alexei Tikhonov, vice-director do Instituto de Zoologia da Academia Russa de Ciências, que participou de uma delegação que foi examinar a descoberta, (considerada uma das dez mais importantes de 2007 pelo Instituto Arqueológico da America), declarou então que:

«Em termos do seu estado de preservação, é a descoberta mais importante deste género».

Com 1.2 m e 50 kg, a bébé Lyuba morreu há cerca de 10 000 anos, no final da última Idade do Gelo, quando os gigantescos animais foram extintos do planeta. Em finais de Dezembro, o mamute foi enviado para a Universidade de Jikei, em Tóquio, onde foi sujeito a um estudo detalhado, que, como explicou Naoki Suzuki, que dirigiu a primeira parte da investigação, se espera consiga lançar luz sobre a extinção dos mamutes. De facto, as opiniões dividem-se sobre as causas que levaram à extinção deste parente dos actuais elefantes, sendo apontadas como possibilidades alterações climáticas, caça excessiva, doença ou mesmo uma explosão de supernova.

Uma equipa do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolucionária em Leipzig, que incluiu Svante Pääbo, o especialista em genética «arqueológica», sequenciou ADN mitocondrial do mamute peludo, Mammuthus primigenius. O artigo «Multiplex amplification of the mammoth mitochondrial genome and the evolution of elephantidae», publicado na Nature em 2005, permitiu uma visão mais clara da evolução da família Elephantidae. Nomeadamente, revelou que o mamute era mais próximo do elefante asiático do que do elefante africano. Os mamutes e os elefantes africanos partilharam um ancestral comum há cerca de seis milhões de anos mas o elefante asiático só se separou dos mamutes cerca de quinhentos mil anos depois. Os mamutes extinguiram-se e o elefante indiano sobrevive.

Na opinião de Bernard Buigues, vice presidente do International Mammoth Committee, aparentemente foram alterações climáticas as causas da extinção dos mamutes, já que considera que «A descoberta da Lyuba é um evento histórico» continuando «Pode explicar-nos porque razão esta espécie não sobreviveu ... e lançar luz sobre o destino dos seres humanos».

A mesma opinião parece ser partilhada por Akito Arima, director do Museu de Ciência de Tóquio onde Lyuba se encontra em exibição até final do mês, que considera ser o aquecimento global que permitiu a descoberta do mamute bébé. A tundra siberiana, cujo solo até há uns anos permanecia congelado todo o ano, começa a descongelar e a revelar os fósseis de uma série de animais pré-históricos, como mamutes, rinocerontes peludos e leões das cavernas. Está igualmente a revelar outro tipo de vestígios deixados pelos gigantescos animais que a percorriam há milhares de anos.

De facto, os excrementos dos mamutes e restantes animais começam igualmente a descongelar e o problema não afecta apenas as narinas dos que estão expostos à recém revelada fragrância da tundra siberiana: de acordo com Sergei Zimov, que dirige a estação de Cherskii da Academia Russa de Ciência, à medida que descongelam, os resíduos orgânicos retidos nos solos começaram a ser degradados por bactérias. A tundra siberiana contém cerca de 500 biliões de toneladas de carbono à espera de serem transformadas em CO2 e metano - um gás de efeito de estufa com um factor de aquecimento global (Global Warming Factor, GWF) de 21.

Na Iakútia, a região do nordeste da Sibéria onde se situa a estação, a faixa de permafrost com solo do tempo dos mamutes cobre uma área equivalente às da França e da Alemanha somadas. Há ainda mais permafrost em outras regiões siberianas. Diria que mais que lançar luz sobre o destino dos seres humanos, os restos dos mamutes selarão esse destino se estes solos se degradarem. Não me parece provável que seja a recente proibição dos aquecedores de pátio que o evitará...

5 comentários:

perspectiva disse...

Como sucede com tudo mais, existe uma Perspectiva criacionista para os Mamutes.

Seria bom que os leitores deste blogue a conhecessem e a avaliassem autonomamente.

Destacamos os seguintes tópicos.

1) Os Mamutes (genus Mammuthus), como a Palmira Silva corrobora, são uma variedade de elefantes, integrando a ordem dos mamíferos “Proboscidea”.

Algumas das suas características genéticas permanecem nos elefantes do Nepal.

As suas dimensões eram variáveis. O Mamute colombiano chegava a atingir os quatro metros de altura, por sinal a mesma altura dos elefantes maiores que se conhecem.

Do ponto de vista criacionista, mamutes e elefantes são derivações especializadas do mesmo género criado por Deus.

Os géneros bíblicos podem ser mais amplos do que as espécies e mesmo os géneros da actuais classificações.

Cada um dos géneros criados deu origem a diferentes variedades, quando pequenas populações, contendo uma fracção da informação genética original pré-existente se isolou.

Através de mutações (que reduzem e corrompem a informação genética) produzem-se diferentes variedades.

Isso não é evolução, no sentido de partículas para pessoas, porque nesse processo não são criados novos genes, criadores de nova informação genética.


2) Depois do dilúvio global, referido na Bíblia e em muitos registos da antiguidade, houve uma única Idade do Gelo, embora com progressões e retracções, tendo as regiões do Canada do norte dos Estados Unidos, da Eurásia, Gronelândia e Antártida ficado cobertas de neve.

A alteração drástica do clima terrestre, posterior ao dilúvio, deveu-se, nomeadamente, a intensos processos de evaporação, condensação, tempestades de poeira e restrição da luz solar por cinzas vulcânicas.

Escusado será dizer que um cataclismo global como o dilúvio inviabiliza todas as tentativas uniformitaristas de datar a terra com base apenas na análise dos sedimentos e das concentrações de isótopos.

Nas áreas afectadas pela Idade do Gelo pós-diluviana, a selecção natural iria eliminar os seres vivos que não tivessem condições genéticas que os equipassem para suportar temperaturas muito baixas.

Essa eliminação também não é evolução, porque não cria qualquer informação genética nova.

Os criacionistas compreendem a extinção e os vários episódios de sepultamento abrupto dos Mamutes neste contexto.

Mas convém lembrar que estamos a falar de extinção, não estamos a falar de evolução.


Ou seja, embora os Mamutes sejam várias vezes utilizados como instrumentos de propaganda evolucionista, do que se trata aqui é da sua extinção e da perda da informação genética neles contida.

Os Mamutes compreendem-se bem no contexto do criacionismo bíblico. Criados por Deus na semana da criação, preservados no dilúvio, muitas variedades de animais não aguentaram as alterações climáticas pós-diluvianas.

Foi o caso dos Mamutes. Os seus restos mortais encontram-se hoje ainda bem preservados, muitas vezes ainda com restos de alimentos por digerir.

jcoelho disse...

Para plágio o mito do dilúvio bibilico não está nada mal (vide mito babilónico do dilúvio, anterior ao biblico).
Tirando isso não passe de uma grande treta e uma impossibilidade fisica à luz das actuais leis da várias disciplinas cientificas.

Anónimo disse...

Eu só pergunto uma coisa: onde foi parar a água do dilúvio? De fato, se cobriu "a montanha mais alta da terra", que não era o monte Ararat, a Terra teve sobre si uma camada de 9 km de água. Multiplique isso pela superfície da terra e teremos mais de 4 bilhões de quilômetros cúbicos de água.
Para onde foi toda esta água? E mais: como qualquer planta, fungo, semente e demais peixes sobreviveriam a uma pressão de 900 atmosferas (que seria a que haveria a 9 mil metros de profundidade).
Mais: como os peixes e animais de água salgada sobreviveram à água salgada? E o que alimentou todos os outros animais aquáticos? É uma teoria absurdamente ridícula.
O criacionismo é tão ciência como o espiritismo é, em resumo.

Mayck Castilho - SP disse...

Respondendo a pergunta do comentario anterior, os oceanos contém água suficiente para cobrir a Terra. Se a superfície da Terra fosse perfeitamente lisa, sem montanhas ou bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água com 3 km de profundidade. Há água suficiente para inundar a Terra. Antes do dilúvio, certa quantidade de água estava provavelmente nos mares, certa quantidade na atmosfera e uma quantidade desconhecida de água poderia ser subterrânea. É possível que mais água tenha sido acrescentada durante o dilúvio pela colisão de um ou mais cometas, que podem ser compostos em grande parte de água. A maior parte da água está agora em bacias oceânicas. Durante o dilúvio, a área onde está agora o Monte Everest era uma bacia na qual sedimentos estavam se acumulando. Isto é mostrado pela presença de fósseis marinhos no Monte Everest. Após o soterramento dos fósseis, atividades catastróficas elevaram os sedimentos a uma altura bem acima de sua posição anterior, formando as montanhas do Himalaia. A maioria das montanhas atuais podem ter se formado de maneira semelhante, durante o dilúvio ou logo após. não sei se respondi a pergunta no nosso amigo internalta, um abraço a todos vocês (o evolucionismo é uma teoria ridícula)

Anónimo disse...

A titulo de esclarecimentos ao amigo que quiser conhecer a verdade e não divagar em suposições:
1) A verdade vem de testemunho e não de proposições. Vamos ver o que diz a testemunha ...
2) A arca de Noé estacionou no Ararat durante a secagem, após o dilúvio. Nunca foi dito que este era o monte mais alto do mundo.
3) A fonte das águas é clara, a testemunha nos conta que: Choveu copiosamente e as fontes do interior da terra transbodrdaram. A quantidade de água sobre a terra, sob a forma de núvens e a quantidade sob a terra, fontes é mais que suficiente para cobrir toda a terra. Faça as contas e vai ver. Não esqueça nos cálculos de volume esférico, considerar que o volume da esfera de cima tem raio r1 muito maior que o raio da terra r2.
3) Pra onde foi a água? voltou para baixo e voltou para cima.
4) Só falta agora eu explicar porque o rio jorra sempre e nunca acaba a água dele!
5) Animais marinhos e a pressão atmosférica: Quem disse que o peixe ficou parado no fundo esperando ser achatado? faça me um favor!
6) Agua salgada & Agua doce: Essa eu nem respondo, compre um peixe de agua doce e um de agua salgada, misture os aquários e faça a experiência.
7) Só falta me perguntar do mosquito da Dengue, se foi na arca !!!

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