Título: Santo Agostinho
Autor: Gareth B. Matthews
Editor: Edições 70, 2008
Há livros que são pequenos milagres, e este é um deles. Não sendo Santo Agostinho um dos filósofos mais conhecidos do grande público, este poderia ser um livro reservado apenas a alguns. Mas o entusiasmo de Gareth Matthews, a segurança do seu conhecimento, a clareza da sua prosa e a constante integração das ideias de Santo Agostinho na discussão filosófica do passado e do presente fazem deste um livro que se lê com o entusiasmo de um romance de ideias.
Cada capítulo é curto (cerca de dez páginas), incisivo, bem articulado e escrito de uma forma que provoca um crescendo de curiosidade, perguntando-se o leitor como irá Santo Agostinho resolver as dificuldades levantadas. O autor mostra como o pensamento de Agostinho se relaciona com os filósofos que o antecederam, e em que aspectos foi inovador; isola as suas ideias e argumentos centrais e mostra as suas dificuldades e modos de as solucionar e entender; e evidencia os desenvolvimentos medievais, modernos e contemporâneos (Wittgenstein, McTaggart, J. L. Austin, Thomas Nagel, Plantinga, J. L. Mackie e outros) que as ideias de Agostinho conheceram. O equilíbrio e integração harmoniosa dos aspectos históricos, exegéticos e estritamente filosóficos são notáveis. Não se trata de um livro que parafraseia as ideias de Agostinho mais ou menos pelas mesmas palavras, mas de um livro que procura compreendê-lo à luz dos desenvolvimentos mais recentes tanto da filosofia como do conhecimento da história da filosofia e dos ensaios de Agostinho. Cada capítulo tem apenas duas ou três notas com referências ou esclarecimentos, e indica apenas uma leitura complementar que desenvolve o tema em causa.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
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1 comentário:
Obrigado pela sugestão, Desidério!
Vou comprar.
Um abraço
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