quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Engenharia invisível


Transcrevemos, ligeiramente editada, notícia publicada no sítio do "Sol" e noutros, baseada em despacho da Lusa:

«Engenharia invisível» explicada a alunos e professores da Figueira da Foz

A nanotecnologia enquanto engenharia invisível mas também um dos negócios mais rentáveis da Humanidade foi na segunda-feira explicada a cerca de uma centena de jovens alunos e professores, no Casino da Figueira da Foz, pelo físico Carlos Fiolhais.

Aludindo a um modelo de «homem molecular», uma molécula mostrada para simbolizar a conferência "Nanotecnologia: O futuro é já hoje", o catedrático da Universidade de Coimbra observou: «Não se vê a olho nu, é engenharia invisível».

A ideia do físico Richard Feynman (pai da nanotecnologia) que, em 1959, questionou se seria possível colocar os então 24 volumes da Enciclopédia Britânica numa cabeça de alfinete, logotipos só visíveis ao microscópio electrónico e a comparação entre a inteligência de um cão e a de um PDA foram alguns dos muitos exemplos que Carlos Fiolhais utilizou para explicar a nanotecnologia.

«A Enciclopédia Britânica ainda não existe [na cabeça do alfinete], mas lá que é possível é», garantiu, explicando que a nanotecnologia é uma área da ciência em que a unidade de medida (o nanómetro) é um milhão de vezes mais pequena do que o milímetro.

Aludindo, depois, ao feito de engenheiros do gigante informático IBM - que, na década de 80, conceberam um logótipo de empresa com cinco nanómetros de altura -, Carlos Fiolhais deixou desafio idêntico ao Casino da Figueira da Foz. «Sugiro que façam o logótipo mais pequeno do mundo. Ninguém o veria, mas seria famosíssimo», brincou.

No campo da electrónica, exemplificou com os actuais PDA ou telemóveis, aludindo ao tamanho cada vez mais diminuto dos transístores, uma área de aplicação prática da nanotecnologia. «Há oito anos não existia uma coisa destas - mostrou um PDA - onde cabe um autêntico computador. Hoje o meu cão é mais esperto do que o PDA, mas daqui a cinco anos não vai ser, em reflexo dos avanços na nanotecnologia», frisou.

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