Na véspera do lançamento na Amazon de mais uma série de Richard Dawkins, na realidade duas séries reunidas em «Rational Thought: The Richard Dawkins Collection», relembro a série «Break the Science Barrier», emitida originalmente no Channel 4 da BBC em 1996. Na série acompanhamos Dawkins em conversas com o astronómo que descobriu os pulsars, Douglas Adams ou David Attenborough. Mais apontamentos podem ser encontrados no Google Video.
Parte 1, Parte 2, Parte 3
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Pensamento Racional
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4 comentários:
Pal,
Veja o trabalho de um obreiro de Deus nas mãos de um primata misantropo e supersticioso. (esperar pelos 1:30 min)
Dawkins vende uma questiúncula que pode muito bem não interessar ao próprio menino Jesus. Não compro.
Mira,
Aproveitei o seu silêncio para repensar o seu comentário e reconheço que é útil alguém se interessar pela alfabetização de certos americanos. Por outro lado, enquanto cogitava, tive o azar de ouvir um jornalista da Sic a desculpar-se pelo desfasamento das suas perguntas e respostas da enviada especial ao Paquistão que, segundo a sua explicação, se deve à velocidade do SOM, e do tempo que este leva a viajar de Lisboa a Islamabad.
Ditto.
Richard Dawkins é frequentemente apresentado como um doutrinador do naturalismo. E com alguma razão. As suas fantasias sobre uma infinitude de universos, anteriores ou paralelos, lembra as fantasias análogas de Lucrécio, o Santo Padroeiro deste blogue, discípulo de Epicuro.
O argumento de Richard Dawkins acerca da "complexidade" de Deus (e consequente improbabilidade), desenvolvido no seu livro The God Delusion, longe de ser racional, é apenas absurdo.
De acordo com este argumento, se o Universo e a vida são altamente improváveis, por serem complexos, Deus só pode ser ainda mais improvável, por ser ainda mais complexo.
Qual é o ponto fraco deste argumento?
É simples. Ele supõe que Deus, à semelhança do que sucede com o Universo e a vida, é o resultado de combinações improváveis de matéria e energia. M
as Deus é o criador da matéria e da energia. A Bíblia apresenta-o como AQUELE QUE É O QUE É, eterno, espiritual, omnisciente, omnipotente, pessoal, racional e moral.
O argumento de Dawkins é inócuo perante um Deus que se revela como tendo estes atributos.
Na verdade, diferentemente do que se passa com o Universo e a Vida, o Deus da Bíblia não é constituído por um conjunto de "peças" externas e independentes, de combinação altamente improvável.
Ele não é composto por matéria e energia pré-existentes, como sucede com a vida.
De resto, a própria vida não é só matéria e energia, mas também informação, uma grandeza imaterial que não tem uma origem material, mas sim mental.
O DNA tem uma componente imaterial (informação codificada, código) e material (compostos químicos).
Ele é inteiramente consistente com a ideia de que um Deus sobrenatural criou a vida num mundo material.
A vida não é só matéria e energia. Ela também é informação. E a informação não surge por processos naturalísticos. Tal nunca foi observado.
Deus não tem as propriedades da natureza. Deus é sobrenatural. Ele é Espírito.
Pelo que não faz qualquer sentido tentar averiguar estatisticamente a complexidade de Deus, como se ele fosse o resultado de uma combinação acidental de peças componentes (hipótese sobre a qual Dawkins chega mesmo a fantasiar).
Tentar comparar a probabilidade da existência de Deus com a probabilidade do Universo e da Vida é comparar grandezas qualitativamente incomensuráveis entre si, sendo que Deus é espiritual, eterno, infinito, omnipotente e omnisciente.
Em toda a sua aparente racionalidade, o argumento de Richard Dawkins manifesta toda a sua estultícia.
Considerando que este pretendia ser o argumento irrespondível e decisivo do livro The God Delusion, imediatamente vemos que se trata de um exercício de profunda ingenuidade intelectual, destituído de qualquer plausibilidade, deitando por terra todo o esforço de Richard Dawkins.
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