Mesmo a propósito do tema sobre que tenho escrito no De Rerum Natura, amanhã, no programa Mais Cedo ou mais Tarde da TSF, João Paulo Meneses entrevista o presidente da Sociedade Homeopática nacional. No blog do programa podemos ler:
«14h - 15h: A Homeopatia define-se como a terapêutica que consiste em dar ao doente em pequenas doses, uma substância que, administrada a uma pessoa saudável, reproduza os sintomas observados. (...) Escolhemos o medicamento que actua pela qualidade e não pela quantidade: usa-se a energia da matéria e não a sua massa.
Nesta hora vamos falar sobre homeopatia - o que é, quais os fundamentos, como se aplica esta terapêutica, como são produzidos os medicamentos receitados pelos homeopatas. Francisco Patrício, presidente da Sociedade Homeopática de Portugal, é nosso convidado.»
Devo confessar que estou com imensa curiosidade em ouvir a conversa, não faço ideia como Francisco Patrício irá explicar o que são «pequenas doses» de uma substância que não está lá, o que pretende com a história do «qualidade» (que pressuponho referir propriedades) versus quantidade e ainda mais curiosa estou em saber que cargas de água é usar-se a «energia da matéria e não a sua massa».
Estou perplexa com esta energia de uma «substância» que se «usa» sem necessidade de massa (com excepção da que é dispendida pelos mais incautos ou pelos mais desprevenidos, que são ludibriados a comprar gato por lebre, ou antes, água a peso de ouro).
Nem sequer imagino com que banha da cobra pseudo-científica o senhor nos vai mimosear, certamente «um arrozoado infeliz de termos científicos misturados pelo DJ Vibe» a que não faltará «biorressonância» e tretas afins. No caso de algum imprevisto me impedir de apreciar em directo o calibre dos dislates debitados, se algum dos nossos leitores ouvir o programa e o gravar, agradecia que mo permitisse ouvir em diferido.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
"A escola pública está em apuros"
Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
6 comentários:
Obrigado pela gargalhada matinal provocada pela sublime expressão "arrozoado infeliz de termos científicos misturados pelo DJ Vibe" :-) !
Gostei, gostei...
excelente prosa. mais um negócio "científico" bem montado. e ele há mais!
não sei se me espanta mais a arrogância se a ignorância.
"o que são «pequenas doses» de uma substância que não está lá"
- talvez esteja a apontar o obvio, mas o que qualquer pessoa que saiba ler percebe é que a homeopatia consiste em tratar pelo igual. ou seja, se a pessoa estiver com gripe, eles tratariam dando pequenas quantidades de algo que provocasse "gripe".
o que é que isto tem de tão extraordinário? é que no caso da gripe, por exemplo, a vacina para a mesma - que suponho que já não considere banha da cobra - funciona da mesmíssima maneira.
mas eu gosto é quando pessoas como você têm um problema qualquer, tentam de tudo (incluindo a bruxa e a cartomante) e depois têm de dar o braço a torcer e ir a um destes vigários para se safar. ah pois, e nessa altura estão eles com sorriso amarelo, porta aberta e palma da mão virada para cima.
A questão é que a vacina tem substância lá. O remédio homeopático não. Algo admitido pelos próprios homeopatas.
E não se preocupe, nem todos nós vamos à bruxa tratarmo-nos. Aliás, nem sei onde se têm consultas de bruxaria nem quero saber.
Além de que a vacina não cura. Previne, que é diferente.
Há muitas mais medicinas alternativas para além da homeopatia.
Iridiologia, acumpuctura, radioestesia, fractais de Bach, etc, etc, etc.
Cam
Enviar um comentário