quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O MINISTÉRIO DE KAFKA

A sobrecarga de burocracia na pseudo-avaliação em curso está feita para alimentar a máquina do Ministério da Educação que tem dimensão desproporcionada e que, numa época de contenção orçamental, já devia ter sido reduzida. Ler Kafka ajuda a perceber o que é e como funciona a opressão do Estado. Parafraseando-o, pode dizer-se que um burocrata é alguém "que escreve um documento de dez mil palavras e lhe chama sumário."

4 comentários:

João Sá disse...

Sem dúvida. Mas parece que só o Ministério da Educação (e parte do governo) é que não vê isso.
O que se pode fazer mais para contrariar esta lógica kafkiana?
Todas as sugestões são poucas.

Paulo Soares disse...

Além de ler Kafka é também muito útil procurar informação sobre aquilo de que se opina. Este post é apenas mais um exemplo de populismo nas palavras de quem, na minha opinião, o devia evitar.

Penso que quem se der ao trabalho de ler a lei que regulamenta a avaliação dos professores pode ter uma certa surpresa. Como é usual neste país muitas das leis não são particularmente mal feitas e esta não me parece excepção. Tirando alguns aspectos completamente aberrantes, o principal problema reside no facto de as mentes brilhantes que a produziram não se terem minimamente preocupado com a sua aplicação. Não só criaram um pesadelo burocrático nas escolas como ainda o ampliaram ao constatar que o ME não tem meios para fazer a sua parte no processo de avaliação (a famosa e inútil comissão científica ou a avaliação dos professores avaliadores, por exemplo). Em consequência, os serviços do ME vão inundando as escolas com remendos, despachos, pareceres e conselhos (alguns deles sem qualquer assinatura e outros ainda sugerindo que a lei seja contornada ou encarada com muito ligeireza).

Não sei se a máquina do ME é excessiva ou não mas o exemplo apresentado é mau pois, neste caso, é também a incapacidade e o alheamento do ME que empurrou ainda mais trabalho para as escolas. Neste caso, nem o monstro é capaz de digerir semelhante refeição.

De Rerum Natura disse...

Caro Paulo Soares
O monstro só faz comida que gosta de comer. E este é incapaz de fazer refeiçoes leves...
Carlos Fiolhais

Nuno Calisto disse...

Para Paulo Soares: Disse " Este post é apenas mais um exemplo de populismo nas palavras" e também disse "Como é usual neste país muitas das leis não são particularmente mal feitas e esta não me parece excepção." E depois acrescenta "Tirando alguns aspectos completamente aberrantes". Apesar de transcrições descontextualizadas prejudicarem o argumento parece-me que o mesmo encerra alguns problemas de cogência.
Nuno Calisto

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...