segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PORQUE PROTESTAM OS PROFESSORES?


Com o título de cima, a professora Maria Regina Rocha, da Escola Secundária de José Falcão de Coimbra, publicou um artigo no semanário "Sol" de sábado passado, que, depois de enumerar dez razões de protesto, termina assim:

"Este modelo de avaliação é, pois, propiciador de injustiça e da deterioração do ambiente de trabalho nas escolas, comprometendo a desejada melhoria do sistema de ensino.

E, com apreensão, verificamos, por um lado, que os sindicatos continuam com um discurso sem alternativas concretas adequadas (que mostrem que os professores querem ser avaliados e que não deixem cair a ideia de que querem uma guerrilha sem fim) e com atitudes francamente discutíveis, como o abandono da comissão paritária; e, por outro, que a ministra da Educação afirma que já foram avaliados 20000 professores, mas não refere que o foram por meio de um avaliação simplificada, e não por este decreto que se pretende impor, e defende que não há alternativa a este modelo de avaliação. Ora, é óbvio que há alternativas".

Maria Regina Rocha

5 comentários:

cjt disse...

creio ser útil dar uma vista de olhos ao texto que a elsa cerqueira, professora de filosofia, me pediu para publicar e que propõe dúvidas muito concretas relativamente ao modelo em questão: http://fractura.net/entre-parentesis/educacao-a-nova-forma-de-repressao/.
abraço,
cjt

Vitor Guerreiro disse...

"Por que protestam os professores" e não "porque protestam".


a) Por que (razão) protestam

b) etc... porque protestam

em a) indaga-se a razão do protesto. Em b) apresenta-se o protesto como consequência de outra coisa qualquer.

João disse...

Essa dos 20000 avaliados tem muito que se lhe diga.
Foi uma avaliação simplificada? Eu diria que não houve avaliação verdadeira e onde "todos" tiveram bom. Para além disso, houve quem tivesse Muito Bom ou Excelente e administrativamente passou a Bom, ou pelas cotas ou pelo "decreto da escola".

joão boaventura disse...

Já uma vez o disse e repito que o Sindicato não soube argumentar para defender outro sistema de avaliação, nem sequer terá apresentado outro sistema.

Deduz-se daqui que os conflitos que se nos deparam, desde o mau acordo, tiveram origem na incapacidade dos Sindicatos (para cuja abundância não encontro justificação)em apresentar um sistema de avaliação contra o do Ministério.

Os Sindicatos deixaram passar o tempo na convicção de os professores acabariam por aceitar o "avaliador" do Ministério.

Enganaram-se quando soou o alarme: os professores, à margem dos Sindicatos, decidiram organizar uma manifestação de repúdio para o dia 15 de Novembro.

Embora constituísse uma manifestação contra o sistema ministerial, era igualmente um atestado de incompetência para os Sindicatos.

Face a este panorama negro, os Sindicatos, perante a decisão dos professores, aproveitaram a onda de "revolta" e anteciparam uma manifestação para o dia 8, para assumirem como primeiros em defesa da classe que representam, já que não souberam fazê-lo no acordo, como forma de prevenção desta avalanche de contestações de professores, e posteriormente de alunos.

Resulta daqui que os Sindicatos enganaram os professores no sistema de avaliação, e depois "passaram uma rasteira" aos professores ao anteciparem uma manifestação para o dia 8 e para salvarem a face.

Não vejo agora qual a capacidade dos Sindicatos para se sentarem à mesa do Ministério e abordarem problemas de ordem pedagógica, quando vocacionados para problemas laborais.

E é muito provável, perante o panorama decorrente, que o problema se vá repetir.

Por isso apoio a criação da Ordem dos Professores pela qual o Dr. Rui Baptista se tem batalhado aqui neste blog, e para a qual não tenho assistido a qualquer apoio.

Li algures que os Sindicatos também alimentam na sua sede uma etiqueta Pró-Ordem, destinada à formulação da referida Ordem, o que se me afigura pejorativo porque, de quando em vez, os Sindicatos se têm mostrado avessos
à Ordem pela qual, incansavelmente, o Dr. Rui Baptista se tem batido.

E fica assim esclarecida a vontade dos Sindicatos ao atropelarem a Ordem porque,logicamente, a Pró-Ordem é um antídoto para que aquela esmoreça, porque a Pró-Ordem dos Sindicatos é para permanecer em "banho-Maria".

Os Sindicatos querem o monopólio mesmo em questões que fogem do seu âmbito. Apesar dos maus passos que tem dado, e da figuração menos ética de terem antecipado uma manifestação à dos professores.

Luís Aguiar-Conraria disse...

Caro Vítor Guerreiro, veja aqui: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=19733

naturalmente que não tem de concordar com o Ciber-dúvidas, mas pelo menos terá de concordar que não há motivos para ter uma opinião tão firme e impositiva.

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