segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Prémios de jornalismo científico


Informação recebida da Fundação Ilídio Pinho. Com os parabéns aos premiados, convidamos a ouvir a reportagem premiada aqui.

O jornalista Carlos Vaz Marques, autor do trabalho "Dari, Primata como Nós", emitido pela TSF, foi o vencedor da segunda edição do prémio Fundação Ilídio Pinho "Jornalismo Científico", no valor de 50 mil euros. A Guiné-Bissau serve de pano de fundo a uma reportagem de campo em que o jornalista acompanha, no terreno, uma investigação científica relativa à vida de um grupo de primatas na selva.

O repórter conta a história em voz própria, através de entrevistas aos participantes e recorre ao ambiente sonoro da selva africana, o que dá ao trabalho algum dramatismo, que entusiasma e "puxa" o ouvinte para dentro da acção. Uma entrevista à cientista que lidera o projecto contextualiza e dá sentido e profundidade à reportagem, mostrando que a vida comunitária de uma tribo de macacos na floresta da Guiné-Bissau e a sociedade humana têm muito mais em comum do que possa parecer.

O júri decidiu, ainda, atribuir duas Menções Honrosas, no valor de cinco mil euros cada, às jornalistas Teresa Firmino com "Trabalho jornalístico sobre a extensão da plataforma continental portuguesa", publicado no jornal Público, e Helena Mendonça com "Os nossos neurónios" publicados na Notícias Magazine, revista conjunta do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias.

"Plataforma continental portuguesa" é um dossier jornalístico constituído por três artigos publicados por Teresa Firmino, a 5 de Agosto de 2007, sobre a investigação que lançou as bases científicas para a reclamação - e obtenção - de jurisdição, por parte de Portugal, de uma zona para além das 200 milhas náuticas da plataforma continental nacional.

Quanto a "Os nossos neurónios", de Helena Mendonça, constitui um conjunto de 52 reportagens de duas páginas, publicadas semanalmente, ao domingo, durante 2007. Cada um dos trabalhos foca uma investigação científica distinta, fazendo simultaneamente um retrato do investigador e da investigação desenvolvida.

A análise e selecção dos trabalhos coube ao júri presidido pelo Prof. Doutor Júlio Pedrosa, Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE); Prof. Doutor António Borges, Presidente do OVERGEST - Centro de Especialização em Gestão e Finanças do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa; Prof. Doutor Alexandre Quintanilha, Professor Catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS); Dr. Fernando Cascais, Director do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR); e o jornalista José António Pimenta de França, Vogal do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.

A Fundação Ilídio Pinho criou, em 2006, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, o primeiro dos prémios ao mérito e à excelência na área do Jornalismo Científico, com um valor pecuniário de 50 mil euros.

O Prémio Fundação Ilídio "Jornalismo Científico" tem como objectivo fundamental estimular, incentivar e reconhecer trabalhos jornalísticos em língua portuguesa para a área da ciência, privilegiando aqueles que favoreçam a ligação entre a investigação e a inovação e desenvolvimento empresarial, levada a cabo pelas Universidades e Centros de Investigação.

Em 2006, apresentaram-se a concurso 15 trabalhos, tendo sido vencedor o jornalista José Milheiro com o trabalho "Selecção de Esperanças", emitido na TSF. Foram igualmente atribuídas duas Menções Honrosas a Cármen Inácio, com a reportagem "Geração Cientista", emitido na RTP 2, e a Teresa Florença, com o trabalho "À Descoberta dos Nanomateriais", publicado na revista do Diário de Notícias do Funchal.

À edição de 2007 concorreram 25 trabalhos, divulgados pela Rádio, Televisão e Imprensa, versando temas diversos, desde as Ciências da Vida, Saúde e Robótica, entre outras.

1 comentário:

perspectiva disse...

Trata-se aqui de um bom pretexto para reflectir um pouco acerca do significado das homologias genéticas.

Alguns apontam as homologias genéticas entre chimpanzés e seres humanos como evidência de evolução.

O problema é que as alegadas homologias não permitem concluir automaticamente que, já se que os seres humanos e chimpanzés são muito parecidos geneticamente, então também também deveriam ser capazes de produzir, por exemplo, ideias, livros, obras musicais, esculturas, pinturas, computadores ou aviões parecidos.

No entanto, isso não acontece.

Ou seja, parece que as diferenças genéticas que separam os chimpanzés dos seres humanos são mais importantes do que as semelhanças.

É que, em matéria de informação, mesmo uma pequena diferença pode fazer toda a diferença.

Na verdade, as investigações mais recentes têm evidenciado mais as diferenças do que as semelhanças.

Em Junho de 2007, a revista Science trazia um artigo rejeitando o mito da homologia genética de 99% entre chimpanzés e seres humanos.

Os estudos mais recentes têm colocado as diferenças genéticas entre seres humanos em chimpanzés entre 6% e 8%.

Em material de sistema imunológico, a diferença foi há muito estimada em 13%.

No domínio da expressão genética do cortex cerebral as diferenças foram estimadas em 17%.

O desenvolvimento das tecnologias genéticas e o aumento do conhecimento em zonas não codificantes do DNA (“junk” DNA) permitem prever o alargamento das diferenças, o que deita por terra toda a argumentação evolucionista nesta matéria.

Com efeito, já num estudo publicado em 2006, envolvendo David Haussler Katherine Pollard, se concluía que a maior parte das grandes diferenças entre o DNA dos chimpanzés e dos seres humanos encontra-se nas regiões que não codificam genes.

Essas regiões contêm sequência de DNA que controlam o modo como as regiões codificantes são activadas e lidas.

De acordo com esse estudo, as diferenças entre chimpanzés e seres humanos não estão nas proteínas, mas sim no modo com as mesmas são utilizadas.

A evolução de chimpanzés e seres humanos a partir de um ancestral comum nunca foi observada, permanecendo no domínio da especulação.

Para conseguirem salvar as suas teorias os evolucionistas têm que postular taxas de mutação diferenciadas para diferentes partes do genoma, à medida das suas teorias evolutivas.


No entanto, o que realmente pode ser observado aqui e agora é a existência de diferenças significativas na informação genética que regula a utilização da informação codificadora de proteínas.

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