sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Alterações climáticas: a visão de um especialista

J. J. Delgado Domingos, professor catedrático jubilado do Instituto Superior Técnico, é um dos cientistas portugueses mais respeitados nas áreas da Energia e do Ambiente. Ao longo de mais de três décadas realizou contribuições científicas notáveis nas áreas da Energia e desenvolvimento sustentável; no estabelecimento dos primeiros sistemas nacionais de Cálculo científico; da previsão meteorológica e modelação climática, em que é responsável por um dos sistemas de previsão mais avançados de Portugal. Liderou ainda, durante mais de uma década, uma das primeiras e mais influentes Licenciaturas em Engenharia do Ambiente de Portugal.

Sendo um cientista de calibre mundial, o Prof. Delgado Domingos é acima de tudo um cidadão, nunca se furtando a uma participação cívica e social activas, sobretudo quando as suas qualificações lhe dão uma perspectiva privilegiada sobre os problemas.

O DRN tem o prazer de apresentar em pré-publicação, com a gentil permissão do autor e do Reitor da UTL, a quem agradece, o seu magistral texto "Alterações climáticas", que constitui um capítulo do livro "A Energia da Razão" a publicar brevemente pela Gradiva.

29 comentários:

Anónimo disse...

Um bocadinho lambe-botas esta apresentação.
Não sei será necessário tanta reverência à autoridade do senhor. Deveria chegar a qualidade do trabalho...

João disse...

O autor tem uma primeira parte negacionista em que ataca o consenso cientifico, citando McIntire, Frasier institute e Mc kitrick em exagero para finalmente concluir:

"De acordo com os principais autores do IPCC, não há nada que possamos fazer para
reduzir os efeitos das emissões antropogénicas nos próximos 20 ou 30 anos69 (porque
tais efeitos resultarão dos GEE que já se encontram na atmosfera) pelo que o mais
urgente é a adaptação às alterações climáticas.
Tal não significa descurar a emissão de GEE, mas sim colocar essa redução no
contexto das alterações provocadas por um conjunto alargado de actividades
humanas que afectam o clima, nomeadamente à escala regional e local, tanto
directamente pelas alterações do uso do solo, como indirectamente através dos efeitos no
ecossistema" (excerto) entre outros comentarios genuinamente interessantes.

Vale a pena ler a conclusão, aconselho é a saltar directamente para la, porque não vão ver argumentos a favor das suas conclusões, apenas a historia do negacionismo. Que não se aplica.

Volto a referir que o "hockey stick" foi revisto em set 2008 e as conclusões são as mesmas. O autor tambem parece querer ignorar isso.

João disse...

Adicionalmente parece-me que desvaloriza completamente o consenso cientifico. Espero que tenha percebido mal, porque se sim como sugere que se ensine ciencia aos leigos? Conta-se a cerca de cada assunto toda e qualquer teoria disponivel como tendo igual importancia? Como sugere que sejam atribuidas as bolsas de estudo? qualquer projecto é tão bom como o proximo? Isso era um paraiso criacionista e terraplanista e de toda a pseudociencia.

Ricardo Aguiar disse...

Disseram muito bem os comentadores anteriores.

Porque é que este blog dá sistematicamente relevo aos cépticos em contraste com a imensa maioria dos outros especialistas de clima? Porque é que nunca convidam um post, digamos, do Carlos Borrego, do Filipe Duarte Santos, do Pedro Miranda, do Pedro Viterbo, enfim de especialistas portugueses activos e também prestigiados, que trabalham mesmo em alterações climáticas?

Ricardo Aguiar

Nuno Calisto disse...

O Ricardo não deve conhecer alguns textos aqui publicados sobre esta temática da autoria de Palmira F. Silva, principalmente os mais antigos. Precisamente por ser um assunto consensual nos media, mas altamente controverso na comunidade científica, estes artigos são preciosos para dar voz às opiniões minoritárias, mas que são proferidas por alguém com créditos sobre o assunto.
Saúdo os Professores J.J. Delgado Pinto, Jorge Buescu e o De Rerum Natura, por não se guiarem por maiorias.
Nuno Calisto

Jorge Oliveira disse...

Relativamente à questão do badalado “consenso científico”, não posso deixar de observar que alguns dos comentários aqui colocados são descabidos. O Prof. Delgado Domingos, sobre esta questão, escreveu o seguinte :

«Lembremos novamente que a Ciência Física não se faz por consenso nem por votação. Faz-se por confronto com dados observáveis e observados. »

E mais à frente :

«Quanto à invocada unanimidade dos cientistas em atribuir aos GEE o aquecimento observado nos últimos 50 anos, um muito citado trabalho de N. Oreskes (The Scientific Consensus on Climate Change, Science ,2004,306,1686) concluía que apenas 75% dos artigos referidos na ISI Web of Science o admitiam, explicita ou implicitamente. Numa actualização daquela pesquisa, Klaus-Martin Schulte (Energy & Environment, 19 Março 2008) utilizando critérios inteiramente análogos mas incluindo agora as publicações entre 2004 e meados de Fevereiro de 2007, aqueles 75% passaram a 45%. Deste modo, o que se afirmava ser a quase unanimidade, já não era sequer a maioria em 2007.»

De facto, só pode insistir na tese do consenso científico quem quer justificar, a todo o custo, as teorias alarmistas do aquecimento global.

Devo esclarecer que não tenho procuração do Prof. Delgado Domingos e até assinalo que nem sempre estou de acordo com ele, como acontece no caso da energia nuclear, mas não é por isso que deixo de lhe reconhecer a capacidade científica, o valor do trabalho que tem desenvolvido e a honestidade das posições que costuma tomar. Basta seguir os links deste post e ler o que lá está.

João disse...

"De facto, só pode insistir na tese do consenso científico quem quer justificar, a todo o custo, as teorias alarmistas do aquecimento global."

Palavras sábias , comentário util. Ja agora...Que tal vai a fuzão a frio?

Jorge Oliveira disse...

A "fuzão" a frio não sei. A fusão a quente vai andando. Mas parece que devagar, devagarinho.

Jorge Oliveira disse...

"The killer frost for global warming".
Wesley Pruden, 21/11/2008, "The Washington Times" :

http://washingtontimes.com/news/2008/nov/21/the-killer-frost-for-global-warming/

Livra! Quem teve o arrojo de escrever isto, não poupando o Hansen nem o Gore, só pode ser um perigoso herege.

Nuno disse...

Jorge Oliveira, não é preciso dissecar as causas de algo tão macroscópico como o aquecimento global para se perceber que a maioria dos hábitos que a nossa sociedade vão ter que mudar.
Porquê?

1.Tudo o que é passível de afectar o clima global é sempre mais intenso no seu clima local: demasiados carros deterioram a qualidade do ar, pesticidas na agricultura industrial contaminam os cursos de água, o excesso de resíduos poluem o solo, etc.etc
Se não se preocupa com o planeta de certeza que se preocupa com o seu umbigo e a sua realidade imediata, que estão também em risco.

2.A maioria dos hábitos que vão ter que ser mudados no sentido da conservação\redução e eficiência energética por exemplo, já estão a mudar, se não por causa do ambiente então por causa do "clima" económico que já está a aniquilar vendas de viaturas e investimentos em exploração de petróleo. Conjugadas as duas crises não existem grandes hipóteses de manter o status quo de poluidor céptico\despreocupado.

Por fim, está no direito de acreditar no que quiser para se sentir mais confortável tanto como eu posso estar compeltamente enganado uma vez que o futuro não está escrito na pedra e tudo depende de nós.

Entretanto pode interpretar o que está a acontecer hoje como quiser mas esta, antes de ser também uma questão científica, é uma questão de puro bom-senso.

Os efeitos do nosso comportamento pode procurá-los em estudos na internet ou verificá-los numa viagem curta pelas redondezas...

Jorge Oliveira disse...

Caro Nuno

Eu ando há muitos anos preocupado com o planeta e com as malfeitorias que o homem pode fazer e tem estado a fazer. Até porque deixo cá uma data de filhos e netos. Mas, sinceramente, esta história do aquecimento global de origem antropogénica, não me convence. E não me convence, sobretudo, a conversa de vendedor de banha da cobra de tipos como o Al Gore.

Penso que o Homem pode ter, e tem, muita influência na poluição, mas não no clima. Note que os cépticos não consideram o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis um agente de poluição. Na atmosfera já circulam 38o moléculas de CO2 por cada milhão do total e não serão duas a mais por ano que constituirão poluição. Imagine a quantidade de CO2 que existe numa sala onde o Al Gore dá uma conferência e veja lá se morre alguém. Só se for de indignação.

Mas atenção. Eu não sou daqueles que acha muito bem que se queimem coisas para obter energia. Até porque as leis da Termodinâmica não são muito encorajadoras nesse sentido. Há processos melhores, mas enquanto não estiverem bem afinados, não me venham com tretas acerca de fechar centrais térmicas para evitar queimar os combustíveis fósseis. Isso seria pôr a carroça à frente dos bois. E mais : nunca nenhum país deste mundo deixará de queimar combustíveis fósseis para obter a energia de que precisa. Jámé ! Acreditar no contrário, é voltar à crença no menino Jesus.

Voltando ao clima, a verdade é que a circulação geral da atmosfera tem muito mais importância no clima do que o CO2 que emitimos. De onde pensa que vem este frio todo? No nosso hemisfério, vem do Árctico, que nos envia umas “pastilhas” gigantescas de ar frio, em rotação, os AMP (Anticiclones Móveis Polares), cujo estudo permite compreender muito melhor o clima do que os modelos de computador.

Recordo-me de que em rapaz, quando via o boletim meteorológico na TV, ficava sempre a pensar que raio seriam as superfícies frontais que estavam sempre a passar-nos por cima, sem ninguém dizer de onde vinham e como se formavam. O conceito de AMP, introduzido pelo recentemente falecido Prof. Marcel Leroux, parece dar uma explicação muito mais plausível ao mecanismo de circulação da atmosfera.

Por isso, por enquanto não estou preocupado com o calor. Estou mais com o frio.

PedroMSousa disse...

Alguém é capaz de me indicar artigos científicos publicados pelo prof Delgado Domingos, em revistas internacionais com peer review, sobre este assunto das alterações climáticas?

Lightnin' Jones disse...

Uma busca no Scopus indicou-me que o Prof. Delgado Domingos apenas publicou 2 artigos em revistas com peer-review, e em áreas que não a do clima. Um dos artigos é de 1969 (citado 14 vezes), o outro é de 1983 (citado zero vezes)...

P.Fernandes

Nuno disse...

Caro Jorge Oliveira:

Se se preocupa verdadeiramente com o clima e toma as acções de acordo com isso é irrelevante achar se a poluição provoca o aquecimento global ou dores de cabeça ao coelho da Páscoa.

A lógica pura e dura diz-me: "Isto polui evidentemente, logo não pode ser bom a qualquer escala."
Se polui mesmo á sua frente, polui a uma escala planetária quando praticado por todos, não sei se isto é evidente.

Não percebi se acha que deve continuar tudo como está ou se aguarda uma "bala mágica" para não ter que se ralar mais com o assunto- neste caso não existe um consenso mas está de facto acompanhado pela maioria da humanidade.

O que é que está fazer especificamente no seu dia-a-dia em relação ás justificadas e louváveis preocupações que reserva aos seus netos?

Jorge Oliveira disse...

Caro Nuno

Mais uma vez : o dióxido de carbono não é um poluente.

Nem mesmo o dióxido de carbono que é emitido pela queima de combustíveis fósseis, um processo durante o qual são emitidas, de facto, substâncias poluentes. É o caso dos óxidos de azoto e de enxofre, bem como das poeiras microscópicas que podem ser inaladas. Por isso existem mecanismos e dispositivos que procuram reter todos esses produtos à saída das chaminés das centrais térmicas ou à saída dos tubos de escape dos automóveis.

Curiosamente, as poeiras de carbono, que estão na origem da velhinha fuligem, além do mal que podem fazer aos nossos ricos pulmões, quando em suspensão na atmosfera impedem a passagem da radiação solar, o que pode provocar, imagine-se, um arrefecimento. Mas falar aqui de arrefecimento não interessa para nada, certo? O terror do aquecimento é que está a dar. O que também é curioso é que foi pelo arrefecimento que estes contos de terror começaram.

Julgo que não se pode concluir do que escrevi em anteriores comentários que advogo a continuação de tudo como está. Pelo contrário, defendo, por um lado, a intensificação da construção de centrais hidroeléctricas, porque são aproveitamentos de fins múltiplos e a água potável disponível começa a rarear. É uma das poucas coisas em que estou de acordo com o actual governo.

Por outro lado, advogo a instalação de centrais nucleares (no que estou em desacordo, quer com o governo, quer com o Prof. Delgado Domingos) para reduzir a dependência energética do nosso país e da própria Europa em relação aos fornecimentos de petróleo e gás natural oriundos de países em que não se deve confiar.

Por um motivo ou por outro, muitos desses fornecedores convergem com a esquerda internacional, obcecada no seu ódio aos EUA e que, por isso, insiste no global warming e na concomitante exigência de redução das emissões. Ou seja, sobretudo na redução do recurso ao carvão, circunstância que levaria os EUA a uma situação muito difícil. E ver os EUA numa situação difícil é o sonho dos chavez, dos soares e de outros biltres deste mundo. Espero bem que os EUA não vão na conversa.

Para além disto, também advogo uma intensa investigação que permita aproveitar outras formas de energia promissoras, sobretudo a fotovoltaica e a fusão nuclear. São pesquisas meritórias. E nelas seria muito melhor aplicado o dinheiro que está a ser gasto em subsídios aos alarmistas e em passeatas a congressos e conferências sobre o global warming.

Quanto aos meus netos, espero que saiam de Portugal assim que puderem.

Nuno disse...

Caro Jorge Oliveira,

Agadeço a sua resposta mas mais uma vez:

1.Não me interessa desgastar-me a provar se existe aquecimento ou arrefecimento ou "amornamento" global- reduzo o desperdício de objectos e embalagens, utilizo os transportes públicos ou ando a pé e como na época e\ou de produtores biológicos locais.
Estas acções , quando praticadas por muitos, têm um efeito positivo sobre o ambiente e economia locais
e so tiverem a nível global, tanto melhor.

2.Também apoio investigação em fontes de energia que possam totalmente ser produzidas no nosso país mas antes de gastar dinheiro nos sintomas se calhar mais valia atacarmos a origem dos males: o desperdício energético gigantesco que ocorre em todas as casas e cidades do país.

Quantas centrais nucleares ou hidroeléctricos pagariam um comportamento eficiente e de conservação?

Repare que não falo em sacrifício (a não ser que um capricho seja confundido com uma necessidade) mas em bom-senso. E é bom-senso começarmos a agir mais do que argumentamos e contrargumentamos.

Os seus netos agradecem um Portugal habitável.

susskind disse...

Germany Reaches Kyoto Emissions Commitments

ler em

http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,593296,00.html

Have fun!

Jorge Oliveira disse...

Caro Nuno

O seu comportamento pessoal pode ser muito meritório, decorrente de uma consciência social elevada, mas não alimente a ilusão de que é possível conseguir o mesmo da parte de todos os membros de uma sociedade, mediante uma atitude de persuasão pela palavra. Nem pela força.

O único método eficaz de conseguir resultados é levar as pessoas a alinhar o seu interesse individual pelo interesse colectivo. Esse é que é o grande desafio de organizadores, de gestores, de governantes. E é aí que, de um modo geral, se encontram os maiores falhanços sociais.

Em Portugal esse falhanço é notório em quase todos os aspectos do funcionamento da nossa sociedade e é por esse motivo que dificilmente levantamos a cabeça da mediocridade generalizada.

Para conseguir alinhar o interesse individual pelo interesse colectivo, partindo do princípio de que a maioria das pessoas prefere isso, é preciso, primeiro que tudo, que os governantes possuam a rara capacidade de resolução de problemas. Levar os elementos de uma sociedade a um certo tipo de comportamento, sem convulsões sociais, nem protestos generalizados, exige muita imaginação. Diria que exige uma espécie de inteligência que designaria por “inteligência funcional”.

Na actual crise dos professores, por exemplo, o governo não revela um pingo de imaginação, nem de inteligência funcional. Só presunção e arrogância. A “coisa” resolvia-se de uma forma diferente e muito melhor.

A persuasão pela palavra e pelo exemplo pode funcionar se o “pregador” se encontra num estrato elevado de poder. Porque o exemplo obedece à lei da gravidade, isto é, corre de cima para baixo.

Infelizmente, em Portugal, as famílias dominantes revelam uma tradição de incapacidade de resolução de problemas. Bom, provavelmente estão-se nas tintas para resolver seja o que for que ultrapasse os seus interesses mais mesquinhos. Mantêm a liderança do país há séculos e manipulam de tal forma os políticos, que estes são incapazes de resolver qualquer problema do país contra a vontade de quem os patrocina.

Repare que em Portugal os salários são dos mais baixos e os preços dos mais altos. Os portugueses são explorados de uma forma execrável. Mesmo sem ditadura, em plena democracia formal, os portugueses estão transformados em simples servos de quem detem o poder económico.

É por isso que recomendo aos meus filhos e netos e a todos os jovens que, obviamente, não façam parte das famílias dominantes, que aprendam a falar inglês de forma fluente e que procurem emprego no estrangeiro, em países civilizados. De preferência em países de cultura anglo-saxónica, ao fim e ao cabo aquela que tem mostrado maior capacidade.

Portugal ainda tem um longo caminho pela frente até se organizar decentemente e proporcionar aos seus próprios filhos condições de vida dignas. Receio mesmo que não chegue lá sozinho, sem passar por um processo de controlo com origem externa. Não é o aquecimento global, nem a poluição, o que mais me preocupa relativamente à minha descendência.

Unknown disse...

Agradeço a todos os comentários ao meu texto e em particular aos que o leram com atenção e discernimento. Respeito naturalmente as convicções e opções pessoais de cada um e longe de mim pretender convencer um adepto do futebol a mudar de clube ou de crente a mudar de religião. Mas acredito, apesar de tudo, em decisões racionais e responsabilidade social e no papel que ambas têm na escolha das opções pessoais e na formação das convicções. Foi neste espírito que aceitei o honroso convite para que o meu texto fosse divulgado no De Rerum Natura , pois considero De Rerum Natura um caso impar no panorama português quanto à postura que promove e assume na discussão dos temas. Posto isto, penso que apenas um dos comentários deve ser singularizado para uma resposta concreta pois nele se afirma:
“Volto a referir que o "hockey stick" foi revisto em set 2008 e as conclusões são as mesmas. O autor também parece querer ignorar isso”. ( comentário nº2, João)
Exigem as boas regras que este tipo de afirmação possa ser verificado por outros e set 2008, só por si, não serve. Presumo, todavia, que o João se queria referir à publicação nos Proccedings da National Academy intitulada “Proxy-based reconstructions of hemispheric and global surface temperature variations over the past two millennia Michael E. Mann, Zhihua Zhang, Malcolm K. Hughes, Raymond S. Bradley, Sonya K. Miller, Scott Rutherford and Fenbiao Ni , PNAS, September 9, 2008, vol. 105, no. 36”, disponivel em www.pnas.org_cgi_doi_10.1073_pnas.0805721105

Se este é, de facto, o trabalho que fundamenta a afirmação que o João vem repetindo, devo esclarecer que omiti deliberadamente a sua referencia porque, embora o seu autor principal fosse o mesmo que o do Hockey Stick original, a qualidade dos dados e a metodologia utilizada me ofereceram as maiores reservas, aliás reforçadas, tendo em conta o comportamento passado dos seus autores. Não me vou alongar na exposição pelo que me limito a remeter, entre muitos outros, para um recentíssimo trabalho de Willis Eschenbach em http://www.climateaudit.org/?p=4428 do qual apenas cito duas das conclusões:
“1. The longer term proxies in M2008 are totally dominated by the Tiljander and the 19 southwestern US "stripbark" pine proxies. It is those proxies, and those proxies alone, that create the Hockeystick shape found in the signal.
2. Both those groups of proxies have been discussed in the literature, and have been found wanting. Sixteen of the 19 pine series are from Greybill. They are not valid proxies”. M2008 refere-se, ao artigo citado.
Recomendo vivamente a leitura do trabalho completo, bem como o download dos dados e dos algoritmos. A partir de uns e outros extraiam as vossas próprias conclusões porque elas serão muito úteis para aferirem a confiança que vos devem merecer os inúmeros autores que as irão resumir e citar, ou simplesmente arrumar numa categoria (de negacionistas, alarmistas, etc) para dispensar os respectivos crentes da sua leitura crítica.

Delgado Domingos

José M. Sousa disse...

Este blog, definitivamente, não tem credibilidade. A pobreza deste país também se manifesta nesta reles deferência provinciana a quem não a merece. Que tristeza.

Barba Rija disse...

Este Sousa tem cá uma lata. Enfim, o que dizer do juízo científico de alguém que acha importante a informação de que é Capricórnio e Gato ou Bode, ou lá o que é?

Porventura até acha o modelo Astrológico da mesma qualidade (excelente, claro) que os do clima que prevêm o futuro a 100 anos.

O que dizer de alguém que ainda acredita em palermices como o Pico do Fósforo, ou ainda dá crédito ao idiota do Mat Simmons que há mais de 20 anos anda a pregar o fim do mundo?

De pessoas que pensam que o mundo está prestes a acabar miseravelmente já anda o inferno cheio. As Alterações Climáticas sofrem dos mesmos males, muitas induções, ligações de lógica fracas mas sedutoras, muita retórica e paleio.

Eu por mim agradeço ao senhor Delgado Domingos a sua independência e esforço crítico. Já tinha lido uma entrevista sua a uma revista, que me intrigou bastante.

Luís Dias

Barba Rija disse...

P.S., aquilo que me irrita mais é quando uma pessoa X diz algo que irrita o "consenso", vem logo Y, Z ou W dizer ora que o "blog" é sem credibilidade, que "X" não vale porque só fez dois papéis (quantidade = qualidade?!?), etc.

Este tipo de atitudes borram a discussão de ad hominems indesejáveis. Podemos prosseguir sem esta idiotice?

É que senão começo aqui a desecrar o Michael Mann.

José M. Sousa disse...

Você pelos vistos ficou sem ideias para contrariar o Latoc!

Barba Rija disse...

Não, fiquei sem tempo. É o que acontece quando nos tormamos pais.

José M. Sousa disse...

«Não é o aquecimento global, nem a poluição, o que mais me preocupa relativamente à minha descendência.»

Está visto que o Jorge Oliveira não faz a menor ideia sobre o que está a falar. Como se a economia não tivesse nada a ver com o fenómeno. Enfim...Oxalá a sua descendência não o venha a recriminar.

joão brincalhão disse...

AHAHAH…

Por ser quase sempre indetectável, O EGO tem destas coisas, faz-nos ter imensa piada, logo, não deixa de ser sempre interessante tentar observá-lo, se conseguirmos adoptar uma postura de observadores inérciais, o qu’eu também não consegui ser, como o demonstra este meu testemunho (que não pretende ser um paper, ok? ahahah)! Este meu comentário tem como objectivo, não escondo, acrescentar mais uns excitadores à celeuma! Quem ‘tiver olhos que veja, quem ‘tiver ouvidos que ouça – onde foi que eu já ouvi isto… (ahahah…)
É uma diversão ler estes manifestos, pudera(!), são papers, sem, peer review (ahahah…)!
Ele são drs. advogados com ‘autoridade’; drs. arquitectos com ‘cowboys’ à mistura legitimados p’la defesa da prole, etc. (ahahah…), uma animação muito lúdica não hajam dúvidas, estou divertidíssimo! Vou continuar a ler enquanto não tiver mais nada p’ra fazer que é o caso, porque ‘tou desempregado, mas não sem antes meter a minha colherada (ahahah…), porque isto de discutir tácticas e estratégias escatológicas, messiânicas, etc. (lides futeboleiras e castristas à parte, é um assunto sério! ahahah… mais abaixo não me esquecerei dos gestores e seus prosélitos) até é engraçado e eu também tenho direito a ser mais um treinador de bancada! (ahahah…)
À liça de abertura, pergunto: então as famosas leis da Termodinâmica não são válidas nesta questão do aquecimento global? Será que este problema do aquecimento global é um caso de excepção a esses tão intransigentes corolários? Bom, a ser verdade, toda a física terá de ser repensada… pobre ciência… ahahah…
Lixo, poluição? O que é isso de lixo e poluição? Numa abrangência termodinâmica não ‘tou a ver o que seja! Toda a acção provoca uma subsequente reacção e o processo repetir-se-á sempre e infinitamente, originando uma tensão constante na evolução das espécies e dos ecossistemas, (sem esta simbiose não há aperfeiçoamento) não consigo imaginar o que quer que seja que saia desta relação, que dela não faça parte, ou esteja desenquadrado com ela! A ausência desta observância, a existir, a ser possível, não poderia ser outra coisa senão oposta à vida, algo desenquadrado com ela, é-me muito difícil imaginá-la fora desse enquadramento e apesar do meu muito esforço nesse propósito, afigura-se-me sempre com um sentido que não vai além senão de uma decadente e depauperante fruição decessa!? Contudo se a avaliação for baseada e fundamentada em juízos de valor do tipo: gosto – não gosto, bonito – feio, útil – nada útil, etc. ok(!), o que não falta p’ra é muito lixo e poluição pseudo-intelectual e quejandos! Sugiro um maior rigor na análise dos conceitos que são a base da enunciação do problema sob pena de induzirmos os incautos (é difícil não sê-lo!) a infames juízos de valor em detrimento dos universais juízos de facto! Por conseguinte, não posso deixar de solicitar que definam lixo, poluição (informo a título de exemplo que conheço o problema dos plásticos nos oceanos, sobretudo no pacífico…)! ...........continua...........

joão brincalhão disse...

........A não observação desta premissa projecta-nos obviamente para uma argumentação enviesada que só nos induzirá em falsos e perniciosos problemas que consequentemente implicarão reacções muito duvidosas que objectivamente nos precipitarão para soluções com conteúdos que podem resultar mais perniciosas do que a precedente situação, trazida por esta já gasta iteração na forma de raciocinar! Não somos ingénuos sabemos que o verdadeiro móbil, para a deturpação da argumentação, é fomentar a exploração de uma miríade ilusória percepção, e aparentemente inócua inconsciência, do EGO que estimula e multiplica engraçaditos treinadores de bancada que imbuídos em certezas mais do que questionáveis se tornam os defensores das soluções previamente preparadas, pelos interessados como é óbvio, com vista a fazerem proliferar desumanas assimetrias sociais expondo-as por essa razão a desregradas explorações levadas a efeito pela ordem, organizações (des)reguladora(s)!
As entropias e entalpias intrínsecas a todos os sistemas, química do carbono incluída (e sem carbono não há vida tal como a conhecemos) onde os metanos associados aos nossos achaques aerofágicos e afins (ahahah…) só podem ser uma realidade, é uma premissa que é indissociável da vida e estes só podem ser, sem qualquer dúvida, um dos muitos factores transformadores intrínsecos a esses sistemas! Por isso invocar um qualquer infame controlo da população mundial como recentemente foi sugerido sem qualquer rebuço por um relatório da ONU onde com as letras todas preconizam essa medida como uma solução real p’ro dito problema, ou ainda, por exemplo, a em tempos recentes aventada hipótese de criação de uma lei comunitário onde se pretendia taxar com um imposto os criadores de gado bovino,… (o Zé pagode a pagar ‘tá claro!) em resultado da produção de metanos associados a essas indústrias, e por outras razões que só não vê quem não ‘tiver atento, afirmo, e p’ra que fique bem claro, que eu pertenço àqueles que vêem nisto tudo a teoria da conspiração por se me afigurar inqualificável e dantesco outro qualquer enquadramento!
Se extrapolarmos, para ajudar à compreensão sugerindo, e não será um abuso fazê-lo, a aplicabilidade de um efeito termodinâmico também à ganância e voracidade dos homens tudo se tornará mais compreensível! Diz-me o bom senso que não há ‘bela sem senão’, na vida não há borlas, isto é, podemos facilmente observar ‘entropias’ e ‘entalpias’ nas relações humanas, onde, nunca, nada é feito/dado a troco de nada, quem não perceber isto induzirá o seu e o nosso EGO no logro(!) e não será essa uma perniciosa acção premeditada? Um efeito de manada, de cardume? Como muito bem diz, lá p’ra trás, mais alguém! Por conseguinte, e em defesa desta minha compreensão deste nosso ‘ecossistema’, faço mugir alguns testemunhos à laia de clarificação, e isso, por 3 razões!
1º não me dá jeito nenhum que se preparem p’ra me meter mais ainda, a mão ao bolso, isto é, hipotecarem o meu auspicioso futuro (ahahah…), e isto porque se olhar apenas ao meu presente então é escandaloso porque ‘tou, como digo, desempregado! Manifesto contudo este meu desagrado alertando que atalhei muito no gritante apelo das minhas razões a outro nosso inalienável direito, a saber, o famigerado ‘livre arbítrio’ que deve ser, e eu quero muito que seja, sempre inquebrantável apesar de começar a ‘tar claro que o querem a toda a força tolher!
2º porque isto de ser treinador de bancada sem fundamentar não faz muito o meu feitio!
e 3º porque (bons humores e fruições à parte), acho que às vezes temos de nos afastar do problema para sabermos discernir, isto é, conseguimos vislumbrar-lhe a verdadeira causa, o real sentido, que nos catapulte p’ra almejada solução! Sugiro assim, numa primeira fase:
http://www.youtube.com/watch?v=YODjF4VTcTs

Se este não bastar…

...........continua.....................

joão bricalhão disse...

...........................Se este não bastar…
http://www.youtube.com/watch?v=Rcbq1dXMS6A&feature=related

Numa 2ª fase e porque de tanto invocarem a ciência, e porque ela verdadeiramente na sua pluralidade, ao invés de uma teimosa visão de singularidade, nos permite ver o que este coevo conceito do aquecimento global tenta escamotear, sugiro a Jill Bolte Taylor! Conhecem? Eu também não conhecia mas garanto que vale a pena conhecer! Se não tiverem paciência p’ra ler a engraçada banda desenhada sobre a sempre fresca e magnificente alegoria da caverna de Platão, passem directamente ao vídeo…
http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=20085
Numa 3ª insistência recomendo a leitura de ‘Eclesiastes’ para que meditemos sobre a ilusão, e nessa coisa que é o correr atrás do vento! Isto porque as parábolas da Bíblia apesar de adulteradas (diz quem teimosamente não quer deixar-se enganar, isto é, todos quantos estudam esses assuntos) continuam e podem, se as quisermos deixar, ajudar-nos na nada simples habilidade do saber cogitar! Acrescento e esclareço contudo que não professo qualquer religião nem tão pouco me considero um devoto do sagrado, embora os problemas metafísicos encontrem algum eco nesta minha postura de ‘homo sapiens sapiens’ (ahahah…) onde procuro ser ‘amigo da sabedoria’ já que a ‘Sofia’ me fascina na sua vertente mais pujante, isto é, a do meu próprio conhecimento, embora confesse que (e este meu regurgitar seja disso um bom exemplo) o meu EGO muito me obstaculize apesar de ciente, de que «a realidade é dos olhos para dentro e a ilusão dos olhos para fora.», coisa que, por força da muita provocação induzida, tenho muita dificuldade em observar! Por isso lá diz e com razão a erudição popular: ‘diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!’ (ahahah…)
Como não há 3ª sem 4ª, etc. (ahahah…) e para ajudar na descoberta nesta coisa do EGO, deixo o convite:
http://www.youtube.com/watch?v=-q1M5qh8Rao&feature=related

Por último e p’ra ajudar à teoria da conspiração (ahahah…) invoco:
http://www.youtube.com/watch?v=jJNwfFLKwv8
AHAHAH…
Pois é, encontramos aquilo que alguém tem apelidado de: PROBLEMA – REACÇÃO – SOLUÇÃO!!! Que soluções? Todas quantas as alicerçadas numa falsa abordagem dos problemas potenciam, e que as torpes, frenéticas, cegas, etc. e muito exponenciadas reacções (p’ra ser brando!) legitimam! Falsas soluções que se apresentam, como diria o Hérman José, a rogo do publicozinho e que não visam senão o controle, a escravização (e mais não digo para não me apelidarem de marxista-leninista, ou pior ainda! ahahah…) validadas por uma inconsciente escolha, fazendo parecer que tudo quanto é feito seja feito a pensar no nosso bem e a pedido! Se isto não me parece ser um atestado de imbecilidade, não sei o que me parece ser! Por mais benevolente que queira ser, afigura-se-me como uma realidade no mínimo tremendamente hilariante! ahahah…........continua..................

joão brincalhão disse...

..............Ilustríssimos excêntricos, eu já não acredito no pai natal e perante o facto de haver quem acredite, deixo a pergunta, poderá esse facto manifestar-se como um problema p’ra todos os demais? Pois é, como diria o optimista Cândido do Voltaire parece que vivermos no melhor dos mundos possíveis apelidado de democracia, mas essa realidade parece ter os dias contados como profetizam os arautos da nova ordem mundial, e porquê? Será a resposta aos irresponsáveis, inconscientes e funestos comportamentos do nosso EGO? Afigura-se-me como um problema de ‘clubite’ enganadoramente visto e apelidado de democracia (onde também só ganha quem tem mais massa para contratar o melhor plantel), mas eu nessa matéria sou do fkp, porque tenho bom gosto! ahahah… (vá lá não sejam tão severos, saibam perdoar o juízo de valor! Este é inócuo! ahahah…)
Prontos… e mais não digo p’ra não expor ainda mais o meu impertinente (no mínimo, dirão alguns! ou serão muitos? ahahah…) EGO que quero consciente (‘só sei que nada sei’ mas esse era – dizia a pítia – o homem mais sábio à superfície da terra, por isso perdoem-me a muita falta de criação, isto é, a imitação, e o cheirinho a pretensiosismo) pretensão que me tem dado uma trabalheira educar! (ahahah…)
Vou tentar continuar a acompanhar, p’ra me divertir e ajudar a passar o tempo, este site que descobri há dois dias atrás através de uma amiga que me enviou o link da notícia do expresso com a opinião do sr. José Delgado Domingos e na qual um dos comentadores faz referência a este espaço que é como digo muito divertido, (…) AHAHAH…
Porque sobretudo importa educar ao invés de proibir/legislar, etc. o jaez, cultivado na ignorância do EGO lembro:
REI FRACO FAZ FRACA A FORTE GENTE… (a que preço?)
Um muito obrigado, prometo que irei procurar ser um silencioso e mero observador inercial, deste blogue (como banho de consciência! E que consciência…), não sem direito a dar na pior das hipóteses umas boas e inócuas gargalhadas… AHAHAH… (apresentações postas…)
PAZ…

......................Fim.....................

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