O grupo de teatro Marionet de Coimbra ainda há pouco apresentou com grande êxito em Lisboa, Coimbra e Porto a peça "No bairro da Tabela Periódica". Pois o que faz o Ministério da Cultura, desligado da cultura em geral e totalmente desligado da cultura científica? Corta-lhes o apoio. Também cortou ao CENDREV de Évora. Curiosamente tanto Coimbra como Évora querem ser capitais europeias da cultura. O governo anterior não foi amigo da cultura - nem da ciência - e o próximo receio que vá pelo mesmo caminho, pois se trata de renovação na continuidade, quer dizer mais continuidade que renovação. Transcrevo das Beiras de hoje:
" A companhia de
teatro Marionet repudiou, ontem, a decisão da
Direcção-Geral das Artes
que não vai apoiar a sua
atividade no próximo biénio.
Em nota à imprensa, a
companhia de Coimbra
explica que, como habitualmente, concorreu a financiamento do programa de apoio sustentado,
na área de cruzamentos
disciplinares (entre o teatro e a ciência). “Apesar
da nossa candidatura ter
sido considerada elegível, isso não foi suficiente
para a continuação do financiamento”, acrescenta.
A nota acentua que a
companhia não só cumpriu o contrato, ainda
em curso, com a DGArtes
como excedeu mesmo
o plano inicial, “sempre
guiada por uma consciência de querer fazer melhor o serviço público”.
Só que, pelos vistos, não
interessa o que passou.
“O nosso desempenho no
biénio que agora acaba
é completamente irrelevante para quem decide
quem apoiar no biénio
seguinte”, constata.
Ironicamente, a “nega”
da DGArtes acontece
quando a Marionet se
prepara para completar
20 anos e em que propôe
o plano de atividades
“mais sustentado de sempre, com projetos com
um horizonte de vários
anos a decorrer”.
A companhia questiona:
“O que fazer agora? Ao
fim de dois anos a consolidar e estabilizar vamos
agora desconsolidar?”. E,
a concluir, assume: “Há
um sub-financiamento
público das artes em Portugal. E custa ver destruir,
cíclica e levianamente,
através destes concursos
de apoio às artes, património artístico, cultural
e educativo, e também
postos de trabalho, que
em muitos casos levaram
anos a construir”
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