sábado, 26 de outubro de 2019

Eis o futuro da educação pública, que já é presente: escola-plataforma e professores-operadores

Na continuação de outros textos, nomeadamente este: O falso problema da falta de professores: esquecemo-nos que há a internet, o google...?

Imagem encontrada aqui.
Transcrevemos a notícia de um evento que teve lugar hoje do outro lado do Atlântico, mas bem podia ter sido deste lado. Na verdade, independentemente do local em que nos situamos as palavras (e as ideias que se lhes agregam) são sempre as mesmas, o seu alinhamento no discurso é que pode variar ligeiramente: futuro, mudança, inovação, tecnologia, contextualização da aprendizagem, (novo) modelo de aprendizagem, aprendizagem significativa, 
inter e transdisciplinaridade, impacto social da educação, auto-organização...


Destacamos, no entanto, o próximo passo que os sistemas educativos vão dar e em relação ao qual temos andado distraídos: a substituição das escolas por plataformas digitais; e dos professores por operadores dessas plataformas. Isto à semelhança (imagine-se!) de plataformas (eticamente muito questionáveis) de serviços.
Maria Helena Damião e Isaltina Martins
"Metrópoles realizou neste sábado (26/10) o evento MTalk Educação do Amanhã, em que especialistas discutiram o futuro do ensino e as mudanças em sala de aula causadas pela tecnologia. 
Na primeira palestra, Clarissa Bezerra, educadora e especialista em inovação, falou sobre culturas de pensamento e investigação na escola. “Os aprendizados são conectados com a nossa vida. Valor e significados reais são importantes para formar uma cultura de pensamento dentro de sala de aula” (...) 
Já Fausto Camargo, mestre em Ciências Sociais e autor do livro “A sala de aula inovadora”, trouxe algumas experiências sobre metodologias no ensino e modelos de aprendizagem significativa. “Falta uma visão transdisciplinar do conhecimento, além de uma aprendizagem significativa e contextualizada aos alunos”, disse. 
Por fim, Rui Fava, autor do livro “Educação para o século 21”, mostrou como as novas tecnologias têm impactado a sociedade e as escolas. “Estamos vivendo uma mudanças de épocas, vivendo uma transformação promovida por diferentes plataformas”, opinou. “A auto-organização vista em serviços populares como Uber, Airbnb e outras empresas high tech mostram que, no futuro, as escolas podem deixar de ser importantes, uma vez que as pessoas podem se auto-organizar para buscar conhecimento. Porém, o papel do educador continuará sendo fundamental”, contou.

2 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Um discurso no qual cabe tudo e mais alguma coisa é um discurso vazio, opressivo, violentador da atenção e das expectativas de coerência.
Se o pensamento tivesse tímpanos, rebentariam.
Receio bem que a Escola esteja demasiado inundada por esta onda devastadora de palavreado psicadélico.
Ainda não compreendi por que razão a maioria das pessoas não prefere o "pão pão, queijo queijo" das ciências, nomeadamente da natureza, em que cada coisa tem um nome e uma função e uma composição.
Só por isto, por a escola não ser capaz de mobilizar as aprendizagens para o "pão pão, queijo queijo", inclino-me a pensar que tem muitas ineficiências.

Anónimo disse...

Muito bom.
Elegância em Quadro de Vidro, Sao Paulo - SP

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...