Meu artigo de opinião saído hoje no "Diário as Beiras":
Acabo de ler um texto publicado por Rui Leão Martinho, director de Cadernos de Economia, Julho/Setembro 2019, em que é feita a seguinte crítica: “Incompreensível que ainda não tenha sido assumido com vontade e determinação o ensino técnico-profissional que tanta falta tem feito desde que foi descontinuado por razões meramente políticas”.
Em arrimo a
esta opinião, anos atrás, deparei-me com o post, “Cursos técnicos x bobagens académicas”, publicado
no blogue brasileiro, “Boteco Escolar
- Ensaios sobre o uso de blogs em educação” que transcreveu o meu post, "O Deputado Paulo Rangel,
Canudos e Desemprego”(“De Rerum Natura”, 22/04/2012).
Nessa transcrição,
lê-se: “Dias atrás, dois amigos me
contaram as bobagens que certos académicos andam fazendo com o ensino técnico
no Brasil. A bobagem maior é a de oferecer muita teoria, esvaziando o conteúdo
técnico dos cursos. Eu precisaria de mais informações para analisar com cuidado
o que está acontecendo. Mas, acho que o texto sobre o assunto, escrito
em Portugal, no blog “De Rerum Natura”, oferece um bom quadro daquilo que meus
amigos me contaram. A matéria é escrita pelo educador Rui Baptista que achei
por bem reproduzir”..
Deveras honrado e sensibilizado com o interesse que este meu post despertou no país -irmão, publiquei um novo post, titulado “Cursos técnicos e
bobagens académicas” (“De Rerum Natura”, 15/05/2012), merecedor de vários
comentários, um deles, da autoria de um brasileiro, Jarbas Novelino Barato, que
vim a saber tratar-se de uma personalidade detentora do mestrado em tecnologia
educacional pela “San Diego State University” e doutorado em Educação pela Unicamp,
professor da Universidade São Judas Tadeu com especialização em educação
profissional numa prática de mais de trinta anos no “Senac” São Paulo.
Em outro artigo, a enviar para publicação
neste jornal, reproduzirei esse comentário demonstrativo de uma analogia de
dislates revolucionários que extinguiram o ensino liceal e o ensino técnico criando, em seu lugar, uma escola única denominada secundária em
vassalagem, como escreveu Guilherme Valente (2003), “à doutorice do diploma, a
que quase sempre não corresponde nada”.
Exemplos
desse ensino profissional de indiscutível qualidade a Escola Avelar Brotero desta
cidade e a Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque de Lourenço Marques. Aqui
falo por experiência própria por ter leccionado 18 anos nesta escola que
dispunha de oficinas excelentemente apetrechadas e corpo docente, professores e
mestres oficinais, especializado nas matérias teóricas e práticas
ensinadas.
Em preito de comovente homenagem, no “site”
da Escola Industrial de Lourenço Marques, um seu antigo aluno escreveu em texto
dirigido a seus filhos: “Naturalmente, no respeitável corpo docente, que ao
longo dos anos, leccionou na nossa Escola, nem todos conseguiram ser populares, mas fazendo questão de realçar a
respectiva competência, todos contribuíram, de uma forma ou outra, para a nossa
formação, quer como estudantes, quer como cidadãos”.
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