terça-feira, 15 de outubro de 2019

O governo quer acabar com a Marionet

O grupo de teatro Marionet de Coimbra ainda há pouco apresentou com grande êxito em Lisboa, Coimbra e Porto a peça "No bairro da Tabela Periódica". Pois o que faz o Ministério da Cultura,  desligado da cultura em geral e totalmente desligado da cultura científica? Corta-lhes o apoio. Também cortou ao CENDREV de Évora. Curiosamente tanto Coimbra como Évora querem ser capitais europeias da cultura. O governo anterior não foi amigo da cultura - nem da ciência - e o próximo receio  que vá pelo mesmo caminho, pois se trata de renovação na continuidade, quer dizer mais continuidade que renovação. Transcrevo das Beiras de hoje:

" A companhia de teatro Marionet repudiou, ontem, a decisão da Direcção-Geral das Artes que não vai apoiar a sua atividade no próximo biénio. Em nota à imprensa, a companhia de Coimbra explica que, como habitualmente, concorreu a financiamento do programa de apoio sustentado, na área de cruzamentos disciplinares (entre o teatro e a ciência). “Apesar da nossa candidatura ter sido considerada elegível, isso não foi suficiente para a continuação do financiamento”, acrescenta. A nota acentua que a companhia não só cumpriu o contrato, ainda em curso, com a DGArtes como excedeu mesmo o plano inicial, “sempre guiada por uma consciência de querer fazer melhor o serviço público”. Só que, pelos vistos, não interessa o que passou. “O nosso desempenho no biénio que agora acaba é completamente irrelevante para quem decide quem apoiar no biénio seguinte”, constata.

Ironicamente, a “nega” da DGArtes acontece quando a Marionet se prepara para completar 20 anos e em que propôe o plano de atividades “mais sustentado de sempre, com projetos com um horizonte de vários anos a decorrer”. A companhia questiona: “O que fazer agora? Ao fim de dois anos a consolidar e estabilizar vamos agora desconsolidar?”. E, a concluir, assume: “Há um sub-financiamento público das artes em Portugal. E custa ver destruir, cíclica e levianamente, através destes concursos de apoio às artes, património artístico, cultural e educativo, e também postos de trabalho, que em muitos casos levaram anos a construir”

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