Mais um texto relativo à escola portuguesa que circula pela Net, desta vez uma redacção de um aluno do 9º ano. Se não foi escrito por um aluno do 9º ano, foi escrito por alguém que os conhece bem.
REDAXÃO - 'O PIPOL E A ESCOLA'
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é u m livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganharum gravetame do camandro.
Ah poizé. Tarei a inzajerar?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
CARTA A UM JOVEM DECENTE
Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente . N...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh... -
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d... -
.jpg)
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
10 comentários:
Mais um texto nitidamente fabricado e que aqui se (re)reproduz...
Aqui no Brasil, professores dos jovens e crianças também escrevem assim. O resultado: as crianças os imitam.
Se foi escrito por um aluno do 9º, então foi por um dos bons. Porque os que conheço a escrever de forma abreviada, fazem-no menos inteligível ainda. :P
Diria que não foi escrito por um aluno do 9º ano, mas sem dúvida por alguém que conhece bem o contexto.
E, sem querer retirar o sentido de oportunidade que o texto tão bem vincula, não nos esqueçamos que os miúdos aprendem aquilo que lhes ensinam, na escola e fora dela. E será sempre assim, os mais novos aprendem com os mais velhos, incontornável como a lei da gravidade.
Caro Américo:
SE fosse professor se calhar tinha uma opinião muito diferente - eu já tive alunos que escriam bem pior e nunca escreveriam tanto de uma só vez (e ainda hoje me revolta termos sido obrigados a passá-los pelas regras da tia Milu...).
O texto terá sido escrito, com toda a certeza, por um adulto e que não é ignorante, como pretende fazer crer.
É como aquele que escreve com a mão esquerda para disfarçar a caligrafia...
Aliás basta corrigir a ortografia para ver que até tem humor e poderia mesmo ser incluido no "Inimigo Público"...
O que interessa é que o abandono e o insucesso cairam para metade. Com miudos a passarem chumbados a 9 disciplinas. Mas, como diz o Rui Unas, tudo bem.
O texto é escrito por um adulto, a fazer troça de um certo estereótipo de aluno. A temática parece indicar que o autor é um professor, frustrado com a sua experiência. É lamentável que se dê voz a este tipo de lamento sectário, de professores coitadinhos contra o resto do mundo, contra esta sociedade que não produz sequer criaturas que valham o seu esforço a educar. Se é esta a visão que os autores do blogue têm do mundo, exprimam-na claramente, e não através do humor de "autor desconhecido".
Este é um texto típico daqueles que estão habituados a escrevre mensagens num telemóvel vulgar sem o recurso à "escrita inteligente". Também usa o mesmo estilo de calão. Só lhe falta mesmo interjeições.
Como as letras estão dispostas em grupos de três por tecla, muitas vezes torna-se necessário aumentar a velocidade de escrita.
Por exemplo, é frequente substituir o "s" por "x" porque o "s" é a quarta letra da tecla "7" e o "x" é apenas a segunda da tecla "9". O recurso à estenografia e à onomatopeia também permite acelerar o processo de escrita. Em suma, as palavras são de tal forma abreviadas que o que, para as ler, é preciso ter atenção ao som das letras isoladas.
Exemplos típicos:
"ke ixo?" serve para "o que é isso?"
"bota mnha kaxa" serve para "anda cá casa"
etc
Pouca gente que eu conheço transporta isso para a escrita corrente e aqueles que o fazem são pessoas com grandes dificuldades e com muito pouco interesse pela escola.
Eu Elaine, sou aluna do 9º ano e meu professor de português nos mando traduzir esse texto, feito por alguém com um vocabulário para lá de confuso, nunca vi uma coisa dessa na minha vida, mas enfim agradeceria se me esclarecessem se "alurizaas" é o mesmo que sobrecarregadas.
Enviar um comentário