sábado, 8 de agosto de 2009
O PÚBLICO DE HOJE
O caderno P2 do "Público" de hoje é imperdível. É para ler (nalguns casos reler) e guardar. Sim, sei que também está "on line", mas, digo eu, não é a mesma coisa. Trata-se de uma recolha do melhor de textos de divulgação científica, no sentido amplo do termo, de jornalistas daquele jornal. Numa época em que os jornais, em Portugal e por todo o mundo, têm uma relação difícil com a ciência (basta reparar no recém-nascido "I", em Portugal, que dedica um espaço mínimo à ciência, em geral numa apagada coluna junto à meteorologia), não é de mais elogiar, a propósito deste "best of", o trabalho notável que o "Público" tem feito, desde que nasceu, nesta área, com José Vítor Malheiros, António Granado, Ana Gerschenfeld, Teresa Firmino, Clara Barata, etc.
Numa altura em que o jornalista José Vítor Malheiros está de saída do "Público" é este o momento certo para o fazer. Lembro que foi este jornalista, que nas páginas do "Expresso Revista", começou a dar um espaço alargado na imprensa nacional a assuntos de ciência e tecnologia. Pela minha parte, devo-lhe a minha estreia nos jornais nacionais, que fiz nos anos 80 com uma recensão que ele lá publicou de "A Nova Aliança" de Prigogine e Stengers. Devo-lhe depois outras atenções como editor do "Público" e não posso deixar de lhe agradecer publicamente.
A divulgação científica conheceu, pesem embora as dificuldades recentes (que têm muito a ver com uma crise mundial da imprensa escrita, face ao avanço de outros média como a Internet), em Portugal um grande progresso graças ao "Público". Era já tempo, a avaliar pela antologia publicada no jornal de hoje, de começarem a aparecer entre nós livros de divulgação científica escritos por jornalistas de ciência ou por estes em colaboração com cientistas. Só assim nos poderíamos aproximar de países mais desenvolvidos onde esse protagonismo dos jornalistas de ciência é bem maior do que aqui.
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