segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reedição de um livro do Marquês de Pombal

Informação recebida da editora Campo das Letras:

"Compêndio Histórico da Universidade de Coimbra"

Marquês de Pombal / Junta de Providência Literária

Introdução e coordenação: José Eduardo Franco e Sara Marques Pereira

Apresentação: Manuel Ferreira Patrício
Prefácio: José Esteves Pereira

Publicado em 1771, ainda em pleno consulado pombalino, o "Compêndio Histórico" representa a primeira denúncia oficial, extremamente violenta, da decadência a que chegou, já na segunda metade do século XVIII, a Universidade portuguesa.

Foi no plano das reformas, em especial nas reformas da Educação, do Santo Ofício e da Censura, que, de uma forma mais incisiva, foi utilizada pelo Governo Pombalino a ideologia antijesuítica para operar a sua justificação política em ordem a explicar a urgência e radicalidade reformista. Estas reformas emblemáticas foram inseridas num dos vectores programáticos prioritários no plano do discurso. Elas integram-se, lato sensu, no programa pombalino de desjesuitização geral do País aplicado exaustivamente depois da expulsão dos Jesuítas, como condição propedêutica para "iluminar" Portugal e fazer o nosso país aproximar-se da Europa do Progresso, Culta e Polida.

Numa boa parte dos documentos legislativos pombalinos que visaram instituir programas reformistas, são sempre os "estragos" praticados pelos Jesuítas que são invocados liminarmente como uma espécie de motivo fundamental, rasando frequentemente a fronteira da demagogia, para justificar a necessidade da intervenção legisladora do Estado.

O Compêndio Histórico da Universidade, que se apresenta como uma espécie de documento-relatório, enquadra-se neste género de literatura legitimadora das reformas pombalinas e mitificante da alegada acção degeneradora da Companhia de Jesus. O Marquês de Pombal patrocinou e supervisionou, no plano pedagógico, a elaboração e publicação desta obra paradigmática com vista a fundamentar a avaliação negativa da acção educativa dos Jesuítas em Portugal, a partir da Universidade de Coimbra.

O paradigma educativo que a reforma pombalina queria revogar e substituir é ali identificado com o jesuitismo pedagógico e este com a escolástica, que teria feito mergulhar as Letras e as Ciências lusitanas numa "escuridão" que urgia "iluminar" através de um processo reformista depuratório das causas recenseadas de tão "devastadora" decadência.

Esta obra, ao lado da Dedução Cronológica e Analítica, é uma das mais emblemáticas da produção ideológica política pombalina e teve uma influência significativa na fundamentação da sua reforma universitária, bem como nas sucessivas leituras pós-pombalinas da História da Educação em Portugal.

Sem comentários:

AS FÉRIAS ESCOLARES DOS ALUNOS SERÃO PARA... APRENDER IA!

Quando, em Agosto deste ano, o actual Ministério da Educação anunciou que ia avaliar o impacto dos manuais digitais suspendendo, entretanto,...