terça-feira, 7 de abril de 2009

Fragmentos Poéticos

Vale a pena ler

Título: Fragmentos Poéticos
Autor: Arquíloco
Introdução, tradução e notas: Carlos Martins de Jesus
Editor: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2008

Há meio século a Doutora Maria Helena da Rocha Pereira traduziu e deu a conhecer entre nós, na Hélade, algumas passagens da obra de Arquíloco. Recentemente, foi a vez de um jovem investigador da Universidade de Coimbra, Carlos de Jesus, decifrar, interpretar e passar para a nossa língua, as mais de três centenas de fragmentos – um dos quais encontrado em 2005 –, que contêm aquilo que nos chegou ao presente dessa obra.

Numa síntese da escrita do controverso poeta nascido no século VII a.C. na ilha de Paros, situada no mar Egeu, escreveu Carlos de Jesus (página 11):

“Pode ser o mar, a aventura da viagem sem promessa de retorno. Pode ser a guerra, a morte heróica em combate, mas também a fuga, covarde, no terror do momento – porque vida há só uma. Pode ser o amor por uma mulher de beleza extraordinária, o prazer ou o sexo mais violento e alienantes, o sexo que alimenta o corpo e perturba o espírito. Pode ser tudo, no fundo. E tudo isso mais não é do que a vida – breve, oscilante e, raras vezes apenas, feliz. Esse o assunto dos seus versos.
Caso paradigmático da poesia grega do Período Arcaico, Arquíloco de Paros não é, de modo algum, um poeta que tenha reunido o consenso dos críticos ao longo dos tempos. Imoral e obsceno – essa a fama que o tempo lhe reservaria –, mas também reflexivo, guerreiro e profundamente humano, são apenas alguns dos adjectivos que a leitura da sua produção preservada não pode deixar de suscitar

Do livro em causa, que nos permite conhecer melhor as nossas origens culturais mais remotas, escolhi o seguinte poema (página 102):

“Aos deuses tudo se atribui. Muitas vezes das desditas
os mortais erguem, prostrados sobre a negra terra,
muitas vezes derrubam os que caminham
bem firmes, a que depois de muitos males advêm,
e com falta de meios um homem vagueia, perdida a razão”.

Sem comentários:

A LIBERDADE COMO CONSTRUÇÃO HUMANA E FINALIDADE ÚLTIMA DA EDUCAÇÃO

"O Homem é incapaz de gerir a sua liberdade por natureza.  É preciso educar-se a si mesmo.  Disciplinar-se, instruir-se e finalmente, ...