No dia 1 de Abril (não, não é mentira) o Futebol Clube do Porto - Futebol SAD emitiu um comunicado em que contesta uma decisão da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional castigando com um jogo de suspensão e uma multa o jogador portista Lisandro Lopez por, alegadamente, num jogo contra o Benfica no Estádio do Dragão (1-1, há quase dois meses) ter simulado uma grande penalidade (a referida Comissão fala em "simulação evidente de grande penalidade inexistente" ).
É normal que as decisões futebol sejam contestadas. O que já não é tão normal é o facto de o Porto invocar as leis da física e até o nome de Newton em sua defesa, mostrando um grau de cultura científica que não é vulgar nos clubes portugueses. Apesar de ser físico, não me pronuncio, até porque o lance não é fácil de avaliar. Mas, para que os leitores possam avaliar por si mesmos, deixo, em cima, tiradas do "You Tube", imagens do lance do penalty que foi assinalado pelo árbitro e, em baixo, o extracto do comunicado do Futebol Clube do Porto. Será que a Comissão Disciplinar conseguiu "reinventar mesmo as leis da Física", como afirma o comunicado?
"Ao cabo de 176 jogos do campeonato principal, e após um dos raríssimos processos sumaríssimos desencadeados pela CD da LPFP, foi detectada uma pretensa simulação de falta, porque, «pela forma como o braço de Hassan Yebda estava colocado, não se vislumbra como poderia causar a queda de Lisandro Lopez para a frente e de corpo direito». Ora, para além da estranha decisão, a CD da LPFP consegue reinventar as leis da física, deixando Newton às voltas no caixão."
9 comentários:
Acho que acaba de dar a resposta no seu texto, quando diz: "até porque o lance não é fácil de avaliar". Ora isto é exactamente o oposto de "simulação evidente". Das duas uma, ou é evidente, ou é difícil de analizar.
Quanto às leis de Newton, e em particular às da consevação do movimento calcule-se o Trabalho que o braço de yedba teria que exercer para Lisandro cair de costas.
Para mim não é claro se o empurrão de Yedba é ou não suficiente para desiquilibrar Lisandro, possivelmente não, mas daí a afirmar que só seria penalty se Lisandro caísse de costas é obra, até porque para tal acontecer nem imagino como ficariam os orgãos internos do mesmo após tal impacto.
De facto, o lance não é dos mais flagrantes. Mas convenhamos, um braço no nosso peito nunca nos fará cair para a frente, quando muito desacelera-nos ou faz-nos cair para o lado (neste caso, para o lado direito de Lisandro). Por isso, deixem lá o Sr.Newton em paz, foi um belo mergulho para a piscina!
Assim é que é ó Fiolhais , tu vais a todas !
É "copy-paste" que ferve !
Será a incontinência provocada por alguma lei da Física ?
O Lisandro é superior às Leis da física. O Lisandro é tão bom jogador, que ele próprio é uma singularidade, logo é normal que estes casos se sucedam e pensem que ele está a simular penalties, quando na verdade as leis da física não se aplicam a ele. Esta multa é um escândalo!
"Estou?....está lá?...hâ?" - Zé Manel Posidónio ao telefone numa cabine pública a tentar ligar para casa.
Um transeunte q passa - "Desculpe, mas tem q carregar neste botão."
Posidónio carrega no botão e pelo bocal leva com uma torrente de "smarties".
"O q é isto? Chocolate com amendoins?", o Posidónio. E o transeunte 'é o doseador público de vitaminas. O scanning é feito pelo ouvido e depois é determinada a sua DDR que lhe é fornecida gratuitamente. O senhor é de onde?"
O Posidónio "Sou de Braga, mas já estou cá na Suiça à vinte e tal anos". O transeunte encolhe os ombros e afasta-se.
Senta-se no chão. Olha em volta, o mundo parece-lhe estranho. Parece-lhe outro tempo.
Bem.
Não quero ir demasiado longe e por isso não fico à espera que o Pinto da Costa esteja "às voltas no caixão"
Filósofos como Peter Singer e Fernando Savater observaram que a maioria das vezes que ouvimos expressões como "é imoral", "é indecente" ou "é inaceitável" a pessoa que as usa pretende censurar qualquer coisa relacionada com sexo - e não, por exemplo, a tortura ou a corrupção. Se tais filósofos fossem portugueses além do sexo podiam ter referido o futebol.
"Penalty? É indecente..."
"O quê? Não marcou penalty? Que vergonha!"
O interesse dedicado ao futebol pela generalidade dos portugueses tem sido muito útil a quem cá manda - de Salazar a Sócrates.
Fado, futebol e Fátima...
Isaac Newton é justamente considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos.
E, no entanto, era convictamente criacionista, acreditando que o conhecimento científico conduz a um maior e mais profundo conhecimento do Criador do Universo.
A sua tentativa de descobrir e formular leis naturais andava a par e passo com a sua crença num Legislador Sobrenatural.
Isaac Newton combinava uma grande capacidade e curiosidade intelectual com um vastíssimo conhecimento da Bíblia. Isso só deu profundidade ao seu pensamento.
Embora as filosofias científicas dominassem a epistemologia científica do seu tempo, Newton aproximou-se do conhecimento científico a partir de bases preponderantemente judaico-cristãs.
Não é que não existisse alternativa à crença em Deus na época de Newton. Pelo contrário.
As correntes naturalistas e evolucionistas existem desde há muito. Elas foram expostas e defendidas por muitos filósofos antes de Cristo, como Empédocles, Demócrito, Epicuro ou Lucrécio, que inspirou este blogue.
A noção grega da “grande cadeia do ser” já influenciava os intelectuais ingleses muito antes de Charles Darwin, como mostra o caso do avô de Darwin, Erasmus Darwin, que especulou sobre a origem naturalista da vida e a evolução das espécies.
O ateísmo já existia muito antes de Newton ou Darwin.
A fé bíblica de Newton estava longe de constituir a única opção de Isaac Newton.
Com base no estudo da Bíblia, Isaac Newton previu o retorno dos judeus à Terra prometida (o que viria a consumar-se em 1948) e dedicou muita atenção ao estudo do Terceiro Templo.
Também avançou com uma data para o fim do mundo, em 2060, mas fê-lo não tanto por convicção da sua correcção, mas mais para pôr fim à especulação que se desenvolvia no seu tempo em torno de tal tema, como teve o cuidado de explicar.
O conhecimento da Bíblia de Isaac Newton não era o produto da sua ignorância do pensamento grego ou de qualquer apetência infantil para a crença em mitos ou lendas, mas sim da sua convicção profunda acerca da inspiração da Bíblia. Nas suas palavras, ‘I have a fundamental belief in the Bible as the Word of God, written by men who were inspired. I study the Bible daily.’
O conhecimento da Bíblia de Isaac Newton não era produto da sua ignorancia mas era talvez resultado do contexto da época.
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