segunda-feira, 6 de abril de 2009

Preservativos


Como é habitual e ainda a tempo, a crónica de J. L. Pio de Abreu no "Destak" de sexta-feira passada:

Sempre foram a solução mais simples para fruir o prazer sem conclamar as dores - de parto e outras. Os nossos antepassados conheceram-nos em materiais primitivos e incómodos, como a tripa de carneiro. Hoje, os novos materiais permitem que eles existam em todos os tamanhos, texturas, cores, cheiros e sabores. São objectos artísticos de uso amigável mas destino efémero.

Tal como a privacidade do uso, a sua circulação era outrora secreta. Comprados a meia voz ao farmacêutico de confiança, logo voavam para os esconderijos dos psichés. Mas também isso mudou: oferecem-se agora em instituições de saúde, saem, a troco de uma moeda, de caixas colocadas em paredes oportunas, circulam em porta-chaves e apresentam-se num encontro quente ocasional como sinal de jogo limpo e sábia precaução.

A utilização do preservativo assinala que a relação não tem intenções malévolas. Não consta que os violadores o usem, como não o usam aqueles que querem condicionar os parceiros. Também o não usa quem, consciente ou inconscientemente, se move pelo desejo oculto de espalhar nos outros o mal que transporta. Neste tempo, um relacionamento sexual desprotegido pode ser assassino.

Com a privacidade cada vez mais difícil, existem hoje prazeres alternativos, como o protagonismo público. Às vezes, basta dizer certas palavras para se alcançar um orgasmo mediático. São em geral palavras insólitas, mas as malévolas e assassinas produzem o mesmo efeito. É aqui que os preservativos podem ser de novo úteis. Basta colocá-los na língua durante o protagonismo público.

J.L. Pio Abreu

2 comentários:

Margarida disse...

Necessário, mais do que se imagina, focar este tema.
Porque ainda é objecto de espanto, de chalaça e de repúdio por muita cabecinha inconsciente por aí.
De quem menos se esperaria, até.
E depois, não cai por terra só o desejo, mas - mais sério - a admiração e o respeito.
Escrevi 'necessário'?
Nã... URGENTE!

Anónimo disse...

uma mistura à base de gordura butírica na forma de emulsão do tipo água em óleo, utilizada na indústria alimentar e contendo os ingredientes seguintes (teores em peso): matérias graxas 70,4% (matérias graxas sobre base seca 97,8%), proteínas 1,06% (proteínas sobre base seca 1,5%), lactose 1,3%, umidade 28% (esta pasta de espalhar láctea é às vezes denominada “queijo fresco com alto teor de matérias graxas”) é classificada no código SH040520


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