domingo, 5 de abril de 2009

Ovos, coelhos e infinitos

Mais uma deliciosa crónica de Nuno Crato, aqui.

2 comentários:

Jose Simoes disse...

"Não contava o coelho com as diabruras do seu ajudante, que trocou os números e colocou a etiqueta 11 no ovo 2, a 21 no ovo 3, e assim por diante".

Preferia uma regra mais clara. Imagino que o ovo 4 recebe o número 31. E que não mudou a etiqueta do ovo originalmente 1.

"Desta forma, o Filipinho retirou o ovo 1 quando o seu chefe colocou os primeiros dez no saco"

Não vejo que isso seja substancialmente diferente do plano origina. Dez ovos são dez ovos independentemente do número que tenham escrito na casca.

Talvez o autor queira dizer que ele retirava um ovo sempre que o patrão colocasse o ovo cujo algarismo (digito) final fosse 1 (depois de alterado o número). Nesse caso o ajudante (se ignorante) e o coelho PENSAVAM que se retirava o ovo 1 quando o seu chefe colocou os primeiros dez no saco, mais isso era falso (porque eles estavam enganados) o portanto a frase do autor do texto:

"Desta forma, o Filipinho retirou o ovo 1 quando o seu chefe colocou os primeiros dez no saco"

é falsa, é apenas a crença ERRADA do coelho, que não se torna realidade por ser uma crença

"Imaginou o 27? Imaginou o 10.145?"

Posso imaginar, tal como posso imaginar outras coisas impossíveis. E é isso que o facto é. Depois da manobra do ajudante todos os ovos têm um número inteiro (e positivo já agora) cujo dígito final - quando expresso em base 10 - é o digito 1. Portante é imposível existirem os avos 27 ou 10.145.

Eu sei que o coelho foi burro pois pensava que tinha posto uma série de 10 ovos sempre lhe passava um ovo terminado em 1 (ou seja sempre que tivesse posto 1 ovo).

Mas descoberto o problema podiam sempre repetir a operação (com regras ligeiramente diferentes) e ficar com os 2 sacos cheios (e o saco para 2010 também dá para 2011, que dá para 2012, etc).

Precisamos é de coelhos espertos que saibam usar a alavancagem e de empregados que não discutam ordens.

O que me lembra...

José Simões

Anónimo disse...

O texto retrata um comportamento para valores infinitos.

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