sexta-feira, 21 de março de 2008

A FÍSICA DOS OVOS DA PÁSCOA

Minha crónica do "Sol" de hoje:

O ovo surgiu antes da galinha. E, segundo uma tradição persa muito antiga, o Universo teria nascido de um ovo primordial. Esta é uma teoria mitológica do “big bang”, mas talvez seja por isso que, no renascer da Primavera (na religião católica associado à Ressurreição), se façam bonitos ovos – os ovos de Páscoa – para oferecer. Estes começaram por ser ovos cozidos aos quais se pintava a casca com motivos alegóricos, mas agora são também e sobretudo deliciosos ovos de chocolate.

Podem fazer-se interessantes experiências de física com ovos crús ou cozidos. Muita gente sabe que a qualidade de um ovo cru se pode verificar colocando-o em água. Se afundar estará bom, ao passo que se flutuar estará provavelmente estragado. Claro que só se devem cozer os ovos bons! Um ovo depois de cozido fica muito parecido com um ovo cru. Como distingui-los?

Pois pode-se distingui-los por meio de experiências simples, sem destruir o ovo cru. Uma delas consiste em pôr os ovos a rodar. O ovo cru tem mais inércia a rodar devido à presença de líquidos no seu interior (o processo de cozedura muda a estrutura das proteínas, dando-lhe uma consistência sólida). Pelo contrário, o ovo cozido começa a girar sem grande dificuldade. Se tentarmos parar o movimento, por exemplo pressionando suave e brevemente o ovo com um dedo, o ovo cru tende a continuar a girar, ao passo que o ovo cozido se imobiliza imediatamente.

Mas há uma experiência ainda mais engraçada para distinguir os dois ovos. Coloque-se um ovo cozido – pode ser um lindo ovo de Páscoa todo pintado – a rodar a partir da sua posição de equilíbrio, isto é, o ovo na horizontal. É preciso impulsionar bem o ovo numa superfície larga. Então o inesperado acontece: a certa altura o ovo eleva-se, passando a girar em torno do seu eixo de simetria, isto é, com o ovo em pé e não o ovo deitado. O mesmo já não acontece com um ovo crú. A nova situação dinâmica é estável num caso e não no outro.

O leitor pode divertir-se a fazer estas experiências agora pela Páscoa!

7 comentários:

Anónimo disse...

Que post mais estapafúrdio para o De Rerum Natura! E isto é suposto servir para quê, para além de mostrar que o Carlos Fiolhais escreve para o Sol?

Anónimo disse...

Para além de ser mais um artigo retemperado, uma vez mais o nível é medíocre. Sobre a relação dos ovos (símbolo de fertilidade), a primavera e a páscoa, imensas coisas, com interesse, podem ser ditas. Há imenso que pode ser escrito sobre este assunto, mas Carlos Fiolhais fica-se pelo completamente parvo "mas talvez seja por isso que, no renascer da Primavera (na religião católica associado à Ressurreição), se façam bonitos ovos". Tanta ignorância...

Depois, enche-nos de Física do dia-a-dia no seu sentido mais vulgar. Qualquer dia põe para aqui receitas de culinária elementar.

Carlos Fiolhais, se é um facto que a sua carreira académica morreu (o homem não publica nada de relevante há anos), pelo menos aproveite o tempo da reforma activa para ler umas coisitas. Olhe, porque não um livro a páscoa e os seus símbolos.

Carlos Medina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Medina Ribeiro disse...

Julgo que o fenómeno referido no fim do 'post' (o eixo do ovo roda 90º, e ele 'eleva-se', tomando uma posição aparentemente mais instável), ainda não está bem explicado.

Sucede o mesmo com certo tipo de piões. Nestes, o fenómeno é ainda mais acentuado: há uma rotação de 180º do eixo de rotação.

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Em ambos os casos, o paradoxo tem a ver com o facto de ser previsível que um corpo em movimento evolua para posições mais estáveis (de mais baixa energia), quando o que se passa com o ovo e o pião conduz a situações aparentemente opostas.

Daí, o espanto de quem assiste às experiências, seja um miúdo de 3 anos, seja um adulto.

Carlos Medina Ribeiro disse...

O "Anónimo (m/f)" do 1.º comentário pergunta «E isto é suposto servir para quê...»?

A ideia de que «o conhecimento só interessa se servir para alguma coisa concreta» não é só típica dos nossos tempos em que a imbecilidade reina:

Um dia, numa aula de Euclides, um aluno fez-lhe a mesma pergunta.
O mestre, em resposta, mandou dar-lhe uma moeda e, em seguida, expulsou-o.

Anónimo disse...

Muito divertido! Eita pessoal
mal humorado, heim?

Anónimo disse...

Para além da historieta que qualquer pessoa com o mínimo de cultura conhece, o Carlos M Ribeiro dá-se ao ridículo de não perceber que a questão: "E isto, para que serve?", mesmo quando aplicada ao conhecimento, é uma questão séria, que deve ser enfrentada com seriedade. Não se resolve com uma balela de café.(resta saber o que Carlos MR entende por conhecimento. Vão por mim, não entende nada para além de anedóticas vulgaridades).

Fica aqui o desafio: Para que serve?

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