quinta-feira, 12 de julho de 2007

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A não perder o artigo «O mar e as entranhas – histórias de bactérias» de Luis Azevedo Rodrigues publicado hoje no jornal «O Primeiro de Janeiro» e que o autor reproduz no blog «Ciência ao natural». O artigo fala, entre outras, da Helicobacter pylori, uma bactéria que infecta o revestimento mucoso do estômago humano - a Helicobacter e a Campylobacter partilham o nosso sistema digestivo e o artigo fala da sua evolução de ancestrais marinhos de grande profundidade - e que pode causar úlceras pépticas, alguns tipos de gastrite e de cancro do estômago. Reproduzo o excerto que fala desta bactéria:

«A Helicobacter pylori, descoberta em 1982, está presente em metade da população mundial, sendo a causadora da inflamação da mucosa do estômago bem como das úlceras gástricas e do duodeno. A descoberta desta relação concedeu, em 2005, o prémio Nobel da Medicina a Barry Marshall e J. Robin Warren.

O minúsculo ser vivo acompanha a espécie humana desde há muito num fenómeno coevolutivo, facilitado pela sua grande variabilidade genética.

Segundo investigadores do Instituto Max Planck em Berlim, a Helicobacter tem sido transmitido de pais para filhos desde a nossa ancestral saída de África.

Reconstruindo a árvore evolutiva desta bactéria, foi possível identificar dois grandes ramos – um que infecta os europeus e norte-americanos e outro que afecta sobretudo os asiáticos. Essas duas linhagens estão associadas às migrações humanas, permitindo reconstituir essas antigas movimentações.»

25 comentários:

Anónimo disse...

Não é o calor: é mesmo patológico. Definitivamente este blog assumiu-se como anti-religião e agora até liga outros blogs anti-religião.

Para quando, meus senhores, assumirem no vosso manifesto a vossa agenda ateísta, materialista e anti-religião?

Anónimo disse...

Concordo com o anónimo. Basta atentar nos três últimos posts para se confirmar o ataque à religião que caracteriza este blog. O post do Fiolhais a atacar a religião disfarçado de erudição histórica, o post sobre a cientologia e o prato forte do blog: o ataque à verdade no post sobre criacionismo.

O número de posts sobre evolução não é por acaso: os autores querem fraudulentamente "vender" as suas teorias como se fosse ciência, escondendo que todos os dados científicos confirmam que só o criacionismo é capaz de os explicar.

Joana disse...

Recordando a minha promessa de contenção só digo: este pessoal passa-se!

Nem sei que dirão dos livros de biologia e medicina: obra do Demo, certamente, todos devotados a espalhar a palavra do anti-cristo e a advogar a evolução.

Só tenho curiosidade em saber porque é estes criacionistas nunca assinam as ... regurgitações ... com que inundam todos os blogs de ciência do país!

Anónimo disse...

Doutora Palmira:
"... tem sido transmitido de pais para filhos ..." Dito desta forma parece que a bactéria tem sido transmitida de uma forma genética.
Há alguma semelhança com a transmição da SIDA da mãe para o filho?
Será transmitida por via hemática "in utero"?
Ou será apenas transmitida pelo contacto após o nascimento, tal como é transmitida a gripe, ou a meningite meningocóccica?
Parece-me que esta última hipótese é a mais viável. Sendo assim, de pais para filhos, mas também de avós para netos, ou de tios para sobrinhos, ou até entre pessoas sem parentesco algum.
Obrigado.
Maria Daqui

Ciência Ao Natural disse...

Caro anónimo(s) jonatasianos e criacionistas menos derivados,

Raramente vos comento em matérias que não envolvam a minha área de trabalho.
Não poderia, no entanto, deixaria de vos dizer o seguinte:
-com agrado, fundado apenas na ignorância de pessoas por quem nutro desacordo intelectual, verifiquei que os epítetos à minha pessoa entraram num campo original – apelidarem-me de anti-religioso.
-poderia tecer considerações sobre a minha religiosidade ou a inexistência dela mas seria, na minha opinião, revelar pormenores pessoais que somente a mim dizem respeito – não conhece quem quer, apenas quem a isso está disposto – e Vossa Excelência não merecem tal agrado.
-é com satisfação que vejo que não largaram as dicotomias argumentativas a que, habitualmente, recorrem – ou pró-criacionismo ou anti-religioso.
Deverei, por analogia e no mesmo nível de raciocínio, perguntar-vos que se for pró-Beira-Mar serei um esconjurado anti-Académica? Pois então sim! Venham de lá essas capas da Briosa inundar os meus ovos-moles beira-maristas!!
E quanto ao Sumol? Prazenteiros consumidores de Sumol de ananás inibirão a consulta de blogs pró-Sumol de laranja?

Se ser anti-religioso é pactuar intelectualmente com as atoardas, ignorâncias voluntárias e maniqueísmos de Ciência vs Religião, pois que seja.
Prefiro partilhar o Inferno com os primos Pan troglodytes que o Céu com exemplares Homo sapiens como vós.
Ao menos sei o que move os meus primos – felicidade, seja a procriar, comer ou o que for.
A vós o que vos move? A felicidade dos outros?
Duvido.
O medo. A ignorância. A manipulação deliberada.
A mim move-me procurar a minha felicidade e a dos outros.
Se passar pela religião, que passe.
Se não passar, deixai-a.
O que vos digo é o mesmo que digo a quem critica a religião alheia: não voltareis a provocar que sinta tristeza por pertencer ao mesmo género e espécies que vós.
Ignoro-vos. Ou melhor, tento.

Luís Azevedo Rodrigues

Ciência Ao Natural disse...

Cara Maria Daqui,

Das referências que consultei a Helicobacter pylori parece desenvolver-se nos primeiros anos de vida e estar a relacionada com transmissão pessoal, a partir contacto de mãe para filho e entre irmãos.
As vias de transmissão parecem ser (digo parecem por que as fontes que consultei não o comprovam inequivocamente) “gastro-oral, oral-oral and faecal-oral”.
Como foi escrito pode levar interpretação que deu.
As minhas desculpas.

Fonte

Helicobacter pylori occurrence and transmission: A family affair?
Kivi, Mårten; Tindberg, Ylva. Scandinavian Journal of Infectious Diseases, Volume 38, Numbers 6-7, -7/July 2006 , pp. 407-417(11)

Anónimo disse...

Para evitar o "ataque à religião que caracteriza este blog", mudemos de assunto e dicutamos política.
Eu, por exemplo defendo a tese, que li um destes dias algures num blogue:
Nas guerras religiosas o criminoso é Deus.
Alguem quer dar o pontapé de saída?

Anónimo disse...

Voltando à transmissão da dita cuja bacteria, e sendo leigo na materia , me parece improvável que a mesma se faça por via “gastro-oral, oral-oral and faecal-oral”, e isto por imaginar que o ambiente no estomago humano com um ph baixissimo será bastante diferente do meio ambiente na boca ou mesmo fecal. conseguirá tal bacteria sobreviver em meios tão diversos e adversos? no entanto não deixa de ser fascinante que tanta gente seja portadora, embora neste caso até ache que 50% de contagio até será um percentagem por baixo...


Atentamente, Satanucho

Unknown disse...

Nem este comentário nem o blog do Luís (bom por sinal) têm nada a ver com religião. A Palmira tem dado uma importância demasiado ao criacionismo (coisa com o Luís não faz). Confunde muitas vezes o criacionismo com o pensamento religioso em geral, criam-se antagonismos e diconomias inúteis. Por isso eu continuo a pensar que é grave utilizar-se o criacionismo como propaganda anti-religiosa. No fundo cai-se no mesmo maniqueísmo que o Luís tanto critica. Os comentários dos anónimos é idiota, aliás eu penso que eles nem leram o post.

Seria muito interessante establecer uma relação entre a distribuição dos dois tipos de bactérias e a distribuição dos diferentes tipos de famílias linguísticas.

Anónimo disse...

Meus caros, não entro nesta barafunda. E por uma razão muito simples: temo que alguns frequentadores do "blog" estejam a inventar essas parvoíces criacionistas (no sentido não evolucionista), para darem largas à sua verrina. Isto explicaria tanto "anónimo", a pressa com que eles surgem (quase sempre os primeiros) e a falta de relação entre o comentário (como é o caso) e o "post". Prefiro fazer figura da parvo acreditando nesta hipótese do que de títere aceitando a manipulação.

Joana disse...

Claro que o Cláudio Pascoal acha que se dá demasiada importância ao criacionismo :)

Pensava eu que o criacionismo era mesmo uma coisa de fanáticos cristãos e muçulmanos. Aqui o Claudio Pascoal pensa que não pelos vistos e acha que denunciar as inanidades criacionistas é ser-se anti-religioso. QUe se há-de fazer? Faz parte do código genético das religiões...

Em relação à Helcobacter, um dos grandes especialistas no assunto é português o prof. Sobrinho Simões. A infecção dá-se geralmente na infância por transmissão oral-oral ou fecal-oral. Ainda não conhecemos totalmente como se faz essa transmissão. Mas sabemos que grande parte das crianças portugueses antes dos 5 anos de idade já estão infectadas.

Num estudo realizado no Norte de Portugal encontrou-se uma prevalência global de infecção de 79,1%.

Cerca de 10-15% dos infectados progridem para doença ulcerosa e há uma relação entre o H. pylori e alguns cancros do estômago ( adenocarcinoma e linfoma MALT )

Joana disse...

Daniel de Sá:

Em vez de teorias conspirativas que tal espreitar o blog do Ludwig no label criacionismo e confirmar a invasão de anónimos com discurso igual ao que escrevem aqui?

Posso dar-lhe outros como o Memória Inventada do Vasco Barreto

Anónimo disse...

acordou cedo, joaninha. a palmira ainda não lhe atirou uns cristãos para a menina brincar?

Anónimo disse...

Eu gosto das teorias da conspiração que os crentes inventam como desculpa :)

Acabei de ler no Pharyngula outra teoria da conspiração no género. Os idiotas inventaram a desculpa que as agressões e ameaças a evolucionistas foram "inventadas" pelos evolucionistas para darem largas à verrina anti-religiosa.

Porque será que esta gente é igual em todo o lado do mundo?

Anónimo disse...

As cartas ameaçadoras de Boulder estão no Pandas Thumb:

indeed i charge you and your devilutionist colleagues with being the source of every imaginable evil in our society: drugs, crime, prostitution, corruption, war, abortion, death, for the simple reason that you, the supposed elite of academia, teach our children that life has no higher purpose, value, or meaning.

i charge you with being a murderer of souls.


ou

Pastor Jerry Gibson spoke at Doug Whites New Day Covenant Church in Boulder.

He said that every true Christian should be ready and willing to take up arms to kill the enemies of Christian society.


Parece familiar? Porque será que esta gente é igual em todo o lado do mundo?

Anónimo disse...

o joão paulo faz-me lembrar uma mocinha. pensando aqui... quem será?

Anónimo disse...

pensava que o António Parente tinha prometido deixar de comentar aqui...

Anónimo disse...

E continua sem comentar... pensou apenas em voz alta e decidiu compartilhar uma dúvida existencial... mas agora ficou cheio de certezas... ;-)

Anónimo disse...

Se a Joana tem razão, sou parvo, e pronto. Eu mesmo me declarei previamente como tal, caso a minha dúvida não fosse razoável. E sou igual a todos os outros, por sentença do João Paulo.
Desculpem, pois, a má companhia que vos tenho feito.
Daniel

esculpices disse...

Os crentes permitem-se ataques pessoais pois sentem-se agredidos pela revelação de determinados factos que preferem recusar (o que não conhece e não duvida é susceptível à mentira, ao dogmatismo e à manipulação, em suma, à maldade, em contraposição ao que conhece um pouco mais e de tudo duvida). A bestialidade e a estupidez instaladas são constrangedoras, mas não será motivo de incómodo: “Felizes os pobres de espírito porque deles é o reino de Deus”.

Anónimo disse...

Caríssimo,

lembro-lhe os livros de Alexandra Solnado (produto português)...

P.S sugeri "Segredo" ao bruxo que recentemente se instalou na minha aldeia - um excelente complemento das suas consultas.

Mãe de búzios reformada

Anónimo disse...

É interessante dar conta do surgimento de várias vozes a favor do criacionismo. Este blog está a tornar-se de facto muito interessante.

As bactérias são muito interessantes, do ponto de vista criacionista. Michael Behe dedica-lhes alguma atenção no seu último livro The Edge of Evolution, embora o livro dedique maior atenção à malária e ao HIV.

Apesar de as mesmas serem altamente reprodutivas e mutantes, as mesmas continuam essencialmente bactérias. É claro que se verificam mutações, variações e adaptações. No entanto, as mesmas não favorecem a evolução de partículas para pessoas.

A variação genética ao longo do tempo não é acompanhada da formação de inovadores e complexos sistemas bioquímicos.

Diferentemente, as bactérias reproduzem-se de acordo com a sua espécie (potencial genómico) dando mostras de terem sido desenhadas com capacidade para se adaptarem.

Para quem quiser recolher mais informações sobre as bactérias, do ponto de vista criacionista, pode consultar

www.creationwiki.org

A enciclopédia criacionista mais perto de si!

P.S. Vale a pena ler a tirada de Richard Dawkins contra Michael Behe para perceber quão depauperada anda a retórica evolucionista. Na falta de argumentos científicos, sobra apenas o insulto, os ataquea ad hominen e a velha ideologia naturalista.

Mas a isso voltaremos brevemente.

Ciência Ao Natural disse...

Caro "Jónatas",

da mesma forma que uma bactéria não se transforma num vertebrado como Vossa Excelência, também um professor de Direito não se transforma numa sumidade de evolução.
As suas recensões na Amazon não o transformam numa sumidade na teoria biológica da mesma forma que Richard Dawkins não opina sobra a liberdade religiosa e comunicação social.
Baptize o que quiser desde que saiba o que baptiza; não confunda retórica de liberdade religiosa com
liberdade ignorante.
E sim, tenho algo em comum consigo: a incapacidade de perceber o tempo geológico.
A minha emocional; a sua voluntariamente ignorante.

Luís Azevedo Rodrigues

Fernando Martins disse...

Caro Luís:

Parabéns pelo texto, que li inicialmente no seu Blog (e que vou transcrever para o meu Blog Geopedrados). Deixe os burros zurrar, que lhes faz bem ao ego - a estupidez ainda não se propaga como a "Helicobacter pylori"...

É pena que esses aprendizes de aldrabões não assinem com o nome (tipo jónatas...) o vómito (regurgitado milhares de vezes, que isto do "copy-past" é uma bênção, provavelmente bíblica...) com que poluem Blogues de Ciência...

Anónimo disse...

Os cientistas descobriram o número de genes necessário para fazer aquele que é considerado o ser vivo mais simples: uma bacteria. Para surpresa dos evolucionistas, o número é muito superior ao que se pensava. Mais de 50% superior. Por exemplo, inicialmente pensava-se que a bactéria E. coli tinha 134 genes essenciais. No entanto, os novos estudos apontam para cerca de 245.
Um outro aspecto interessante, é que os cientistas, com toda a informação e inteligência acumulada, não conseguiram produzir mesmo a mais simples bactéria em laboratório. Mas mesmo que o conseguissem, isso só demonstraria a necessidade de inteligência, informação e a tecnologia mais avançada para o conseguir. Aqui as mutações aleatórias e a selecção natural nada têm a dizer.
Está por explicar o mecanismo que consiga acrescentar informação ao genoma, criando novas estruturas e funções, para além da alteração de DNA pré-existente. Até agora os cientistas ainda não conseguiram encontrar um mecanismo que acrescente nova informação genética complexa.
Por esses motivos, muitos criacionistas acham que as bactérias testemunham a existência de um Criador.

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