quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ideias realmente perigosas


É curioso que o Desidério tenha escrito o post sobre ideias perigosas numa altura em que nos Estados Unidos o grupo American Vision (A Biblical Worldview Ministry) lança a campanha contra o ateísmo e a racionalidade de que este vídeo é apenas um exemplo.

No website criado para combater o ateísmo e a razão pode ler-se:

«American Vision is launching a relentless and systematic response to militant atheism. We've produced a brilliant 2-minute commercial that we plan to broadcast globally via the Internet and Television».

A ameaça de globalizar este ataque insano ao ateísmo não é vã: as emissoras cristãs dominam os media nos Estados Unidos, se não ainda em audiência, pelo menos nas costas Leste e Oeste, para já no número de estações que integram a National Religious Broadcasters, NRB. A história do crescente domínio cristão nas ondas hertzianas é descrita no número de Maio/Junho de 2005 do Columbia Journalism Review, bem elucidativamente denominado «The Rise of Faith Based News», especialmente no artigo «Stations of the Cross». Por exemplo, a Trinity Broadcasting Network (TBN) possuía 13 estações de televisão em meados dos anos oitenta e em 1999 detinha 406 estações de TV nos Estados Unidos, 346 no resto do mundo, alimentava 4 886 sistemas cabo, 10 milhões de antenas satélite e dispunha de 2.5 milhões de watts de poder radiofónico.

Aliás, o documentário que a American Vision oferece na sua loja do criacionismo, Darwin's Deadly Legacy: The Chilling Impact of Darwin's Theory of Evolution - que pretende mostrar «porquê a evolução é uma má ideia que devia ser descartada no caixote de lixo da História» já que (o criacionista) Hitler seria, supostamente, um evolucionista - passou em muitas destas estações de televisão.

A American Vision, uma instituição dominionista fundada em 1978 por Steve Schiffman e dirigida actualmente pelo criacionista da Terra jovem Gary DeMar, tem como missão «equipar e dar poder aos cristãos para restaurar as fundações bíblicas da América». Para estes dominionistas, a democracia «é o primeiro passo para o fascismo» e a sua primeira linha de acção passa pela afirmação da supremacia das lei de Deus sobre as iníquas leis dos homens, nomeadamente pela aplicação de castigos «bíblicos» aos «pecados bíblicos», isto é, pena de morte para «crimes» como a homossexualidade, adultério, apostasia, heresia, aborto e muitos outros.

É no mínimo irónico que a mesma instituição que advoga a perseguição e condenação à morte dos que não seguem a sua mundivisão, considere que é necessário combater o ateísmo porque:

«The French Revolution, Communism, Nazism, etc. have taught us that the atheistic worldview will inevitably lead to the persecution of Christians and the killing of anyone who gets in the way. What's worse is that atheism is paving a wide road for Islam to advance in our nation and around the world».

Para além do estafado argumentum ad nazium ou reductio ad Hitlerum que utilizam para tudo e mais umas botas, desmistificado há mais de meio século por Leo Strauss no capítulo II do livro «Natural Right and History», tal como PZ Myers acho bizarro que os dominionistas americanos considerem que o ateísmo seja o caminho para o islamismo. Especialmente se considerarmos que Sam Harris e Christopher Hitchens, dois dos mais vocais ateístas norte-americanos, são especialmente críticos do fundamentalismo islâmico...

Acho especialmente bizarro que um evangélico cite a Revolução Francesa e Robespierre já que, tal como os protestantes, Robespierre, um deísta, se opunha veementemente ao poder do Vaticano, não à religião. Aliás, a oposição ao conceito de uma igreja centralizada sob a autoridade papal recebeu o nome de «galicanismo» por se ter manifestado com mais vigor em França, desde os primórdios da Contra-Reforma. De facto, o rei, que até aí nomeava os bispos, opôs-se à aplicação em território francês da reforma tridentina e apenas em 1615 os decretos do Concílio de Trento foram promulgados neste país. O galicanismo foi retomado mais tarde pela Revolução Francesa e, depois, pela monarquia francesa restaurada, tornando-se no século XIX, como reacção ao concílio Vaticano I de Pio IX*, o modelo seguido por grande parte dos Estados onde a maioria da população era católica.

Os argumentos apresentados neste anúncio descrito como «brilhante» (brilliant não bright...) são completamente imbecis. Por exemplo, é afirmado que «Sam Harris usa palavras como 'racional,' 'razão,' e 'realidade,' e pensa que Deus não é real» o que, na linha de (ir)raciocínio desenvolvida pelos «brilhantes» dominionistas, transformaria, por exemplo, o papa Bento XVI num perigoso ateísta!

Como diz o Desidério, sob a capa do respeito pelas diferenças é politicamente incorrecto e seria visto por muitos como um «ataque ao cristianismo» desmontar as palermices e falácias destes dominionistas, aos quais estou certa que a esmagadora maioria dos cristãos se opõe. Considerando os seus objectivos, é de facto assustador, muito assustador que seja considerado uma ideia perigosa dizer que a irracionalidade e a mundivisão destes (poucos) cristãos é um mal.


*Numa carta circular dirigida aos governos europeus, o chanceler Bismarck alertou os seus congéneres para o facto de que, após o concílio Vaticano I, os bispos se tinham tornado meros instrumentos do Papa. Num discurso no Reichstag em 1872, Bismarck afirma mesmo que:

«Não acredito que, depois dos dogmas recentemente expressos e publicamente promulgados pela Igreja Católica, seja possível a um poder secular chegar a uma concordata, sem que esse poder seja, em certa medida ou de alguma maneira, humilhado.»

Otto von Bismarck unificou a Alemanha sob controle prussiano e após a incorporação dos estados católicos do sul e parte do que é hoje a Polónia, não via com bons olhos que os católicos, representados pelo Partido do Centro Católico - que uns anos depois daria de bandeja a chancelaria a Hitler, que pretendia combater o ateísmo da República de Weimar -, colocassem a autoridade papal acima da autoridade do estado alemão. Assim, tentou restringir e conter o poder político de Roma com a Kulturkampf (a luta cultural que estabeleceu, por exemplo, o casamento civil, devidamente condenada por Pio IX na encíclica de 1875 Quod Nunquam), especialmente com o Kanzelparagraph - que ameaçava com até dois anos de prisão os clérigos que fizessem declarações políticas dos púlpitos.

A recusa de Pio IX em reconhecer a legitimidade dos governos que não aceitassem a autoridade temporal do Vaticano, nomeadamente a recusa de Pio IX em aceitar o novo estado monárquico constitucional italiano e a excomunhão de todos os católicos que participassem em qualquer processo democrático, tiveram como consequência o oposto do pretendido pelo Papa. De facto, o poder de Roma na sociedade civil foi diminuindo um pouco por toda a Europa, nomeadamente com a secularização do ensino e a instituição do casamento civil, mesmo em países como a Áustria, um país tradicionalmente católico.

38 comentários:

Joana disse...

Estes ... neuron challenged... teocratas da American Vision são do mais misógino que já vi! Aqulea de as mulheres estarem, na ordem divina, a meio caminho entre os homens e as bestas bate a de ontem da deputada do PSD na Madeira Rafaela Fernandes:

«A função das mulheres é, precisamente, a da procriação».

Esta gente é perigosa, muito perigosa. E o pior é que reconhecê-lo é (como aposto que vamos ver aqui) aproveitado por muitos para cristianovitimização, más companhias e tal...

Não interessa que quem usa a tal coisa das «más companhias» sejam os tenebrosos American visionists.

Joana disse...

Acho o máximo que segundo o raciocínio destes alucinados o Ratzinger seja um perigoso ateísta :)))))

Também achei gira esta no tal site:

"only American Vision is equipped to respond to every major attack on Christianity–especially the attack on the timing of Christ’s return as predicted by Jesus and the New Testament writers. Many Christians avoid the difficult “end-time texts” found in Matthew 24:34, Revelation 1:1, etc. And most ministries avoid the divisive topic of Bible prophecy all together. Yet the Bible instructs Christians to have an answer (1 Pet. 3:15)!"

Joana disse...

Alguns dos links fazem-nos descobrir coisas mesmo assustadoras!!

Como esta: "God's government prevails, and His alternatives are clear-cut: either men and nations obey His laws, or God invokes the death penalty against them."

e

"The Biblically approved methods of execution include burning (at the stake for example), stoning, hanging, and "the sword." Gary North, the self-described economist of Reconstructionism, prefers stoning because, among other things, stones are cheap, plentiful, and convenient. Punishments for non-capital crimes generally involve whipping, restitution in the form of indentured servitude, or slavery. Prisons would likely be only temporary holding tanks, prior to imposition of the actual sentence."

Anónimo disse...

Esta ideia perigosa de que fé de todas as pessoas tem de ser respeitada, ateus não são para respeitar porque ateus não têm fés, depois dá em coisas como o que aconteceu em Houston.

Um Terry Mark Magnum, depois de «milhares e milhares de horas» de estudo da Bíblia, acredita que foi chamado por Deus para matar homossexuais, porque a «perversão sexual» é o pior dos pecados.

Magnum acha que quando assassinou um homossexual estava apenas a exercer a sua fé.

Mas essa é velha: há muita gente, ICAR não escapando, que diz que as leis anti-discriminação de homossexuais são um ataque à liberdade religiosa dos cristãos! Não poder discriminar e insultar homossexuais é um desrespeito à fé cristã!

Anónimo disse...

As ideias devem ser combatidas com ideias.

O ateísmo é uma fé desprovida de qualquer fundamento empírico e racional, e deve ser denunciado como tal.

O ateísmo é uma visão do mundo. Não existe nenhuma maneira científica de demonstrar o ateísmo.

Pelo contrário, a complexidade da vida e as coincidências antrópicas favoráveis à vida são uma forte corroboração científica da visão bíblica do mundo.

Os cristãos não pretendem combater a ciência. Pretendem apenas demonstrar que a ciência corrobora a sua visão do mundo e desmente a visão do mundo ateista.

Não está em causa, de forma alguma, o regresso das teocracias fundamentalistas.

Os evangélicos, ao desafiarem o Papa e o Imperador no século XVI, foram os primeiros a desafiar a teocracia.

A ciência pôde desenvolver-se livremente depois de cortadas as amarras do do papismo, do tradicionalismo, escolasticismo e do artistolelismo.

Não é por acaso que a ciência se desenvolveu em maior medida nos territórios que mais sofreram a influência da Reforma.

Em causa está, apenas, a procura da verdade através da livre discussão de todos os temas, incluindo o ateismo e seus derivados, incluindo o darwinismo.

Se o darwinismo não tem qualquer base científica sólida, isso deve ser publica e abertamente afirmado, não contra a ciência, mas apenas contra o darwinismo (a bem e em nome da ciência).

Nada que contrarie a sociedade democrática e pluralista. Bem pelo contrário.

Pelos vistos, quem tem medo da discussão são os ateus, que, tal como a Roma de outros tempos, pretendem que as suas ideias sejam dissemidadas sem contestação, de preferência usando as escolas e universidaddes públicas como braço secular e secularizador.

Só há um problema. Há muitas pessoas que não partilham da ideologia naturalista e ateista e estão dispostas a contrariá-las, usando como única arma a troca de ideias e a persuasão. O que é inteiramente legítimo.

Tanto ateus como crentes têm todo o direito de argumentar e contra-argumentar, procurando persuadir. É essa a essência da liberdade.

Os dogmáticos acham que todos aqueles que deles discordam são perigosos. A Palmira é um bom exemplo disso mesmo.

JSA disse...

Posso propor aos autores do De Rerum Natura que impeçam os comentários anónimos? No mínimo dos mínimos que obriguem a escrever um qualquer nome, no lugar de "Anónimo", para tentarmos reduzir um pouco esta porcaria aqui de cima. O ideal seria a obrigação do registo, mas enfim, também se fecha os olhos à pintura de paredes.

Ó anónimo (Jónatas ou outro), olhe que o ateísmo não é uma fé. Veja lá se aprende uma coisa ou outra sobre a própria religião.

Joana disse...

jsa:

Que se há-de fazer? É impossível racionalizar com um fundamentalista. Para eles a razão, a realidade, a ciência são ataques à religião.

lembro-me de um link para um manual de biologia criacionista de um post antigo da Palmira em que era dada esta definição de falácia:

«Falácia: tudo o que contradiz a verdade revelada de Deus, não importa quão científico, quão estabelecido ou quão aparentemente consistente e lógico pareça».

O Jónatas segue esta máxima...

Anónimo disse...

"Tanto ateus como crentes têm todo o direito de argumentar e contra-argumentar, procurando persuadir. É essa a essência da liberdade."

Se têm tanta liberdade porque comentam anónimamente?

Catarina

José Oliveira disse...

Acho muito curioso ver a forma como estes tipos se defendem… Primeiro dizem que vão fazer um vídeo de resposta, mas depois dizem que só o vão distribuir entre eles (terão assim tantas dúvidas!).

Depois referem alguns sites, supostamente, maus e dizem para as pessoas irem lá ler… mas com cuidado!

Além disso citam autores pela metade, como aquela citação do Dawkins, da qual só vão buscar a última parte.

Se é assim que há uma discussão livre e aberta das questões, o que seria se os evangélicos dominassem tudo, como parece ser o seu projecto!?

Anónimo disse...

O cni (comentador não identificado) desta caixa tem razão quando diz que o ateismo é uma religião. Os ateus rezam ao vazio, os seus santuários são na antitese da anti-matéria (os mais próximos) e à falta de melhor comungam em sessões espíritas para equilibrar a mente :)

Há crentes de vários tipos. Os que lêem a bíblia pausadamente pois têm a vida inteira para o fazer, os que a lêem na diagonal porque têm mais que fazer na vida e os que a lêem aos quadradinhos em que cada tira dá uma epopeia. O cni integra-se claramente nesta sub-espécie sendo perito em fazer render o peixe. Se isto à primeira vista pode parecer sintoma de inteligência aguçada, quando falamos em religião, normalmente tal descai para o disparate sem uma pinga de noção do que se diz e do que é a realidade.

A única diferença que me parece existir entre os evangélicos cristãos americanos (e também se aplica a todos os outros) e os fundamentalistas islâmicos é exclusivamente a oportunidade. Se a ocasião se proporcionar, todos eles arrasarão tudo o que lhes possa aparecer pela frente que ponha em causa os seus propósitos.

Os próprios evangélicos confessam que na América o único poder que ainda não controlam é Hollywood. Aliás as estratégias de identificação do inimigo e de o combater são completamente paralelas às dos grupos terroristas. Por exemplo, as festas rave de adolescentes cristãos são muito piores em demência do que as claques organizadas do futebol europeu, e são incentivos contínuos para a grande batalha final que fará vingar o cristianismo por toda a América.

Liberdade de expressão e direito à diferença? O cni desta caixa anda a delirar!

Estes senhores são vigorosos a combater tudo o que lhes pareça perigoso que possa pôr em causa a verdade da bíblia e os seus conceitos morais, por isso o combate à ciência, ás ideias políticas que não se disponham a ampliar o seu poder, às minorias culturais nos seus aspectos estéticos ou de simples liberdade pessoal relativa a gostos ou formas de estar. Numa sociedade extremamente conservadora com é maioritáriamente a americana (de canônes morais muito apertados), isto significa muita auto mutilação intelectual e social. Por vontade deles, eliminavam tudo o que se possa associar a liberdade política, liberdade individual, para além claro, de tudo o que se possa sonhar laico. O cni terá noção do envolvimento desta gente no direito de voto de qualquer cidadão americano, através das campanhas massivas dentro de cada comunidade incitando os eleitores a votar nos candidatos por eles (senhores de deus) escolhidos.

Ao ponto de pretenderem que o estado promova nas escolas a sua própria religião em vez da ciência que eles próprios precisam. Apesar destes evangélicos se auto contabilizarem 90% dos americanos, e de dominarem a comunicação social, a política (gabando-se por exemplo de destronarem Al Gore e de irem fazer o mesmo à Hillary se ela não se dispuser a negociar com eles) e a vida comunitária, os humoristas de serviço destes senhores passam a vida a queixarem-se de falta de oportunidade e de exclusão do sistema.

Os cnis destas caixas realmente não parecem perceber o quanto rídiculos têm sido defendendo estes senhores e depois ainda se arrogarem a defensores da liberdade. Quanto mais perceberem o que possam ser ideias perigosas.

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

Caros,
as instituições religiosas já mataram mais no mundo as pestes, doenças, etc... Isto falando nas mortes directas, porque existem muitas formas de matar.
Rolando Almeida

Anónimo disse...

Faltou algo no comentário anterior.

Se os cnis tivessem algo para nos provar a existência de deus era sobre isso que escreviam. Mas não, só escrevem sobre aquilo que, na opinião deles, a ciência ainda não explica.

Artur Figueiredo

Nuno disse...

Mas o que há de se fazer, pessoas assim tentam sempre equiparar o ateismo a uma qualquer fé e equiparar uma qualquer fé à ciência e assim estabelecer comparações entre o irracional e o racionalidade, entre realidade e a ficção. Mas o pior é quererem convencer os outros da veracidade das suas teorias!
O Darwinismo não tem qq base cientifica? Enfim...

Anónimo disse...

Mais um post da Palmira que lhe saiu pela culatra graças ao EXCELENTE comentário do Anónimo(seja ele quem for).

Pedro Duarte

Anónimo disse...

Meus caros,
há temas mais importantes em Ciência (e não só) do que saber se Deus existe ou não. Já enjoa. Ao ler os textos de cristãos inflamados só me apetece fazer reset. Os cientistas deviam ocupar-se do que verdadeiramente interessa, dando a cara (donde que não considero ciência aquilo que é anónimo). Tenho pena de ter perdido aquele meu comentário... Era uma argumentação contra o anonimato e, modéstia à parte, não estava nada mal pensada! Cristãos inflamados deste mundo, deixem a Palmira em paz. Não, a função da mulher não é a procriação! Essa é uma das muitas funções das mulheres, e também uma escolha delas. E quanto mais lhes enfiarem à força o espartilho da procriação mais elas hão-de encontrar maneiras de lhe escapar, porque não nasceram para ser burras. Por muito que as censurem! Adoro os meus filhos, e o meu marido, mas com tanta controvérsia só é natural que as mulheres comecem a detestar Deus. É isso que os cristãos querem?
Adelaide Chichorro Ferreira

Joana disse...

Haja paciência para alguns créus!

A Palmira escreve im post a dizer que são assustadoras as ideias dos ... neuron challenged... dominonistas que querem poder político para poderem apredejar até à morte todos os que não engulam as tretas deles.

O Jónatas diz que "Os dogmáticos acham que todos aqueles que deles discordam são perigosos. A Palmira é um bom exemplo disso mesmo".

Um sicofanta evangélico qualquer vem dizer que o comentário do Jónatas é excelente.

Pelos vistos os evangélicos cá do quadrado acham o direito à vida de ateus, apóstatas, blasfemos homossexuais, mulheres que não se "guardem" para o casamento e mais toda a lista dos pecados capitais é um dogma ateu.

Também deve ser outro dogma ateu ou antes uma "uma manifestação da ideologia naturalista e ateista" que ainda por cima consegue "que as suas ideias sejam dissemidadas sem contestação, de preferência usando as escolas e universidaddes públicas como braço secular e secularizador" esta ideia ateia que a escravatura é uma abominação (os dominionistas pretendem escravizar os pecadores não capitais).

Ateus nos livrem desta praga!

Joana disse...

Correcção ao primeiro parágrafo:

A Palmira escreve um post a dizer que são assustadoras as ideias dos ... neuron challenged... dominonistas que querem poder político para poderem apedrejar até à morte todos os que não engulam as tretas deles.

Anónimo disse...

desculpem
para mim o ateismo passou a ser uma fé
algo que pressinto e não demonstro
que surgiu do nada
sem revelação
que substitui até nova ordem
a crença que se tornou absurda
e daí?
viver 3 ou 9 décadas num torpor de crenças
ou acreditar em que se crê
provoca a mesma consolação ou o mesmo sofrimento
mas obrigarem-me a crer desta ou doutra forma?!
desculpem
não!

Anónimo disse...

Começo por aplaudir um canal público de televisão que ontem nos lembrou o extermínio de quase mil pessoas na Guiana, no final da década de 70 do século passado.

Por ironia, ou talvez não, O Templo do Povo, seguidores de Jim Jones, só passou a ter expressão depois de, por estratégia, se ter associado aos Discípulos de Cristo.

Mas é prescindível debater a questão de o cristianismo se rever, ou não, neste tipo de actos. O facto é que fica bem patente até onde nos pode levar esta enorme capacidade humana de ter fé.

E com a proporção de gado humano vacum que o sistema afincadamente tem procurado expandir não é seguro para a humanidade que a América tenha o predomínio que é evidente nas instituições internacionais. Pela nossa segurança e a dos nossos descendentes.

Acontecimentos como o da Guiana facilmente podem ser multiplicados por muitos se um qualquer imbecil senil a isso verdadeiramente se dispuser. Não vou utilizar a estratégia cni e discursar sobre a problemática religiosa da intervenção no Iraque.

Ideias perigosas são as de todos aqueles que pensam que não devemos pôr em causa tudo aquilo que, por serem muitos a defende-lo, nos parece uma evidência.

Nunca houve evidências comuns a largas franjas da sociedade que não passassem de ilusões. Muito menos actualmente, em que qualquer um que acerte a gramática e a sintaxe de meia dúzia de palavras e junte a imagem correcta logo incha como orador.

Nos dias de hoje, o sentido crítico é, de facto, dos instrumentos mais importantes para o ser humano e fenómenos como a fé diminuiem claramente a nossa capaciadde de análise e de isenção.

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

e fenómenos como a ciência também nos tornam papagaios sem capacidade de análise e isenção.

Anónimo disse...

Sem dúvida que a ciência não é isenta de erros, mas eu explico:
a) o anonimato retira à argumentação a sua historicidade, e portanto permite que quem assim argumenta se contradiga à vontade, ao sabor dos ventos do momento: como nunca se sabe se se está a falar com a mesma pessoa, não é possível analisar uma determinada sequência discursiva, e ficar a perceber melhor o pensamento da pessoa em causa, e o modo como evolui em função dos argumentos dos demais.
b) Se é impossível aos demais saber se esses contributos são escritos ou não pela mesma pessoa, não há um ponto de referência, uma localização, um topos no fluxo discursivo.
c) Por outro lado, argumentar anonimamente é subscrever na prática um indesejável social-darwinismo agora muito na moda: aquele que pressupõe os indivíduos argumentantes estritamente como inimigos uns dos outros, daí a necessidade de se protegerem debaixo da capa do anonimato. O anonimato supõe a seguinte mensagem: «olha eu aqui, pequenino mas corajoso, potencialmente vítima de tubarões! Tenham pena deste potencial mártir pela liberdade!» Porque a sociedade humana é, num tal entendimento (errado) do evolucionismo, somente feita de tubarões. De gente má, com culpas a expiar ou a esconder. Um tal discurso só não se contradiz ao afirmar-se contrário ao evolucionismo porque o evolucionismo (ou, se preferirmos, o darwinismo) não é isso.
d) Finalmente, argumentar anonimamente é assumir a total diluição do indivíduo num todo que o descaracteriza como pessoa, porque o que interessa é a manutenção de um determinado conjunto de ideias ou dogmas que supostamente regem (ou se pretende impor que rejam) o todo social.
e) Argumentar anonimamente é, portanto, assumir a colectivização unilateral dos meios de produção de saber, contra os indivíduos reais e não hipotéticos que nesse jogo participam, e essa colectivização avança a passos largos tanto induzida pelos resquícios dos comunismos que por aí proliferam (por muito que eu até ache que se devem ouvir os comunistas, e até aprender ou colaborar com eles) como pela praxis das grandes empresas que se apropriam e monopolizam, em função do lucro, (d)os recursos do planeta. Chamem-lhe religião ou «valores», o que está em causa é muito mais do que isso. Sim, as religões têm vindo a promover o anonimato, em função das culturas de massas que promovem, em que os indivíduos dissidentes correm o risco de ser apagados num todo que os subordina unilateralmente. Não me assumo como infalível nesta argumentação: estou aqui sobretudo para aprender.
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Corrijo a minha última frase (havia a repetição incomodativa de um verbo): «sim, as religões têm vindo a *usar* o anonimato em função das culturas de massas que promovem, em que os indivíduos dissidentes correm o risco de ser apagados num todo que os subordina unilateralmente.»

SATANUCHO disse...

Caros Amigos (ou inimigos ou whatever...)

em relações aos doidinhos dos fundamentalistas criacionistas faço meu um comentário que em tempos ouvi da boca de um economista ao comentar o famoso caso da Dª Branca e seus empréstimos milagrosos ( lembram-se?? anos 80) e dizia este senhor cujo nome já não recordo que :

AS PESSOAS TÊM O DIREITO DE SER ESTUPIDAS

é um direito que lhes assiste, garantido pela constituição portuguesa e pela liberdade de expressão. Ora porra, se o benfica pode jogar de cô de rosinha porque é que um gajo não pode ser teista?????

Anónimo disse...

Mesmo os cientistas que escrevem anonimamente? E o que entende por inteligência ou estupidez? (Com isto, e não sei se repararam, chegámos à discussão do «design inteligente»).
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

«O bom cristão deve defender-se dos matemáticos e de todos os que se dedicam a ímpias predições, sobretudo quando as suas previsões sejam verdadeiras, porque esta gente, de acordo com os demónios, pode enganar o seu espírito e aprisionar a sua pessoa nos laços de um pacto diabólico.»

Santo Agostinho

«A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior inimigo da fé. Quem quiser ser um cristão deve arrancar os olhos de sua razão.»
Martinho Lutero

E está tudo dito...

Anónimo disse...

"A minha crítica não é em relação aos que buscam Deus, a minha crítica é com aqueles que acham que o conhecimento em relação a Deus é completo. E são essas pessoas que tornam grande parte da nossa existência neste planeta um inferno, porque pensam ter o direito de matar outras pessoas e magoá-las por causa do que acreditam ser a vontade de Deus. Isso é uma coisa muito destrutiva.

Portanto a ciência, toda a metodologia da ciência, entende que não são permitidas essas verdades absolutas que a religião tem pretensão de ter, que não temos as respostas a essas perguntas e, para além disso, o pouco que pensamos saber, se nos provarem estar errado, dá-nos um prémio maior. Isso faz parte da metodologia e do próprio sistema.
Sim, para responder ao que Joan disse antes, cientistas fazem coisas horríveis. Cientistas têm preconceitos. Religiosos fazem coisas horríveis e têm preconceitos. Mas absolutamente intrínseco no método científico está o mecanismo de correcção de erros, que nos diz que nunca devemos esquecer disso. Esse mecanismo não está presente na religião.»

Ann Druyan, esposa de Carl Sagan no Beyond Belief 2006

Anónimo disse...

Também a matemática não é a fonte de todas as virtudes científicas. Imaginem que estamos no meio duma inundação, e os cientistas se põem apenas a fazer continhas tipo sudoku... A ciência exige e permite o jogo, a estética, a elegância. E nisso até se assemelha à religião. Mas não é só por causa disso que interessa investir em ciência.
Adelaide Chichorro Ferreira

Joana disse...

Sobre papagaios, a total incapacidade dos criacionistas em justificar as suas crenças neolíticas sem ser com recurso ao copy&paste é universal.

Esta do Pahryngula resume tudo:

It's like the scholarly tradition in creationism is a glorified version of cut & paste, lifting paragraphs from other works and stringing them together

Anónimo disse...

Editorial da Scientific American Março de 2005:

There's no easy way to admit this. For years, helpful letter writers told us to stick to science. They pointed out that science and politics don't mix. They said we should be more balanced in our presentation of such issues as creationism, missile defense and global warming. We resisted their advice and pretended not to be stung by the accusations that the magazine should be renamed Unscientific American, or Scientific Unamerican, or even Unscientific Unamerican. But spring is in the air, and all of nature is turning over a new leaf, so there's no better time to say: you were right, and we were wrong.

In retrospect, this magazine's coverage of socalled evolution has been hideously one-sided. For decades, we published articles in every issue that endorsed the ideas of Charles Darwin and his cronies. True, the theory of common descent through natural selection has been called the unifying concept for all of biology and one of the greatest scientific ideas of all time, but that was no excuse to be fanatics about it.

Where were the answering articles presenting the powerful case for scientific creationism? Why were we so unwilling to suggest that dinosaurs lived 6,000 years ago or that a cataclysmic flood carved the Grand Canyon? Blame the scientists. They dazzled us with their fancy fossils, their radiocarbon dating and their tens of thousands of peer-reviewed journal articles. As editors, we had no business being persuaded by mountains of evidence.

Moreover, we shamefully mistreated the Intelligent Design (ID) theorists by lumping them in with creationists. Creationists believe that God designed all life, and that's a somewhat religious idea. But ID theorists think that at unspecified times some unnamed superpowerful entity designed life, or maybe just some species, or maybe just some of the stuff in cells. That's what makes ID a superior scientific theory: it doesn't get bogged down in details.

Good journalism values balance above all else. We owe it to our readers to present everybody's ideas equally and not to ignore or discredit theories simply because they lack scientifically credible arguments or facts. Nor should we succumb to the easy mistake of thinking that scientists understand their fields better than, say, U.S. senators or best-selling novelists do. Indeed, if politicians or special-interest groups say things that seem untrue or misleading, our duty as journalists is to quote them without comment or contradiction. To do otherwise would be elitist and therefore wrong. In that spirit, we will end the practice of expressing our own views in this space: an editorial page is no place for opinions.

(...)

This magazine will be dedicated purely to science, fair and balanced science, and not just the science that scientists say is science. And it will start on April Fools' Day.

Okay, We Give Up

MATT COLLINS
THE EDITORS editors@sciam.com
COPYRIGHT 2005 SCIENTIFIC AMERICAN, INC.

Anónimo disse...

As mentiras evolucionistas começam a ser descobertas:

British Isles 'created by a Biblical flood'
STEPHEN MCGINTY

A FLOOD of Biblical proportions swept away the hills which once joined England to France and created the British Isles, according to explosive new research which reshapes the geological history of Britain.

While it had previously been thought that the English Channel was formed by slow erosion combined with rising sea levels, academics now believe it was created in weeks or months as a result of a cataclysmic flood

Anónimo disse...

Ideias realmente perigosas:

La Comisión Disciplinaria del Consejo General del Poder Judicial (CGPJ) ha decidido (por unanimidade) abrir expediente por una falta grave al juez de Murcia Fernando Ferrín, quien denegó la custodia de dos niñas a su madre por ser lesbiana,

O juiz espanhol baseava as suas decisões na Biblia y el Camino, de José María Escrivá de Balaguer tem no currículo muitas católicas decisões como mandar prender 2 mulheres por estarem a fazer topless na praia.

Mas esta de ordenar à mulher para deixar de ser lésbica ou tirava-lhe as filhas foi a gota de água!

Parece os Estados Unidos onde ser-se ateu é motivo para perder a custódia dos filhos...

E por falar em Estados Unidos, amanhã abre as portas a cidade Ave Maria, construída pelo fundador da Dominos Pizza, um católico fanático, onde comprar contraceptivos, preservativos e outras imoralidades é proibido...

Anónimo disse...

"Pelos vistos os evangélicos cá do quadrado acham o direito à vida de ateus, apóstatas, blasfemos homossexuais, mulheres que não se "guardem" para o casamento e mais toda a lista dos pecados capitais é um dogma ateu."



Como se pode ver, estamos perante mais uma evidência argumentativa do carácter objectivo, científico, fundamentado, cerebral, isento, imparcial, desapaixonado, nada ideológico, acerca da verdade da teoria da evolução!

Quem ousar contestar tão lúcida e clarividente argumentação, baseada na utilização rigorosa do método científico, só pode ser um perigoso inimigo da ciencia!

Continuem assim que estão a ir muito bem.

Joana disse...

ó Jónatas Machado (é giro como este anónimo escreve sempre depois de o sitemeter mostrar um acesso da U. de Coimbra)

Você tem dificuldades em ler? O post é sobre os neuron challenged que querem condenar à morte todos os que não sigam os mandamentos "divinos".

Você diz que a Palmira é dogmática porque considera perigosos "todos aqueles que dela discordam", neste caso os dominionistas, que também são criacionistas dos 6000anos para a Terra mas o que está em causa é a perseguição e pena de morte, não é o criacionismo!

Eu percebo que "Há muitas pessoas que não partilham da ideologia naturalista e ateista e estão dispostas a contrariá-las" mas apedrejar até à morte os que não partilham essa ideologia é um poucochinho exagerado, não lhe parece?

Fernando Martins disse...

Para o Jónatas que escreveu um comentário em 27 de Julho de 2007 às 7:30:

A tua Bíblia não fala nada sobre não mentir? É que, ao citar a notícia por metade, RETIRANDO A DATA DO EVENTO, está a mentir por omissão - por que raio cita uma notícia que diz que o Canal da Mancha foi feito por evento que ocorreu antes da formação da Terra, segundo a vossa datação do nosso planeta?

Será que não tem vergonha...?

Anónimo disse...

Há evidência, em escritos religiosos, de ideias muito «perigosas», corroborando alguns dos medos aqui expressos.
Podia, de facto, citar algumas coisas que comprei naquela tarde em que, recentemente, fui à FNAC comprar livros (e depois, cá fora, me deliciei com a visão das pernas ao sol de uma mulher a ler...cf. outro post meu, algures neste blog). Mas não encontrei algumas das coisas que gostaria de ter lá visto à venda, em português.
Para mim a natureza é algo que parece possuir um design inteligente. As ligações entre os seres vivos e o seu ambiente, ou entre eles mesmos, a relações de predação e de simbiose tão estreitamente afinadas, as sofisticadas cadeias alimentares, as mútuas interdependências, graças à evolução das espécies... Tudo isso é tão extraordinariamente apurado e, mesmo, em inúmeros casos, delicado (assim não se perca este conhecimento!), que mesmo para mim, que sou de Letras, o fascínio por estes temas é impossível de conter.
Duvido, no entanto, de todos os que tomam a aparência pela essência, ou que negam artificiosamente que existam factos materiais, sobretudo porque não deixa de ser um facto que é só uma minoria a daqueles que, sem ser apenas pelos livros, se apercebem realmente, pelo contacto diário, destas intricadas relações entre os seres vivos, ou entre eles (incluindo nós) e a Terra.
O nosso modo de vida é urbano, donde que necessariamente antropocêntrico. Por isso, também o tende a ser a nossa Ciência. Não sei se, perante esta realidade, podemos realmente afirmar que somos integralmente «objectivos»,a não ser que deliberadamente não escolhamos ver o todo, como aliás é preferível que se faça em Ciência, pela necessidade de se circunscrever muito bem o objecto de estudo. Mas então talvez exista «objectividade» e «objectividade», não? Ou seja, dois conceitos diferentes, e não apenas um...
Não sei se a espécie humana tem realmente a capacidade (= se está funcionalmente equipada para) conhecer aquilo que não lhe é afim. Mas isso não quer dizer que não dependamos daquilo que não nos é afim!
Ou será que o que está para além de nós também faz parte da nossa essência humana - mesmo sendo não humano?
Não precisamos apenas de consolo, mas de verdade. Não necessariamente *da* verdade revelada a partir de cima, mas daquelas muitas a que conseguirmos aceder a partir de baixo, com humildade, e talvez também com perguntas. Aos poucos e com percalços, claro.
Antes mesmo de pensarmos no Céu, devíamos pensar na Terra. Vê-la, estudá-la. Sim: amá-la. Até porque sem isso também não nos compreenderemos a nós mesmos. Será isto um dogma? Não sei se tenho assim tanto tempo de vida para procurar uma resposta a essa questão... Há outras mais importantes, e mais pequeninas, para já.
Deus que espere, se é que existe! Que tenha a paciência que nos exige a nós, e a tolerância que os seus inflamados defensores tanto apregoam mas que, não raras vezes, contrariam com os seus actos e atitudes.
Há muito a fazer, e a aprender, antes de chegarmos ao Céu.
Já agora: não são sobretudo os cientistas que passam imenso tempo a estudar os astros e o céu? Não têm uma certa «obsessão», digamos, com as viagens espaciais e, até, interplanetárias? Será isso também uma ideia «perigosa», uma espécie de evasão?
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Anedota do Dia (não sei porquê lembra-me alguém):

Last May, during a GOP primary debate, Sam Brownback stood in the world-renowned Ronald Reagan library in Simi Valley, California, raised his hand towards heaven and proudly and loudly rejected the vile deception known as “evilution”.

(...)

Senator Brownback explained that he is of course 100% in support of all science, so long as it does not contradict the most reliable and proven science book of all—the Holy Bible.

Sam Brownback é o Opus Dei na corrida republicana à presidência dos EUA que quer transformar a América numa teocracia

Anónimo disse...

Hoje (28.7.2007) à noite (penso!!!), o galego Rudesindo Soutelo apresenta a sua composição «O Corvo da Liberdade» (que é uma homenagem a Miguel Torga), na Cerca de S. Bernardo, em Coimbra. Releiam o último conto d'Os Bichos, «Vicente».
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

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Sociedade Civil

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