terça-feira, 10 de julho de 2007

O REACTOR NUCLEAR PORTUGUÊS


Recentemente, um processo levantado a Portugal pela Comissão Europeia por alegadamente o reactor nuclear português, que se situa no Instituto de Tecnologia e Nuclear, em Sacavém, não estar a obedecer a algumas normas europeis de segurança, nomeadamente por não haver o devido controle de efluentes gasosos, veio colocar aquela instalação científica nos média. Logo o Director do Instituto e até o Presidente da Câmara de Loures (para evitar o alarme das populações, sempre sensíveis aos propalados perigos do nuclear) se apressaram a declarar que não havia qualquer razão para alarme, pois tudo se estava a passar de acordo com as normas estipuladas a nível nacional e internacional. A questão, a haver, será apenas burocrática.

Mas o reactor português de investigação bem poderia aparecer nos média por boas razões. Ele tem sido uma verdadeira escola de ciência e engenharia nuclear, desde que foi inaugurado em 25 de Abril de 1961, tendo dado origem não só a numerosas publicações científico-técnicas como, ainda mais importante, a formação de uma pleiade de recursos humanos especializados. O primeiro reactor nuclear experimental funcionou em 1942 debaixo das bancadas de um estádio de Chicago, nos EUA, e logo no ano seguinte entrava em funcionamento em Oak Ridge o primeiro reactor industrial. Na sequência do programa “Átomos para a Paz”, sob o impulso do presidente norte-americano Dwight Eisenhower, houve entre nós, em finais dos anos 50 e início dos anos 60, uma grande aposta na ciência e tecnologia nuclear (não esquecer que as minas de urânio da Urgeiriça existiam quase desde o início do século, além de, no final da Segunda Guerra Mundial, terem sido descobertos e explorados filões em Moçambique). Discutiu-se, durante muito tempo, a instalação de uma central nuclear industrial em Portugal. Mas, com outro 25 de Abril, o de 1974, essa possibilidade haveria de fenecer.

Só nos tempos mais recentes o nuclear voltou à ribalta, tanto no mundo, onde a energia nuclear foi reavivada pelo facto de não contribuir para o efeito estufa devido à ausência de emissões de dióxido de carbono, quer a nível nacional, devido ao interesse de um grupo privado num grande investimento numa central nuclear. É sabido que o governo português adiou para a próxima legislatura, qualquer planeamento neste sentido. Pela minha parte, físico nuclear por formação (defendi em 1982 em Frankfurt uma tese de doutoramento contendo cálculos da cisão nuclear do urânio), acho que não deve haver temas tabus e que é bom que o tema da energia nuclear esteja sobre a mesa como uma das opções possíveis no nosso futuro energético. O nuclear tornou-se, entretanto, uma das tecnologias mais bem reguladas e mais seguras do mundo e a recente notícia sobre a segurança do reactor de Sacavém mostra que há a devida vigilância e que estão presentes todas as cautelas.

A história do reactor nuclear português está por fazer, mas há para isso abundante documentação. Alguma dela foi recentemente reunida em livro por um investigador, licenciado em Ciências Físico-Químicas em Lisboa em 1961 e doutorado em Física Nuclear em Paris em 1969, trabalhou longos anos no reactor. Chama-se Jaime da Costa Oliveira e já tinha publicado nas edições de “O Mirante” (um semanário regional de Santarém, cujo interesse por temas de ciência e tecnologia apraz registar) os livros “Energia Nuclear - Mitos e Realidades” (em parceria com o seu colega e amigo Eduardo Martinho) e “A Energia Nuclear em Portugal – uma esquina da história”. Escreve sobre energia nuclear com evidente conhecimento de causa pois, além do mais, foi o coordenador da comissão de redacção do projecto de Livro Branco sobre centrais nuclear em Portugal, que trabalhou em 1976 e 1977 ao serviço do Ministério da Indústria e Tecnologia (Jaime Oliveira é também autor de um livro de 1977 na Sá da Costa sobre “A Energia Nuclear – bases para uma opção” e de outro de 1878 na Imprensa Nacional, em co-autoria, intitulado “Centrais Nucleares em Portugal (Projecto de Livro Branco)”).

O livro, intitulado “O Reactor Nuclear Português”, começa por uma história da “era atómica” no mundo para continuar com a chegada dessa era a Portugal. O início oficial do nuclear em Portugal remonta a 1954 com a criação da Junta de Energia Nuclear. O Laboratório de Física e Engenharia Nuclear (antecessor do actual Instituto Tecnológico e Nuclear, um laboratório do estado) começou a ser construído em Sacavém, no ano de 1957, tendo desde o início sido planeado para incluir um reactor de tipo piscina, cujo combustível é urânio altamente enriquecido (isto é, a 93%; o combustível está actualmente a mudar para urânio enriquecido, isto é, a 20%) e cujo meio moderador é a água, com uma potência máxima de um megawatt. Vários capítulos do livro fazem uma descrição pormenorizada do reactor, discutindo em particular as questões de segurança, que estiveram sempre presentes desde a instalação.

Um dos maiores interesses do livro reside na inclusão de depoimentos de alguns dos principais actores da actividade do reactor. O prefácio é de Júlio Galvão, colega do autor, e que esteve na génese do Serviço de Proteccção contra Radiações do Laboratório de Sacavém. E vários testemunhos aparecem em apêndice, em resultado de entrevistas pessoais efectuadas pelo autor. Incluem-se aí, entre outros, depoimentos de António Comprido (que de investigador júnior no reactor chegou a Presidente da British Petroleum portuguesa), Eduardo Martinho (já atrás referido, com uma carreira paralela à do autor), Frederico Carvalho (que se doutorou em Física em Karlsruhe e foi durante muitos anos responsável pelo Departamento de Física do Laboratório de Sacavém e, mais recentemente, presidente do Conselho Científico do Instituto), João Caraça (doutorado em Física Nuclear em Oxford e que hoje é director do Serviço de Ciência da Fundação Gulbenkian), José Moreira de Araújo (doutorado em Física Nuclear em Manchester que fez uma longa carreira na Universidade do Porto), José Veiga Simão (doutorado em Física Nuclear em Cambridge, professor da Universidade de Coimbra, e que foi Ministro da Educação Nacional, Ministro da Indústria e Energia e Ministro da Defesa Nacional), Rui Namorado Rosa (doutorado em Física em Oxford e professor na Universidade de Évora, tendo-se especializado em questões de energia). Houve, como se vê, uma tentativa conseguida de formar pessoas de valor em física nuclear. Vários centros nacionais de investigação em física radicam aliás nesse esforço.

Neste volume ilustrado de 634 páginas vários anexos contêm documentação relevante desde discursos, relatórios, actas, planos, processos, memória descritiva e documentos de adjudicação, e, finalmente, uma exaustiva lista de publicações, separadas numa secção sobre utilização do reactor como fonte de estudo e noutra como fonte de radiação (principalmente de neutrões e de raios gama) para estudos em várias áreas. São listados os artigos que foram publicados no quadro das actividades do reactor, embora não haja uma discriminação dos artigos em revistas do Science Citation Index, em princípio com maior valor científico, nem seja exposto o respectivo impacte.

Eis, portanto, uma obra indispensável a quem pretenda fazer estudos sobre uma importante infraestrutura de investigação portuguesa. Só existem hoje cerca de 270 reactores de investigação em todo o mundo e Portugal, pese embora algumas indecisões no passado, bem pode orgulhar-se de ter um reactor com um registo impecável de funcionamento.

- Jaime da Costa Oliveira, “O Reactor Nuclear Português. Fonte de Conhecimento”, Editora O Mirante, Santarém, 2005.

20 comentários:

JSA disse...

Embora eu tenha pessoalmente uma opinião desfavorável relativamente à instalação de uma central nuclear em Portugal, concordo que não devem existir tabus na sua discussão. A grande razão para isso terá a ver com a ignorância científica sobre o assunto que perpassa na sociedade. O facto de, provavelmente, mais de 90% da população portuguesa ignorar a existência do reactor experimental de Sacavém demonstra-o cabalmente. Além disso, um dia que se consiga cominar a fusão nuclear, há que ter uma opinião pública que a compreenda de forma a que esta energia não seja rejeitada por causa do epíteto "nuclear".

Anónimo disse...

Caro C. Fiolhais,
Não sou especialista, mas não me considero propriamente ignorante, e sobretudo não quero sê-lo! Neste preciso momento discute-se na Europa a *bem preocupante* sequência de pannes em reactores nucleares na Alemanha, apregoados como os mais seguros do mundo(e os franceses hão-de dizer o mesmo dos deles). Os noticiários alemães estão cheios de notícias sobre este assunto, mas é preciso saber alemão para se acompanhar o que eles dizem. Eu podia fazê-lo quase em tempo real, mas não faria mais nada! Porque não se fala na energia fotovoltaica?!!! A energia nuclear tem muitas vantagens, mas não tantas como dizem. E o perigo é enorme. Precisamos assim tanto de energia eléctrica? Para quê? Para joguinhos de guerra nos computadores? Se é para isso, tenho a dizer que não a quero. Parece-me um tremendo desperdício. Estamos a ficar viciados em electricidade, e para esta situação preocupante a disponibilidade quase ilimitada em electricidade que o nuclear proporcionou contribuiu muito! Note-se, no entanto, que os físicos, nucleares ou não, continuam a ser imprescindíveis, porque vamos ter que resolver os imbróglios em que nos metemos, como sociedade(s). Este é um imperativo ético, mais importante e urgente - diria, e perdoem-me os apaixonados por essas discussões... - do que saber se Deus existe ou não. Tem havido apagões por razões absolutamente ridículas: na Alemanha, no ano passado, por causa da passagem de um mega-navio-cruzeiro num determinado sítio, foi necessário desligar a electricidade num determinado ponto, devido a razões de segurança, e pouco depois as luzes apagavam-se em largas zonas da Europa! Agora, com os dois reactores que tiveram de ser desligados da rede, aliás com pouquíssimo tempo de intervalo, poderá ter acontecido algo de semelhante, mas não com consequências tão abrangentes. E dizem-me que esta tecnologia é segura?! Acho bem que se estude a sua história, mas também isso deve ser feito sem tabus. É que houve um movimento forte de oposição a esta tecnologia no nosso país. Delgado Domingos foi um nome importante, a não deixar de fora.
Um abraço
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

A questão da energia nuclear tem uma enorme importância nas opções energéticas que temos que decidir nesta fase de mudança de paradigma que atravessamos, contudo é redutor encarar o nuclear nesta única perpectiva.
Com efeito, as tecnologias nucleares têm múltiplas aplicações pacíficas e, muito particularmente, as de diagnóstico e terapia nuclear vêm prestando serviços extraordinários à humanidade e os seus campos de aplicação não cessam de se ampliar.
Por esta razão, é fundamental que o País possua competências técnicas e científicas em tão relevante domínio da ciência e tecnologia. Se não o fizermos corremos o sério risco do pariato nuclear.
Um País moderno, mesmo sem "choque tecnológico", não pode abdicar de estar capacitado para fornecer à sua população os benefícios das ciências e tecnologias nucleares, nem de assegurar a rigorosa monitorização da exposição à radioactividade ambiente, assegurando o seu controlo dentro dos limites de exposição aceitáveis.

Anónimo disse...

Não me parece honesto tratar a energia nuclear (ou o consumo de electricidade) de forma tão pessimista e limitante como aquela que detectei no comentário de Adelaide Chichorro Ferreira.

Sou fã da energia nuclear desde que marquei presença nas jornadas de Engenharia Química deste ano, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde pude aperceber-me que todas as formas de energia alternatíveis ao petróleo estão hoje num patamar económico-técnico pouco viável face às necessidades, surgindo a nuclear como o vislumbrar de uma oportunidade de solucionar escassez de energia sem comprometer o ambiente de forma sistemática e agressiva.

Obrigado pelas referências, ponderarei informar-me mais sobre o assunto!

Marcelo Melo
[www.3vial.blogspot.com]

Anónimo disse...

Caro Colega,
Penso que estou a ser honesta ao dizer o que penso sobre este assunto, baseando-me (mas só em parte) na experiência adquirida ao longo dos meus já provectos 46 anos de idade. É que, se há 20 anos havia um televisor em cada agregado familiar, agora chega a haver um por divisão, e não preciso de instrumentos de medida sofisticados para chegar a esta conclusão. Vai-se (como fui esta semana) ao Mercado Municipal de Coimbra e, em vez do colorido das frutas e legumes no andar de baixo, vemos uma série de écrans pendurados no tecto. Vai-se a qualquer café de província, e não só, e lá está toda a malta grudada num écran. Para não falar no ar condicionado em tudo o que é sítio, e nos telemóveis, em que nós, portugueses, fomos pioneiros na utilização excessiva. E sou, sim senhor, bem capaz de dar a mão à palmatória para muitas coisas: eu defendo a inovação tecnológica! Mas há que reconhecer que escassez de energia é coisa que não há. Cada vez usamos mais energia, obviamente que também para muitas finalidades pacíficas, como o diagnóstico médico, etc. É um facto comprovável a olho nu que a electricidade vem invadindo (é o termo!) toda e qualquer zona da nossa vivência privada e social, pelo que as radiações electromagnéticas estão por todo o lado. Será isto uma inevitabilidade? Há apelos de médicos e cientistas contra a utilização excessiva de telemóveis (veja-se o «Freiburger Appell), não apenas por jovens e crianças, mas também por adultos. Há quem estude os efeitos perniciosos dos jogos de computador, pois actuam no cérebro como uma nova forma de droga. Ora, a ciência não pode estudar apenas as vantagens do nuclear (ou da energia / electricidade, em geral), sob pena de o seu discurso deixar de ser objectivo, como aliás tanto apregoa que deve ser: para ser verdadeiramente objectiva, a ciência deve estar atenta a estes fenómenos sociais, psicológicos, biológicos, e estudá-los, ou arrisca-se a produzir um discurso «biased», um dogma, uma verdade artificialmente imutável, quase como se se tratasse de uma religião! A ciência não pode ignorar olimpicamente as discussões que se fazem sobre estes assuntos pela Europa fora, e depois acusar de ignorantes ou de desonestos aqueles que ainda se vão atrevendo (é o termo!) a trazer um milionésimo de tudo isso para o espaço público português, em nome duma verdadeira cidadania europeia, a que temos direito.
Um abraço
Adelaide Chichorro Ferreira

Anónimo disse...

Cara Adelaide Ferreira,
A ciência interessa-se por perceber e explicar a realidade e honra lhe seja feita está muito longe de quase se tratar de uma religião.
Também acho estranha, a afirmação de que a ciência tenha algo a ver com vantagens ou qualquer outro valorativo do tipo moral.
Há quem defenda que é através do domínio tecnológico da produção de energia nuclear ( fusão nuclear ) que a humanidade poderá alcançar a emancipaçaõ em relação à dependência energética dos combustíveis fósseis de que somos refêns.
A propósito de combustíveis fósseis, carece de demonstração, que o CO2 antropogénico tenha alguma influência relevante na evolução do clima Terrestre.
um abraço
Nuno Calisto

Anónimo disse...

Se a questão é impacte ambiental, anda muita confusão com o nuclear.
O maior problema em termos ambientais são os combustíveis fósseis e principalmente o seu uso nos meios de transporte. A energia nuclear não pode obviar esse problema pelo que as restantes energias eólica, solar, hidroeléctrica poderão satisfazer as necessidades de energia eléctrica para habitações e unidades fabris de forma limpa. Isto pode ser amplamente melhorado com a produção de energia em módulos menores bairro a bairro diminuindo as perdas por transporte. A construção de casas que economizam energia é outro dos factores a considerar.

Mas o problema maior fica por resolver, mesmo que recorrêssemos ao nuclear para gerar toda a energia eléctrica. É preciso racionalizar o consumo de combustíveis, apostando nos meios de transporte em massa, na diversificação da produção de bens de consumo em vários países (para reduzir no transporte), reduzir nos plásticos e materiais de impacto semelhante.

A energia nuclear tem desvantagens que as outras não têm:
- a produção de resíduos de vida extremamente longa, de transporte e armazenamento muito perniciosos;
- produção de matéria prima útil aos novos tipos de armamento pouco recomendáveis.

Querem resolver os problemas ambientais? Não basta alterar a forma de consumo, é preciso reduzi-lo e compreender que mesmo que as fontes de energia possam ser inesgotáveis, a habitabilidade dos ecossistemas não é um dado adquirido pois há limites físicos no planeta que contrastam com as ambições ilimitadas dos habitantes das sociedaddes de consumo.

Anónimo disse...

Olá,
Gostei dessa dos limites físicos do planeta. Acrescentava também os do ser humano, que a teoria da evolução, de cuja importância explicativa não tenho razões para duvidar, julgo só comprovar. As sociedades humanas encontram-se hoje numa encruzilhada de tal forma complexa que se exige o contributo de vários tipos de racionalidade, e não apenas de um.
Um abraço
Adelaide Chichorro Ferreira

Carlos Fiolhais disse...

Emendei o post na parte que diz respeito ao enriquecimento de urânio. Usava-se urânio altamente enriquecido e, por imposição do fornecedor norte-americano, está a haver uma mudança para urânio enriquecido.
Não se pode usar neste tipo de reactor (água não pesada) urânio não enriquecido. O enriquecimento significa o aumento da proporção de urânio 235, o isótopo de urânio que é cindível. Agradeço a Frederico Carvalho a correcção.
Carlos Fiolhais

Anónimo disse...

Entendo muito pouco de Ciência,pois não é a minha actividade profissional.
Mas a razão que me levou a entrar nesta página, prende-se com algo que talvez aqui alguém me possa ajudar a esclarecer e a quem eu ficaria grata para o resto da vida.
É O SEGUINTE:
A minha mãe trabalhou durante 20 anos no ITN onde existe o REACTOR.
À cerca de 15 anos, foi-lhe diagnosticado um linfoma, cancro no sangue. Já passados alguns anos, ela comentou numa conversa acidental que uma vez estava nas instalações do reactor e a sua aliança de ouro ficou da cor da prata, tendo depois voltado ao normal. A partir daí fiquei sempre com esta dúvida no meu espírito, pois ao que julgo, a radioctividade de certo modo pode contribuir para o aparecimento de cancro.
Gostaria muito de tirar esta dúvida de alguém com imparcialidade.
Agradeço.

Anónimo disse...

A ignorância é um grande mal da nossa sociedade... Desculpem tar assim a dizê-lo de uma forma tão directa. A energia nuclear é a melhor energia em termos de rendimento energético e pela sua reduzida emissão de gazes. Apenas é libertada àgua em forma de vapor para a a atmosfera ainda que contendo radição, resultado da cisão nuclear. Desculpe me lá António por este comentário e não menosprezo o linfoma que a sua mãe apanhou, mas de certa forma há que considerar que o corpo humano está exposto a radição todos os dias mesmo na natureza, até mesmo porque o próprio corpo humano emite radiação através do decaimento do potássio-40 que existe no nosso corpo... Além disso é clara a vantagem económica desta forma de energia, ainda não percebendo porque é que os políticos não a adoptaram, ou melhor até se percebe que, já que o ouro negro por agora dá mais dinheiro aos homens que deveriam saber servir da melhor forma os interesses da sociedade...Espero é em brevemete que a fusão nuclear seja conseguida posta em prática com sem a ajuda de cisões já que assim deixaríamos de utilizares os sarcófagos para materiais radioactivos resultantes da fissão e que nos preocupam mais, e com razão, do que o processo em si...
Temos de ser realistas e não nos deixarmos amedrontrar por coisas que aconteceram no passado e ter cautela nos nossos comentários se desconhecemos o assunto, porque assim é mais uma boca que alimenta a cabeça dos milhares de portugueses ignorantes nesta matéria...

Anónimo disse...

Logo de início eu referi que não entendo nada de Ciência e francamente nem quero,até porque a Ciência para mim não explica tudo e os seus investigadores normalmente são pessoas de pouca sensibilidade e Fé.
Só pretendia saber se haveria alguma relação pelo facto da aliança da minha mãe ter passado da cor do ouro para prata e ter voltado a cor original. Muito embora não me tenha explicado a razão desse facto, agradeço ter-me respondido e sempre mais descansada.
Sou completamente ignorante em Ciência, mas muito sapiente em outras áreas, se precisar de algum parecer que o meu MBA e a minha experiência de chefia lhe possam ser úteis, fico ao dispor.
Obrigado

Palmira F. da Silva disse...

Caro anónimo:

Já não vou a Sacavém há uns anos, mas se bem me lembro o reactor do ITN para além de ser muito pequeno, praticamente só produzia os isótopos (pouco) radioactivos, como iodo e afins, necessários a uma série de exames médicos. Para além disso, tínhamos de usar a plaquinha que avisava se tinhamos sido expostos a radiação acima do normal (mesmo quando não íamos para o reactor).

Tanto quanto eu saiba não é possível essa alteração da cor da aliança por exposição a radiação.

Considerando que o reactor está perto doutros grupos de investigação que usavam manómetros de mercúrio e recordando uma experiência semelhante com um anel meu diria ser mais provável que a aliança da sua mãe tenha estado em contacto com mercúrio (uma pequena quantidade) que amalgamou com o ouro, formando uma fina camada superficial de amálgama de cor branca.

depois ou mecanicamente ou com calor (no meu caso no bico de bunsen) a amálgama desapareceu e a aliança voltou à cor do ouro.

Anónimo disse...

FICO MUITO GRATA PELA EXPLICAÇÃO!
E ARRUMO ESTE ASSUNTO NA MINHA MENTE.
MUITO OBRIGADO

Anónimo disse...

ah PALMIRA, tinha de ser uma mulher a explicar com clareza e delicadeza.
Tudo de bom para si Palmira!

Anónimo disse...

Afinal dizem agora que as radiações das antenas dos telemóveis provocam cancro, em que ficamos?

Anónimo disse...

Afinal as antenas dos telemoveis podem provocar cancro, em que ficamos??

Anónimo disse...

... apesar dos perigos que a presente tecnologia nuclear apresenta, é inegável o seu imenso potencial em termos energéticos, para não citar de imediacto as demais aplicações. Evidentemente muita da energia eléctrica que a Humanidade utiliza é simplesmente desperdiçada em actividades que nenhuma utilidade material ou intelectual tem, no entanto, também é verdade que cada vez mais se recorre à electricidade para a realização de diversas operações técnicas e mesmo os meios de transporte, sendo os comboios oo melhor exemplo, tendem a recorrer a esta energia para funcionar.
Pareçe-me fundamental prestar atenção ao prório conceito de "energia" no campo da ´Física para compreender-mos correctamente o que está emm causa. "Energia" é aquilo que pode realizar trabalho. Além desta definição, a qual pode ser facilmente encontrada emm várias fontes bibliográficas, importa sobretudo considerar o aumento da actividade humana e com isso comprennder a necessidade do aumento na produção de electricidade, considerando o que já disse.
Relativamente À tecnologia de fusão nuclear, evidentemente é muitoo desejavel, dado que o deutério e o trítio existem na simples água e deste modo os oceanos seriam uma fonte abundante de combustível para estes reactores que, além de não produzirem o chamado lixo radioactivo, pura e simplesmente param se algum dos parâmetros de seu funcionamento não estiver presente, e isto está mais do que verificado nos protótipos em teste actualmente... o único senão é que esta tecnologia só será rentável comercialmente daqui a cerca de 50 a 60 anois, e isto na melhor das hipóteses... os colegas que se dedicam à pesquisa científica nesta área de certo compreendem o que digo...
Quanto a cisão nuclear, a tecnologia actualmente mais rentávell é a dos reactores Breader, ou seja, os de ciclo regenerador, que produzem Plutónio... produzem o seu próprio combustível, possibilitando uma utilização muito mais eficiente do combustivel inicial, o Urânio 238...
Penso que é indispensável reflectir cuidadosamente na opção nuclear para Portugal... o País necessita de mais energia, mas não sem segurança... mas que necessita, é um facto inolvidável.
Com os melhores cumprimentos a todos.

Fernando Santana

Ferdinandvonholst@hotmail.com

Anónimo disse...

Comente lá agora ... depois do desastre do japão. Será que ainda é tão fervoroso adepto da energia nuclear como futuro?? Obviamente que não é futuro... se uma central produz 1 kilo por ano de materia que dura 24 000 anos e que dá só 1 kilo de plutonio para extreminar a humanidade toda.. onde está esse futuro? Quem vigiará esses materiais durante esses 24000 anos? Enfim... o futuro está obviamente nas energias renováveis.

Anónimo disse...

"carece de demonstração, que o CO2 antropogénico tenha alguma influência relevante na evolução do clima Terrestre" e a terra é plana. idiota. http://climate.nasa.gov/evidence/

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