sábado, 7 de julho de 2007

Rodas da História

Heron, Herão ou Hero de Alexandria, conhecido como Michanikus ou o homem máquina, é uma das figuras mais fascinantes da história da robótica. Pouco se sabe sobre Heron, embora seja agora assente ter vivido no século I, entre 10-70, e ter sido autor de vários tratados de que se destacam a Dioptra, Pneumatica, Automata, Belopoeica, Mechanica, Metrica, Geometria e Catoprica.

Heron, cujos trabalhos indicam ter ensinado no Museu de Alexandria, foi um inventor profícuo de thaumata sortidos, construções automáticas operadas por água, vapor, ar comprimido ou mesmo pela luz do sol, na sua maioria destinados a templos onde espantavam os crentes - thauma significa milagre, espanto ou assombro. A primeira máquina a vapor, o Aeolipile, de aeoli e pila — literalmente a bola de Aeolus, o deus grego do vento -, foi construída por Heron.

Embora Heron fosse aquilo a que hoje chamaríamos um engenheiro, deixou contribuições importantes para a física e para a matemática, por exemplo na Metrica, que trata da medição de figuras simples de planos sólidos e contém a fórmula com o seu nome. Mas foi certamente na área dos automatismos que se distinguiu. Ao descrever sistemas de rodas dentadas que realizam a operação de «vai um» e a utilização de cilindros rotatórios com pinos e cordas para controlar sequências de acções de outros mecanismos, foi igualmente o precursor do cálculo automático.

Leonardo da Vinci deixou nos seus manuscritos instruções para a construção de uma máquina de calcular, baseada num sistema de rodas dentadas numeradas de 0 a 9, capaz de fazer somas e subtracções com números que poderiam ter até 13 algarismos, máquina que nunca construiu.

Seria Wilhelm Schickard quem concretizaria as ideias de Heron em 1623, embora a sua máquina, de que não sobrevive nenhum dos dois exemplares construídos, tenha caído rapidamente no esquecimento. A invenção da máquina de calcular é atribuída a Blaise Pascal que em 1642, com 21 anos, constrói a pascalina, uma máquina de calcular mecânica, também baseada em rodas dentadas, para ajudar o pai, cobrador de impostos em Rouen. A pascalina, de que sobrevivem cerca de 50 exemplares que se podem apreciar em museus de ciência um pouco por todo o mundo, foi posteriormente aperfeiçoada por Gottfried Wilhelm von Leibniz. Estas máquinas tinham alguns problemas operacionais que impediram a sua difusão, problemas ultrapassados por Charles-Xavier Thomas de Colmar que melhorou a versão de Leibniz.

O aritmómetro de Colmar, que ocupava o tampo de uma secretária, ganhou a medalha de ouro da exposição de Paris de 1855 e foi a primeira máquina de calcular «comercial», isto é, produzida em massa.

A grande revolução nas máquinas de calcular aconteceu após 1801, data em que Joseph Marie Jacquard, um mecânico francês, inventou um tear mecânico controlado por cartões perfurados. Assim, em 1833 Charles Babbage abandona o projecto do que chamou a máquina diferencial para se dedicar à máquina analítica, baseada no sistema de cartões perfurados de Jacquard. A máquina analítica, detalhadamente descrita por Ada Lovelace, a filha de Lord Byron a quem alguns atribuem o primeiro programa da história- para calcular números de Bernoulli - nunca saiu do papel o que não obstou a que o seu projecto impedisse Herman Hollerith de patentear o armazenamento de informação em cartões perfurados.

De facto, baseram-se no projecto de Babbage inventores como o sueco Pehr Georg Scheutz e o seu filho Edvard - que construíram a máquina de tabular, um grande sucesso comercial -, Frank Stephen Baldwin, Jay Randolph Monroe, Léon Bollée, Door Felt ou Williams Burroughs. Mas o grande salto foi dado em 1890, quando as máquinas construídas por Herman Hollerith, baseadas nos cartões perfurados de Jacquard e Babbage, são utilizadas no censo americano. A companhia fundada por Hollerith, a Tabulating Machines Corporation, passou a chamar-se International Business Machines (IBM) em 1924. E o resto é história conhecida.

1 comentário:

Anónimo disse...

nos tempos de hoje nao nasce pessoas igual antigamentes,pessoas que tem potencial relativo ao seu ponto de vista ou ate mesmo memoravel.Nao sou formado mas,sim venho de um pai muito inteligente,que era mecanico,tenho uma conduta de aprender as coisas muito rapido,tenho alguns projetos rabiscados,nao coloquei em pratica mas quando tenho tempo,faço talvez a perfeiçao.Sim pretendo mostrar para o mundo o potencia que um ser humano tem.Ainda sim fazer engenharia mecanica.Sou fà destes intectuais.

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