segunda-feira, 23 de julho de 2007
TESTE DE CULTURA CIENTÍFICA
A última revista "Sábado" publicou um teste de cultura geral, que inclui uma secção sobre cultura científica que foi elaborada por mim com base em notícias recentes. Eis as questões. Darei em breve as respostas (que se encontram na revista)...
1. Em Abril passado, uma equipa de cientistas internacionais anunciou a descoberta do exoplaneta mais parecido com a Terra. O que são exoplanetas?
A- Planetas do sistema solar para lá de Plutão.
B- Planetas de outra galáxia.
C- Planetas extra-solares.
2. Em Junho passado, ocorreu uma viagem de um vaivém espacial da NASA.Como se chamava?
A- Challenger
B- Atlantis
C- Endeavor
3. O evento Live Earth, no dia 7 de Julho, chamou a atenção para o perigo do aquecimento global. No último século, em quanto aumentou a temperatura do ar na Terra, perto da superfície?
A- Aproximadamente um grau.
B- Aproximadamente dois graus.
C- Aproximadamente cinco graus.
4. Em que universidade trabalha actualmente o cientista português António Damásio?
A- Universidade de Harvard
B- Universidade da Califórnia do Sul.
C- Universidade de Lisboa.
5. Em Julho, numa conferência internacional em Bruxelas, Durão Barroso defendeu a aposta nos biocombustíveis como solução para a segurança energética e as alterações climáticas. Qual destas substâncias não é um biocombustível?
A- óleo vegetal
B- petróleo
C- biometanol.
6. Como se chama o actual sistema de computação de maior desempenho em universidades portuguesas?
A- Centopeia
B- Milipeia
C- Lusitânia
7. A nanotecnologia trata de objectos com a escala de um nanómetro. O que é o nanómetro?
A- A milionésima parte do metro
B- A milésima parte do milímetro
C- A milésima parte do micrómetro.
8. O Presidente norte-americano George W. Bush vetou, em Junho, uma lei aprovada no Congresso que alargava as possibilidades de investigação científica. De que assunto se tratava?
A- aquecimento global
B- nanotecnologia
C- células estaminais
9. Em 31 de Maio último comemorou-se o aniversário de um grande matemático português. Como se chamava?
A- Bento de Jesus Caraça
B- António Aniceto Monteiro
C- Ruy Luís Gomes
10. Quem ganhou este mês o Prémio Gulbenkian de Ciência?
A- Alexandre Quintanilha
B- Manuel Sobrinho Simões
C- Maria do Carmo Fonseca
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12 comentários:
Que misturada, isto é que é cultura científica? Até o Trivial Pursuit (exceptuando alguns erros) faz melhor.
Este teste avalia mais sobre se as pessoas têm lido notícias e com que interesse o fazem.
Perguntas que se aproveitam em termos de substância: exoplanetas, aquecimento, biocombustíveis e nanómetro.
As restantes 6 são para coleccionadores de recortes de jornal.
Só uma nota em relação à pergunta 8: alguém sabe o que se passa no parlamento indiano (p/ex.) no que toca à investigação científica? (já para não falar noutras coisas.)
Pena que o questionário não fosse para o sábado seguinte, adorava saber se o caso da central nuclear japonesa seria contemplado ou convenientemente esquecido como aconteceu com o caso alemão.
Por acaso é uma salganhada. Não me leve a mal que até foi meu professor a duas cadeiras há coisa de uma década atrás, mas isto mais parece um teste da "Mulher Moderna". De resto gosto de ler as suas entradas (mas confesso que não ia muito às suas aulas; mesmo assim ainda tive uns 16 ou 17). Vou imaginar que é efeito da silly season.
Um abraço.
:-)
Alexandre Cartaxo
Este teste ficava a matar na revista Maria. Não condiz com os padrões do blog nem tem nada a ver com cultura cientifica. silly season ou silly person ...
Também acho que o teste é uma salganhada sem ponta por onde se lhe pegue.
Pior, não esperava que o prof. Fiolhais embarcasse no pós-modernismo desta forma!
O ponto dos bio-combustíveis reflecte este pós-modernismo serôdio quando pretende que o petróleo não é um bio-combustível!Não é verdade: o petróleo tem origem biológica, restos de plantas e animais que se decompuseram na mistura de hidrocarbonetos a que damos o nome de petróleo. Não é um bio-combustível renovável mas é um bio-combustível.
Queimar óleo ou etanol (não sabia que se queimava metanol, pensava que o metanol era muito tóxico) tem mais problemas de poluição que queimar derivados do petróleo.
li há uns tempos um estudo médico que indicava que na zona de Los Angeles as doenças respiratórias e alérgicas aumentariam exponencialmente se parte da gasolina fosse substituida por etanol.
não é salganhada, é concorrência à revista maria.
Junto a minha voz ao coro: este é realmente um teste muito fraquinho. Não sei dizer qual o vaivém porque não os fixo, apenas que o Challenger explodiu na década de 80. Não faço ideia em que universidade trabalha Damásio. Não sabia que existia um «sistema de computação de maior desempenho em universidades portuguesas» (mas estou numa universidade estrangeira) e neste momento não me lembro quem ganhou o prémio Gulbenkian de Ciência.
Depois dos posts sobre a cultura científica publicados no passado, que versavam o desconhecimento da segunda lei da termodinâmica ou afins, este é um teste que poderia fazer parte das primeiras rondas de perguntas do Quem quer ser Milionário.
Joana, penso que a definição de biocombustíveis é em si mesma falível. Contudo, penso que se pode estabelecer a definição como combustíveis fabricados a partir de fontes vegetais através de intervenção humana. Claro que o petróleo não é um biocombustível, simplesmente porque não é um combustível. Apenas a matéria-prima a partir da qual se produzem combustíveis. E essa do aumento das alergias parece-me estranha. Só se for por alguma interacção entre o etanol e outros compostos na gasolina.
O que a Joana diz sobre os maleficios dos bio.. é um "fait divers". O problema central é:
1) A produção (industrial) de bio-combustiveis é a operação inversa
da "revolução verde".
2) O mundo sem a "revolução verde" só alimentava 20% da população:
3) Logo...Conclusões á escolha do leitor.
4) Quando se pensa na escassez de petróleo (e gás natural), o mais importante não são os popós: é a alimentação de uma população que entretanto cresceu exponencial/ e a manutenção das cidades, autênticos sorvedouros de energia.
5) Problema social: pensem na boca dum pobre a competir com o tampão de gasolina do rico. Quem ganha?
6) Problema da desertificação do mundo: Já a acontecer no sul da Asia. Deram cabo do ar mas não chega: agora vamos dar ainda mais cabo da cobertura terreste.
7) Bio-combustiveis: o principal output não é energia, que é sensivel/ igual ao de input (não há ganhos nenhuns), o principal output são subsídios!
Afrancezado - Não há semente? Faz-se dos combustiveis (revolução verde). Não há combustiveis ? Faz-se da semente (bio...tanga).
Não percebo nada da testes de cultura científica nem de outros, não leio a Sábado nem a Maria e nem conheço o prof. Fiolhais, mas li num dos últimos números da Visão que mais ou menos 30% da população activa tem apenas, como habilitações, o 1% ciclo. Não me lembro onde li, mas já li mais de uma vez, que apenas 20% dos estudantes portugueses terminam o 12% ano, desses, deduzo eu, maior parte segue para áreas de letras. A ileteracia científica, já várias vezes comentada neste blog, é elevadíssima. Com tudo isto, não queria ser eu a elaborar um teste de cultura científica para publicar numa revista não científica como a Sábado.
guida martins
Cara Guida, isso é verdade. Por vezes a cultura é tão baixa que mesmo testes destes podem ser puxados. Só que não é com facilitismos que se lá vai. Imaginemos que uma pessoa, com o 12º ano na área das letras e sem frequência universitária tinha 30% das respostas certas: essa pessoa poderia pensar que até saberia alguma coisa de jeito sobre o assunto, mas apenas com critérios muito baixos. Para comparação, seria como criar um teste sobre conhecimentos literários perguntando qual o livro que é de Paulo Coelho numa lista de três hipóteses.
Em 'contra-corrente': não vejo nenhum 'malefício' neste questionário; pelo contrário, são questões que, em muitos casos, me suscitam curiosidade.
Este teste é o "eduquês" no seu melhor
Reacções ao teste:
Mas, ó Carlos Fiolhais, desculpe lá: se “cultura científica” é saber o nome de missões espaciais ou da universidade onde lecciona António Damásio, então eu sou muito inculto. Se calhar é verdade.
Carlos Fiolhais elaborou um teste de Cultura Científica com 10 perguntas de escolha múltipla. O teste mede essencialmente o interesse com que as pessoas seguem notícias sobre ciência e não propriamente o domínio de noções básicas de ciência (que apenas é aferido pelas perguntas 1 e 7). O termo cultura científica é bastante elástico, mas não creio que seja particularmente trágico desconhecer em que universidade trabalha António Damásio. Ou desconhercer o nome do actual sistema de computação de maior desempenho em universidades portuguesas que, se não estou em erro, foi montado no Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, fundado e dirigido por, justamente, Carlos Fiolhais.
O teste faz parte de um artigo mais vasto publicado na revista Visão e admito que algo me tenha passado ao lado. Em todo o caso, se esta relativa tabloidização - onde trabalha Damásio é tão relevante quanto saber o número da porta de casa de Tom Cruise - é moda algo recente, a auto-referenciação faz escola na ciência há centenas de anos.
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