Esta nota pode alargar-se ao reality show, que estava no canal que visitei de seguida, pessoas numa montra, a que o mundo tem acesso, a comportarem-se como não-pessoas. E o mundo com o nariz em frente duma televisão ou dum computador a assistir, deliciado, às transgressões do estado humano. Avanço para um telejornal onde se continua a dar cobertura ao caso dum certo jovem que, por tanto querer entrar nesse programa que exige um segredo escabroso de cada concorrente, denunciou a uma jornalista o seu próprio pai por crimes horríveis, que terá ou não cometido. À saída do julgamento, o jovem disse que tudo não passou duma brincadeira combinada com o pai...
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Ainda carreguei noutro botão do comando e fui dar a uma entrevista sobro o futuro da RTP: irá no arrasto deste sistema, disse o convidado e explicou porquê. Não é de admirar num ambiente (político? económico? ideológico?) onde o sentido de Pessoa se desvanece e a memória de cada uma também. É bem provável que no próximo dia 1 de Novembro, dia de lembrar quem já partiu, não seja possível fazer nada parecido com esse programa da RTP Memória.
Não será por acaso que este dia de feriado passará a vulgar.
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