domingo, 4 de novembro de 2012

Estado Social


Terá algum dos partidos autoridade e legitimidade para repensar o Estado Social? 
Não. 
Porque nunca pararam para dizer que o caminho que seguíamos era insustentável. 

É esse o papel dos líderes e das elites que, mais uma vez, falharam: havia eleições para ganhar e um discurso de facilidade para vender.

Agora é altura de tomar consciência do problema e resolvê-lo de forma definitiva, tendo o tempo e a folga necessária para o fazer.

Vai doer?
Vai.
Muito!

http://re-visto.com/estado-social

6 comentários:

Virginia disse...

Lamento, mas houve vários políticos que chamaram a atenção dos governantes socialistas para a calamitosa acção governativa e as consequencias que iria ter no futuro. Na altura chamram-lhes velhos do restelo, profetas da desgraça, etc.etc.

Sabiam bem o que estavam a fazer, mas a ganância era maior, o ego também.

J. Norberto Pires disse...

Bom dia, eu falei em "partidos" e não em "políticos" em nome individual. E tem razão, muitas vozes se levantaram, mas os partidos expurgaram-se da liberdade, de quase toda a competência e até do desassombro. As eleições ganham-se com enganos. E agora... pagam-se.
Abraço,
norberto

Unknown disse...

Sobre a possibilidade do nosso país poder entrar em bancarrota, pude escrever na revista PÚBLICA, de 18 de Junho de 2006, por gentileza da sua direcção, na secção Cartas, o seguinte texto:

O azar dos pessimistas

Não sei como terão sido apelidados (porque os houve com certeza), os que na Argentina previram o descalabro de 2001. Se simplesmente de pessimistas, se algo mais grave como profetas da desgraça ou outra designação inspirada nalguma versão local dos velhos de Restelo. De qualquer modo já ninguém se deve lembrar deles nem estará com vontade de dar ouvidos a outras vozes, senão as que anunciem uma nova época de progresso e desenvolvimento.
Lá como cá queremos governantes que demonstrem autoconfiança e determinação, sejam elas conscientes, inconscientes ou estudadas. Alguém que nos diga que vela por nós, correspondam ou não as suas políticas aos programas sufragados em eleições, haja ou não sinais claros de que iremos entrar novamente numa época de desenvolvimento económico.
Sempre foi muito fácil enganar as pessoas: basta não ter escrúpulos e dizer-lhes apenas aquilo que elas gostariam de ouvir...
Mas se é verdade, como defende Maria Filomena Mónica (PÚBLICA de 28/5), que a educação não gera necessariamente desenvolvimento, também se pode constatar que não há países desenvolvidos, e sem grandes assimetrias sociais, sem um sistema de ensino de qualidade que beneficie a maioria da população. Meta de que nos continuamos a afastar e que as últimas medidas anunciadas para o sector tornarão inacessíveis nas próximas décadas, se forem concretizadas.

Fernando J. Pires Caldeira
Almada, 18/6/2006

Unknown disse...

Isto continua a ser uma democracia (com as suas virtudes e os defeitos), assim são os políticos que têm a responsabilidade de repensar o "Estado Social" (também foram eles os responsáveis pela sua construção), fomos nós (eleitores) que lhes demos essa responsabilidade.

E podemos ficar em paz, que o mundo não vai acabar (vamos é ficar ainda mais pobres).

Aurélia Santos disse...

Caro Prof: Norberto Pires:
O cidadão comum, a populaça para usar um termo menos elevado, pega facilmente no isco que lhe atiram para a frente e depois repete-o acriticamente até à exaustão.
Mas a um académico ficará menos bem a falta de rigor na análise dos problemas, que normalmente são complexos, como é especialmente o caso deste.
Devemos debater o Estado social ou todas as funções do Estado?
E porque é que estamos em bancarrota?
Porque gastámos demais ou porque produzimos de menos?
As duas coisas concomitantemente, não foi?
E porque é que produzimos de menos?
Porque fomos perdendo competitividade desde a crise do petróleo de 1973 (a que acresceu o despautério do PREC), passando pela competição a 15 (depois até 27 na CEE/UE)e culminando com a entrada no euro (que foi agravada no início dos anos 90 com a abertura do comércio mundial que gerou a actual fase da globalização). Basta ver a série do crescimento da nossa economia desde 1961, publicada por várias instituições reconhecidas.
Mas ainda desde antes da nossa entrada no euro houve quem avisasse das consequências de tal decisão, em vão, acriticamente quase todos estavam de acordo.
Voltando ao Estado Social, o enfoque apenas neste aspecto não é inocente ideologicamente. Porque não pensar (no sentido de racionalizar) todas as funções do Estado?
Sabe que, por exemplo, temos umas Forças Armadas miseráveis de meios operacionais e de recursos financeiros disponíveis mas com um quadro de oficiais hiperinflaccionado?
O quadro prevê 74 oficiais-generais mas existem 132. Com todas as consequências nos restantes postos inferiores, que estão igualmente hiperinflaccionados; daí a GNR para acomodar alguns coronéis e generais e agora também os Bombeiros Sapadores e a Protecção Civil para acomodar outros tantos. Mas soldados e marinheiros para comandar e executar as tarefas escasseiam. Há discussão sobre isso? Não.
E podemos ter duas forças de segurança (GNR e PSP) que duplicam a estrutura de comando e a logística?
E uma estrutura político-administrativa com 4251 freguesias, 308 concelhos, 5 regiões de coordenação (CCR), 18 distritos administrativos (agora sem governador civil), um governo com 40 membros, uma AR com 230 deputados, e um PR, isto para apenas 10 milhões de habitantes?
Somos quantitativamente metade de uma grande metrópole como S. Paulo, por exemplo?
E ainda temos as regiões autónomas, com 2 governos, 2 assembleias com 50 deputados regionais cada, 2 ministros da República.
Muito mais me deve ter escapado.
Porquê falar apenas no Estado Social? Porque atinge (beneficia) os mais fracos?
As agendas comunicacionais nunca foram isentas nem neutras.

Anónimo disse...

A pergunta "Terá algum dos partidos autoridade e legitimidade para repensar o Estado Social?" tem como objectivo determinar a legitimidad e dos partidos para "repensar"(?) [pensar novamente ?] o Estado social. A resposta que é dada nada tem a ver coma legitimidade, mas sim coma insutentabilidade do Esatdo social, o que são manifestamennte coisas diferentes.
Concorco que a repsosta seja não, pois os partidos políticos existentes não representam o Estado (social ou não) ma s sim as clientela s que os elegeram, podendo ver essa função representativa - em teoria - no partido da maioria , que detém o poder executivo.
Mas uma coisa é saber se um partido que não reprenta mais do que 20a 30% dos do eleitorado, tem legitimidade pol+icita democrárica para façar em nome de todos politicamennte, outra é saber se tem capacidade para "repensar" - e tomar decisões unilaterais - como partido mairitário do poder político - em matérias sociais que abrangem toda uma população.
E qaui permitam que vos diga que não reconheço "legitimidade" a uma minoria política (nem seque r chega a 50% dos eleitores), memso que legitimada pelo sistema democrático, para "repensar" um tema tão abrangente e universal como o Estado social.
É a sociedad e civil que deve ter essa incum,bência, pois o Estado social são todos e não apenas os eleitores. Abdicar da função comunitária que é a de nos cuidarmos entre nós e colocá-la nas mãos de um poder polético, é ceder aos interesses economicistas da saúde, às exigências dos mercados, emfim passamos d e pessoas "homo ecomonicus" ou a simples "numerati", sendo tratados como números de uma mera equação matemática e não como seres humanos de um Estado social.
O povo sabe que a classe política permitiu os jodos financeiros que o levou a pensar que se podia viver "à grande e à francesa". Se tem que fazer sacrif´cios e abdicar de alguns dos privilégios que obteve com luta, então que se diga de forma transparente para onde vamos, o que querenmos, assim como o que deve ser recusado.
Enquanto o "carneirismo", o "autismo" e o "silêncio" do povo se mantiver, os partidos políticos que falei no princípio farão de todos gato-sapto.
Tem que se ouvir a voz da cidadania.
Talveza reflexão comjunta - independetemente das rivalidades e dos egoísms mesquinhos - possa dar frutos, podendo levar a exigir um referendo sobre o Estado social.
Mnauel Pinto santos

TODA A GLÓRIA É EFÉMERA

Quando os generais romanos ganhavam uma guerra dura e bem combatida, davam-lhes um cortejo e rumavam ao centro de uma Roma agradecida. ...