quarta-feira, 9 de setembro de 2009

POEMA ZOOLÓGICO 2

OH LOIRO!

Do alto do poleiro
o loiro palrador
imita do galo libertino
o canto triunfante...
As galinhas que debicam
no tédio dos dias
o grão da aventura
em alvoroço
levantam as cabeças
esperando...

Um velho galo depenado
de crista já caída e desbotada
derreado a um canto medita
nos mudados tempos
na anarquia em que se vive agora.

Joaquim Namorado

2 comentários:

Américo Oliveira disse...

Lembremos outro estilo, mais militante:

EPITÁFIO PARA M.

Dos tubarões fugi eu
Os tigres matei-os eu
Devorado fui eu
Pelos percevejos.

(Bertolt Brecht)

Cláudia s. Tomazi disse...

Pêlo de galo ao estilo lusitano:

Nem fugiria a tubarões
tam pouco a touros
sem por devorá-los,
abrem portas os cavalos.

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...