terça-feira, 29 de setembro de 2009

Noites de Galileu

Informação recebida do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).

Exploradores do céu, amadores e profissionais, vão participar em maratona de três dias. O objectivo é redescobrir os objectos de Galileu Galilei.

Foi um dos achados astronómicos do ano e teve como protagonista um astrónomo amador. Depois da detecção do violento impacto de um asteróide ou cometa na superfície de Júpiter, os olhos dos exploradores do céu de todo o mundo vão concentrar-se em simultâneo no gigante gasoso observado por Galileu Galilei há precisamente 400 anos. Nas Noites de Galileu, de 22 a 24 de Outubro, milhões tentarão repetir uma das descobertas mais aplaudidas do ano.

“As observações amadoras sempre desempenharam um papel importante na Astronomia, algo que pode ser sublinhado pelo facto de um dos mais excitantes acontecimentos astronómicos deste ano - o impacto violento em Júpiter de um asteróide ou cometa - ter sido detectado por um astrónomo amador. É por isso apropriado que as 'Noites de Galileu' continuem esta tradição no momento em que milhares de astrónomos amadores e o público vão voltar a atenção para Júpiter e para os outros objectos observados por Galileu há 400 anos.”, avança Catherine Cesarsky, Presidente do Comité Executivo do AIA2009.

Para os astrónomos portugueses o desafio não podia ser maior: Portugal quer continuar a ser o país mais dinâmico da Europa e um dos melhores do mundo no AIA2009, estatuto que alcançou no primeiro mega-projecto 100 Horas de Astronomia, a maratona de observação do céu que, em Abril, mobilizou milhões de pessoas por todo o globo.

Ao longo dos três dias das Noites de Galileu, os olhos dos astrónomos amadores, profissionais e de curiosos de todo o país vão estar postos em Júpiter e nos seus anéis, mas também nas crateras da Lua. Pelo território nacional, as entidades associadas da Comissão Nacional do AIA2009 e todos aqueles que queiram juntar-se ao projecto vão disponibilizar telescópios e material informativo que permitirão a todas as pessoas, inclusive sem qualquer experiência anterior em observações astronómicas, redescobrir os objectos que Galileu Galileu observou há quatro séculos.

"Pedimos a todos os astrónomos que disponibilizem os seus meios de observação para mostrar Júpiter e os seus satélites, a Lua e tudo mais que queiram mostrar a qualquer pessoa disposta a encostar o olho nas oculares dos telescópios", apela o coordenador nacional das Noites de Galileu, Ricardo Reis.

As actividades podem ser apenas para um pequeno grupo de amigos ou vizinhos, ou para multidões em eventos de grande dimensão. No entanto, todas as entidades ou pessoas que queiram associar-se deverão registar a sua participação no site oficial das Noites de Galileu. Neste site, poderão encontrar todas as informações de que necessitam para o projecto. As Noites estão também num twitter .

Para levar o Universo ao grande público, o AIA2009 lançou ainda um concurso mundial de astrofotografia. Promovido em parceria com a Europlanet, o objectivo é que, com ou sem a ajuda de telecópios, astrónomos, interessados em fotografia e meros curiosos possam captar diferentes faces do céu nocturno.

As Noites de Galileu surgem em Portugal associadas ao projecto E agora eu sou Galileu , que pretende dar a conhecer ao público a importância do trabalho de Galileu Galilei para a ciência e, em particular, para a Astronomia. Graças ao E agora eu sou Galileu, foram já organizadas de norte a sul do país, desde o início do ano, centenas de sessões de observação do céu.

O Ano Internacional de Astronomia é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).
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Imagem: http://www.astronomy2009.org/resources/multimedia/images/

1 comentário:

Sérgio O. Marques disse...

Acho que este ano deveria ser o ano internacional da crise e comemorado com toda a opulência que a crise proporciona... a uns poucos.
Olhar para as estrelas é o que resta à maioria.

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