quarta-feira, 22 de abril de 2009
CAMÕES, O CÉU E A TERRA
Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra (no quadro "Camões na gruta de Macau" de Francisco Augusto Metrass):
Camões transformou a geografia de lugares exóticos como as ilhas Maldivas e inculcou no imaginário português territórios paradisíacos como as Seychelles ou as ilhas do Caribe. Geração após geração, Camões continua a imortalizar o fascínio insular e a determinar a forma como viajamos. Os investigadores João Luís Fernandes e Isabel Almeida vão estar no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) para explorar as "Novas Terras" do poeta d'Os Lusíadas. A sessão decorre no dia 29 de Abril às 16 horas. A entrada é livre.
"A visão camoniana antecede a actual percepção da ilha enquanto lugar de atracção, enquanto Éden e território de sedução e enquanto espaço de centralidade turística. A visão camoniana mudou a geografia de lugares como as Maldivas e enriqueceu o imaginário colectivo com territórios paradisíacos como as Seychelles ou as ilhas do Caribe", avança João Luís Fernandes, especialista em Geografia da Universidade de Coimbra.
Organizada pelo Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) e pelo Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (CIEC), a conferência "Novas Terras" é a primeira das três sessões do ciclo "Camões, o Céu e a Terra", dedicado à Ciência na obra de Luís de Camões.
"Vai ser um ciclo verdadeiramente surpreendente. Pelos temas escolhidos, pelo contraponto de perspectivas entre investigadores das ciências exactas e especialistas em Literatura, vão ser certamente conferências cativantes tanto para o público em geral como para audiências especializadas", garante o coordenador científico do CIEC, José Carlos Seabra Pereira.
Na sessão "Novas Terras", o geógrafo João Luís Fernandes explorará o modo como Camões mudou para sempre o imaginário turístico, o marketing e a paisagem cultural portuguesa. A par desta reflexão, o investigador fará ainda uma breve incursão pela geografia de Portugal e do mundo na época de Camões.
Professor de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, João Luís Fernandes é especialista em Geografia do Turismo e Geografia de Portugal e das comunidades de expressão portuguesa.
Na mesma conferência, Isabel Almeida, especialista em Literatura Portuguesa da Universidade de Lisboa, vai explorar a simbologia por detrás dos espaços da obra de Camões. "A Geografia e a poesia articularam-se? Como entra a Geografia n'Os Lusíadas? Explorando estas questões, seremos levados a notar que, na época camoniana, o "debuxo dos lugares" faz parte de uma intensa reflexão sobre possibilidades de conhecimento, comportamentos humanos e desejos de plenitude", explica a investigadora.
Isabel Almeida é professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e membro do CIEC. Estuda Literatura Portuguesa dos séculos XVI e XVII, com destaque para Camões e para o Padre António Vieira.
Integrado nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009) e dos duzentos anos do nascimento de Darwin e da publicação da sua obra mais influente, "A Origem das Espécies", o ciclo "Camões, o Céu e a Terra" prossegue a 21 de Maio com uma sessão dedicada aos "Novos Céus" de Camões. A investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia Carlota Simões e o professor de Literatura da Universidade Católica Portuguesa Luís Silva Pereira são os convidados de uma sessão dedicada à Astronomia camoniana.
As sessões sobre a Ciência em Camões terminam a 24 de Junho com as "Novas Gentes" da obra do poeta d'Os Lusíadas. A conferência sobre a importância da Antropologia na obra camoniana contará com a presença do antropólogo social Luís Quintais e do coordenador científico do CIEC, José Carlos Seabra Pereira.
Ciclo CAMÕES, O CÉU E A TERRA
29 de Abril: novas terras, 16.00, João Luís Fernandes (FLUC) e Isabel Almeida (FLUL)
21 de Maio: novos céus 16.00 Carlota Simões (FCTUC) e Luís Silva Pereira (UCP)
24 de Junho: novas gentes 16.00 Luís Quintais (FCTUC) e José Carlos Seabra Pereira (FLUC)
Organização:
Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos
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2 comentários:
Tantas coisas boas, a acontecerem em Coimbra
"A Geografia e a poesia articularam-se?" - Sem dúvida.
Espero que em "Novas gentes" não esqueçam o poema "Aquela cativa que me tem cativo..."
Não é nada uma cativa submissa, a um canto, por trás da rocha donde o poeta olha o além - como mostra a pintura. É uma cativa que ocupa a tela toda... submisso, está o próprio poeta. Digam lá o que disserem os biógrafos e críticos, Camões preocupava-se com os outros seres humanos!
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