terça-feira, 21 de abril de 2009

Biblioteca Digital Mundial

Foi hoje apresentada a Biblioteca Digital Mundial, um arquivo on-line gratuito, coordenado pela UNESCO e que envolve 32 instituições.

Neste arquivo é possível encontrar, em sete idiomas - árabe, chinês espanhol, francês, inglês, russo e português -, reproduções de livros, manuscritos e documentos visuais e sonoros que se encontram em bibliotecas de todo o mundo.

14 comentários:

Vítor I. disse...

Até a Unesco promove a Religião Nova Era Digital, lá estão os editores e criadores a ver o seu ganha-pão a fugir.
Tudo porque os borlistas não querem abrir os cordões à bolsa matando assim a verdadeira cultura.

Desidério Murcho disse...

Esta biblioteca, como as bibliotecas das universidades e as bibliotecas nacionais e locais, não é feito com trabalho voluntário.

Cleyton Bonamigo disse...

Hehehe conferindo.

Espero que seje uma boa biblioteca ehehehe e com certeza vai ser.

Trabalhos da UNESCO são muito bons. Vamos ver como esse se sai.

Abraço

Anónimo disse...

Caro Desidério, então pelos arguementos que vem expondo, é uma iniciativa ainda mais nociva e perniciosa porque sabemos (disse-o!) que esse trabalho, sendo remunerado, é de "maior qualidade" e devido à sua acção de massas, uma verdadeira acção de "dumping" aos produtores culturais. Afina o argumento não era o "borlismo"? Estar um produto disponível à borla e ao alcance de todos fazia com que as pessoas deixassem de comprar os livros e tudo o resto?

Seja coerente homem!

nuvens de fumo disse...

É como é da UNESCO é com trabalho pago. Fica a nota que muitas bibliotecas vão ceder conteúdos gratuitamente.

Não sei porque mas a divulgação do nome de uma instituição é publicidade gratuita e isso é uma forma de pagamento.

Eu não me importava de oferecer algum do meu tempo gratuitamente a um projecto destes.
Aliás nos EUA, que é um país muito mais liberal do ponto de vista económico do que o nosso, o trabalho voluntário dentro da área de especialidade de cada um é comum. E é de qualidade.

Nós por cá nem mecenas, nem voluntários, é o pensamento português no seu melhor.

Aliás Portugal é dos países onde o voluntariado tem menos expressão, enfim.

nuvens de fumo disse...

Não podia deixar de colocar aqui esta nota:

server.intraneia.com/~rfarinha/EntrevistaDirectorBN.doc

http://www.bnportugal.pt/

1. A Biblioteca Nacional contribui com as imagens digitalizadas neste projecto. O que levou a BN a participar neste projecto?

A política da Biblioteca Nacional de Portugal é a de utilizar todos os instrumentos ao seu alcance com a finalidade de disponibilizar, nos diversos suportes, as obras que foram produzidas em Língua Portuguesa ou sobre Portugal. Seja do ponto de vista das redes internas, seja do ponto de vista de iniciativas internacionais de que o Projecto Gutenberg ou o Projecto Tel são exemplo. O nosso principal objectivo é o de potenciar e rentabilizar todo o esforço que é desenvolvido pela BNP - e financiado pelo Estado Português - no sentido de tornar acessível o património bibliográfico nacional ao mais alargado leque possível de internautas e de potenciais interessados na Cultura Portuguesa.

2. Este é o primeiro projecto de voluntariado da BN?

A Biblioteca Nacional já tem tradição de beneficiar de actividades de voluntariado. Um exemplo de voluntariado que tem vindo a desenvolver-se há vários anos situa-se no domínio da Área de Leitura Especial, destinada a deficientes visuais, em que cidadãos participam empenhadamente na leitura de obras destinadas à feitura de livros sonoros. No entanto, no domínio digital, a parceria com o Projecto Gutenberg constitui uma associação pioneira.

Desidério Murcho disse...

O trabalho voluntário, tal como as bibliotecas em geral, involuntariamente pagas com o dinheiro dos contribuintes, existem para satistazer uma pequena minoria de pessoas que são insuficientes para tornar economicamente viável tais actividades. Isto devia ser óbvio. Por que razão não precisamos de trabalho voluntário nem de usar os impostos das pessoas para financiar o cinema norte-americano? Porque as pessoas que o consomem o pagam. Eu sei que as pessoas não querem pensar em realidades desagradáveis, mas a realidade desagradável não desaparece por causa disso. E a realidade desagradável é que quem valoriza as bibliotecas, os livros, a cultura, é uma pequeníssima parte da população, insuficiente para tornar tais coisas economicamente viáveis. Mas isto significa que o trabalho voluntário ou involuntariamente pago com os impostos dos contribuintes não tem a humanidade em vista, ao contrário da retórica do costume, mas sim uma pequena minoria das pessoas que no entanto não querem abrir os cordões à bolsa.

Desidério Murcho disse...

Reparei agora que do ponto de vista da UNESCO "itens" escreve-se em português "ítens". É preciso agora actualizar todos os dicionários de português.

joão viegas disse...

Desidério,

Francamente, não ha paciência para tanta ma fé.

A unica realidade desagradavel que eu vejo é tu não fazeres a mais pequena ideia do que significam as palavras "economicamente viavel" e seres completamente incapaz de justificar em que medida é que elas têm pertinência tratando-se do serviço prestado pelas bibliotecas publicas.

Isto, vindo de alguém que aufere rendimentos de uma actividade que se insere num serviço publico, é aterrador.

Mais aterrador ainda vindo da parte de uma pessoa que pretende fazer filosofia.

Estas a dizer que a UNESCO, como as bibliotecas publicas, são uma forma disfarçada de roubo e de dilapidação do dinheiro das pessoas, é isso ?

Tem juizo...

Anónimo disse...

João Viegas, ninguém percebe o Desidério.

O seu primeiro post, em resposta à recção violenta do Vitor diz:

"Esta biblioteca, como as bibliotecas das universidades e as bibliotecas nacionais e locais, não é feito com trabalho voluntário."

dando a ideia de como é trabalho não voluntário está OK.

depois sai-se com:

"o trabalho voluntário ou involuntariamente pago com os impostos dos contribuintes não tem a humanidade em vista, ao contrário da retórica do costume, mas sim uma pequena minoria das pessoas que no entanto não querem abrir os cordões à bolsa."

dando a ideia que quer seja voluntário ou não não está OK (quem paga a UNESCO não são os contribuintes também? ou aquilo cai do céu?). Note-se que este último comentário é consistente com o que tem vindo a afirmar nos seus outros posts.

Também não lhe percebi esta achega:

"Reparei agora que do ponto de vista da UNESCO "itens" escreve-se em português "ítens". É preciso agora actualizar todos os dicionários de português."

nuvens de fumo disse...

Não percebi também essa frase do dinheiro dos bolsos, entra em conflito com a justificação do subsídio que existe por falta de mercado e não por falta de pagamento por parte dos espectadores.

Claro que o facto de acharmos que as bibliotecas vão estar sempre ás moscas é um péssimo ponto de partida, percebo o negativismo do Desidério.

Se pensarmos que a cultura é um forte rodeado de bárbaros por todos os lados, ficamos assim.

Claro que podemos ter outra ideia do que por aí se vai fazendo, e podemos ver que há lugar para teatro, música, bailado etc e tudo pago.

Mas também há espectáculos gratuitos e bons.

A cultura é isso tudo, bom e mau, não é só o elitismo dos supostos bons livros.

Ainda não percebi o que calha de ser um bom livro.....

Anónimo disse...

Por mim só vejo um problema na Biblioteca Digital da Unesco. Mas primeiro deixem-se dizer isto. Quem tem rendimentos que lhe permitam contribuir graciosamente para qualquer Biblioteca Digital ou de outra espécie, se o faz é de louvar. Deve incentivar-se o trabalho comunitário. Até porque quem contribui trabalha concerteza em institutos e outros organismo de que se sustenta. Se quem quiser contribuir fazendo-se pagar que se junte e reivindique uma forma de remuneração. Quanto aos livros, reconheço que os prefiro à, para mim, penosa leitura em monitores. Mas este é um problema meu e creio que nunca me hão-de faltar livros no mercado. Um novo veículo nem sempre substitui o antigo: a rádio não morreu com a televisão.
Agora vamos ao problema que vejo na Biblioteca da Unesco, e que considero muito grave: por que raio idiomas como o alemão e o italiano, nos quais foram produzidos um quantitativo substancial e decisivo dos saberes património da Humanidade (ciências, filosofia, literatura, todas as artes), de há vários séculos para cá, cuja leitura no original é desejável para que haja deles um entendimento preciso,não se encontram entre as línguas nela disponíveis?

João Pedro Ferrão disse...

E o latim não é língua? É que também lá está.

Anónimo disse...

"Foi hoje apresentada a Biblioteca Digital Mundial, um arquivo on-line gratuito, (...) Neste arquivo é possível encontrar,..."
Cara Helena Damião, não posso deixar de corrigir a sua confusão entre a duas áreas documentais afim, mas tão diferentes tecnicamente! A ignorância quanto aos arquivos é tão gritante que podemos dizer que se sabe, hoje, mais dos planetas; não é a Astronomia, a ciência mais popular da nossa actualidade? E ainda bem que sim; mas, desculpe então os pruridos de uma arquivista que assiste diariamente à destruição da memória do seu País... Os arquivos são documentos produzidos automaticamente no exercício de actividades; as bibliotecas são documentos reunidos arbiterariamente segundo o interesse cultural de cada um. Todos sabem sobre bibliotecas; mas, quem sabe o que é um arquivo? A ignorância é enorme, institucional, gravíssima... Desculpe-me mais uma vez, minha Senhora, respeito imenso o seu trabalho neste Blog, mas não podia deixar de corrigir esta confusão.
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