terça-feira, 30 de setembro de 2008

CULTURA CASMURRA


Que a cultura não tem sido particularmente bem tratada pela Câmara Municipal de Coimbra é ilustrado pela recente mudança de nome da Praça Machado de Assis, que homenageava o grande escritor brasileiro, um dos maiores da língua portuguesa, pelo nome de Praça Fausto Correia, que homenageia um político local, infelizmente já falecido, e desconhecido lá fora. Pois tal alteração "casmurra" foi feita no dia da cidade (4 de Julho) e no ano em que no Brasil e em Portugal se celebra o centenário da morte de Machado de Assis... Quem não acreditar veja notícia aqui.

Qualquer outra praça ou rua nova serviria para colocar o nome do político local. O pormenor mais extraordinário é a mudança ter sido justificada por Fausto Correia costumar frequentar um café naquela praça. Ah, é isso: Machado de Assis nunca lá tomou café!

Pois eu continuo a chamar Machado de Assis à praça que agora foi despromovida, tal como continuo a chamar Ponte Europa à ponte que despromoveram em Ponte Rainha Santa Isabel. Já houve um político português actual que agradeceu um livro de Machado de Assis que a editora lhe enviou - não sei se foi o "Dom Casmurro" - apresentando os seus melhores cumprimentos ao Senhor Machado de Assis. Não quero acreditar que os políticos à frente do município coimbrão não saibam quem foi o autor de "Dom Casmurro".

2 comentários:

Armando Quintas disse...

esta questão remete-nos para outra, não é só o poder local de coimbra que está podre, é todo o poder local a nivel nacional, que eu saiba n tenho conhecimento de que já tenha sido estudado com clareza o actual modelo de poder local para perceber se ele ainda se ajusta aos nossos dias ou não, e se é esse o problema ou o problema não seja o modelo ser desajustado mas desvirtuado.
O poder local é muito importante mas está podre com sabemos, mas é preciso refrear os apetites de desmantelamento desse poder local que por ai andam, porque se tal acontecer, no lugar desse poder publico vão-se instalar interesses privados, onde o lucro é o objectivo, e os serviços deixam de ser um direito para serem um luxo..

Anónimo disse...

O Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra é, como todos o sabemos, um ex-libris do provincianismo e da tacanhez... Profissional medíocre e, em seguida, vereador confrangedor, esta despersonalidade envergonha-nos com as suas intervenções pimba e os seus escritos cabotinos ou não fosse o vereador a imagem fidedigna de um pobre aculturado sem qualquer pedegree...Malditos partidos onde apenas se premeiam a mediocridade e o seguidismo!

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