segunda-feira, 15 de setembro de 2008

SEM DEUS

O Prémio Nobel da Física norte-americano Steven Weinberg, autor de "Os Primeiros Três Minutos", escreve sobre ciência e religião no número de 25 de Setembro da "New York Review of Books", num artigo intitulado "Without God", que é o texto de uma conferência que deu a estudantes da Universidade de Harvard, em Boston, em 3 de Junho passado. Traduzo alguns excertos:

"Concedo que a ciência e a religião não são incompatíveis - no fim de contas existem alguns excelentes cientistas (apesar de não serem muitos), como Charles Townes e Francis Collins, que têm fortes sentimentos religiosos. No entanto, penso que entre a ciência e a religião não existe, senão uma incompatibilidade, pelo menos aquilo que a filósofa Susan Haack chama uma tensão, que tem vindo progressivamente a enfraquecer a crença religiosa séria, especialmente no Ocidente, onde a ciência avançou mais. Gostaria de esboçar algumas das fontes desta tensão e deixar alguns comentários sobre a questão muito difícil levantada pelo consequente declínio da fé: a questão de saber como é possível viver sem Deus.

Não penso que a tensão entre ciência e religião seja em primeira linha resultado de contradições entre descobertas científicas e doutrinas religiosas específicas. Esta é a preocupação central de White [autor de "A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom", 1896], mas penso que ele estava a olhar na direcção errada. Galileu fez notar na sua famosa carta à Grande Duquesa Cristina que "a intenção do Espírito Santo é ensinar-nos como ir para o céu e não como o céu se move" e isto não era apenas a sua opinião; ele estava a citar um príncipe da Igreja, o cardeal Baronius, bibliotecário do Vaticano. As contradições entre as Escrituras e o conhecimento científico ocorreram várias vezes e foram, em geral, acomodadas pelos religiosos mais esclarecidos. Por exemplo, há versículos no Antigo e no Novo Testamento que parecem dizer que a Terra é plana, e como fez notar Copérnico (citado por Galileu na referida carta) estes versículos levaram alguns antigos padres da Igreja como Lactâncio a rejeitar o conhecimento grego de que a Terra era uma esfera, mas cristãos cultos aceitaram a forma esférica da Terra muito antes das viagens de Colombo e Magalhães. Dante achou até que o interior da Terra esférica era um bom lugar para colocar os pecadores.

O que foi um assunto sério na Igreja primitiva tornou-se hoje uma paródia. O astrofísico Adrian Melott da Universidade do Kansas, na luta contra os zelotas que querem igualdade de tempo para o ensino do criacionismo nas escolas públicas do Kansas, fundou uma organização chamada FLAT (Families for Learning Accurate Theories). A sua sociedade parodiava os criacionistas pedindo tempo igual para a geografia da Terra plana, argumentando que as crianças deviam ser expostas aos dois lados da controvérsia sobre a forma da Terra.

Mas se o conflito directo entre conhecimento científico e crenças religiosas específicas não tem sido tão importante por si mesmo, existem pelo menos quatro fontes de tensão entre ciência e religião que têm sido relevantes.

A primeira fonte provém do facto de que a religião ganhou originalmente muita da sua força a partir da observação de fenómenos misteriosos - trovoadas, terramotos, doenças - que pareciam requerer a intervenção de um ser divino. Havia uma ninfa em cada ramo e uma dríade em cada árvore. Mas, à medida que o tempo avançou, um número cada vez maior destes mistérios foram explicados por meios puramente naturais. Claro que explicar isto ou aquilo do mundo natural não exclui a crença religiosa. Mas, se as pessoas acreditavam em Deus porque nenhuma outra explicação parece possível para um grande número de mistérios, e, depois, no decurso do tempo, estes mesmos mistérios foram sendo resolvidos um a um de uma maneira naturalista, então pode-se esperar que haja um certo enfraquecimento da crença. Não é por acaso que o advento da difusão do ateísmo e do agnosticismo entre pessoas cultas no século XVIII se seguiu ao nascimento da ciência moderna no século anterior.

(...) Existe uma segunda fonte de tensão: estas explicações colocaram progressivamente em dúvida o papel especial do homem, como um actor criado por Deus para desempenhar um papel principal no grande drama cósmico do pecado e da salvação. Tivemos de aceitar que a nossa casa, a Terra, é apenas um planeta entre outros que giram à volta do Sol; que o nosso Sol é apenas uma de centenas de mil milhões de estrelas na nossa Galáxia; e pode bem ser que que toda a nuvem em expansão de galáxias seja apenas uma parte de um multiverso muito maior, a maior parte do qual absolutamente inóspito para a vida. Como Richard Feynman disse: "A teoria de que tudo foi feito como um palco para Deus ver a luta do homem entre o bem e o mal parece inadequada".

(...) Uma terceira fonte de tensão entre ciência e crença religiosa foi mais importante mo Islão do que na Cristandade. Por volta de 1100, o filósofo sufita Abu Hamid al-Ghazzali argumentou contra a ideia de leis da Natureza, com base no facto de que essas leis seriam umas correntes a prender as mãos de Deus. De acordo com ele, um bocado de algodão sobre uma chama não escurece e arde por causa do calor da chama, mas porque Deus quer que assim seja. As leis da Natureza poderiam ter sido reconciliadas com o Islão, como um sumário daquilo que Deus quer que ocorra, mas al-Ghazzali não seguiu por essa via.

(...) Há uma quarta fonte de tensão entre ciência e religião que é talvez a mais importante de todas. As religiões tradicionais baseiam-se, em geral, na autoridade, quer seja a autoridade de um dirigente infalível, como um profeta ou um papa ou um imã, ou de um corpo de textos sagrados, a Bíblia ou o Alcorão. Talvez Galileu não tivesse arranjado sarilhos apenas porque expressou ideias contrárias às Escrituras, mas sim porque o fez de forma independente, em vez de ser um teólogo a expressar-se dentro da Igreja.

Claro que os cientistas se baseiam em autoridades, mas estas são de uma natureza muito diferente. Se eu quiser perceber um certo aspecto da teoria geral da relatividade, devo consultar um artigo recente de um especialista do assunto. Mas sei que esse especialista pode estar errado. Uma coisa que provavelmente não farei será ver os artigos originais de Einstein, porque hoje um estudante universitário percebe a relatividade geral melhor do que Einstein. Progredimos. De facto, a forma na qual Einstein escreve a sua teoria é apenas o que hoje se considera uma teoria de campo efectiva; isto é, trata-se de uma aproximação, válida para as grandes escalas de distância para a qual foi testada, mas não em condições mais exóticas, como no início do Big Bang.

Temos os nossos heróis em ciência, como Einstein, que foi certamente o maior físico do século passado, mas para nós eles não são profetas infalíveis. (...)"

Steven Weinberg

17 comentários:

JSA disse...

Excelente artigo. Bem argumentado, informado, simples e claro. Tudo de forma razoável.

Muito obrigado caro Carlos Fiolhais.

Carlos Albuquerque disse...

Pôr cientistas a falar de religião é, em geral, como pôr religiosos a falar de ciência: não conhecem em profundidade aquilo de que querem falar. Era importante ir mais longe do que isso.

Acho interessante que se desenvolvam modos de vida e culturas estáveis e positivos sem Deus. Mas o ateísmo é ainda muito recente.

Muitas das respostas que hoje a religião pode dar ao mundo situam-se ao nível da convivência entre humanos. Ainda é cedo para dizer se a evolução das ciências humanas (psicologia, sociologia, etc.)conseguirá ajudar a criar uma comunidade humana feliz e sem Deus.

Aqualung disse...

Religion is an insult to human dignity.

With or without it you would have good people doing good things and evil people doing evil things.

But for good people to do evil things, that takes religion.

Steven Weinberg

The Atheism Tapes 2 - Steven Weinberg

http://video.google.com/videoplay?docid=-2260129385438753065&ei=fmLOSMLINIf42wKnj-nKAg&q=The+Atheism+Tapes+2+-+Steven+Weinberg

Peter of Pan disse...

Interessante e actual. Ter-se-ia disparatado menos durante a passada semana, a propósito do LHC, caso se tivesse lido este artigo.

Fernando Dias disse...

Steven Weinberg é brilhante, coloca as questões de uma forma interessante, mas poderia ter ido mais longe.

Ele coloca bem a pergunta “como pode alguém saber algo de definitivo sobre o enigmático Universo?”, mas não se questiona porque existe o Universo em vez de não existir; ou, não se interroga quanto às lacunas da ciência em relação à possível ‘força’ ou às ‘forças’ ainda não encontradas que expliquem e justifiquem de uma forma mais admissível a enorme complexidade auto-organizada, como é a complexidade da vida e da consciência, ou da mente. Ou por que é que é assim o Universo e não de outra maneira? Onde é que está o determinismo da vida? Ou onde é que está a casualidade da vida?

Uma forma de resolvermos este enigma do conhecimento seria conhecermos as coisas directamente, ou seja, através da própria experiência. Todos nós sabemos que se algém com uma catana bem afiada nos bater com força com ela num braço, o nosso braço vai para o maneta e nós ficamos sem ele. Ninguém tem dúvidas acerca disto, por isso é melhor não experimentar. Mas nós, enquanto criaças e até uma certa idade éramos capazes de querer experimentar. Contudo, não é fácil explicar como podemos saber algo directamente acerca do Universo. Portanto, com o conhecimento através da experiência directa não vamos muito longe. Por isso, o conhecimento requer ‘teoria’. Sem ‘teoria’, nós que em última análise não estamos em sítio algum e nada somos, não sabemos praticamente nada de nada.

Por isso resta-nos repousar sobre as melhores teorias. Mas como saber se as nossas teorias são verdadeiras? Temos de ficar pelo que faz mais sentido conceptualmente. E para mim faz mais sentido um Universo auto-suficiente, que não tenha tido necessidade de uma entidade para o criar, como aquela que as religiões defendem e a que chamam Deus, do que admitir para a sua existência a necesidade de uma entidade externa e depois continuar embaraçado por não ter nenhuma boa teoria sobre a causa e a criação dessa entidade.

Justiniano disse...

Caríssimo Prof. C. Fiolhais!
Para além das, aparentes, tensões, pretéritas, entre a ciencia e a religião, creio, humildemente, que se esqueceu da mais actual delas que será a tensão moral!
Alguns argumentos, que não o do Prof. C Fiolhais que presumo de boa fé, utilizam os recorrentes erros históricos que as Instituições Religiosas tiveram ou para o qual foram utilizadas! Do mesmo modo o poder oferecido, hoje, à comunidade científica poderá criar alguma comparticipação da mesma na odiosa manipulação do "mundo"(isto se não entendermos que já o foi ou seja ocupar o papel de portadora de critérios de verdade que os clérigos ocuparam na Idade Média na Europa).
O que entendo não ser honesto, e creio que o Sr. Professor tenderá a concordar, é utilizar o decaimento da história para fazer desacreditar a Religião, desacreditando-a como fonte de revelação do dever-ser, que é e sempre foi, fazendo-o para, talvez, desacreditar a própria ideia de dever ser! Reduzir-se ao recognitivo "natureza das coisas" e deste modo ultrapassar a tensão moral e os limites, que esta, visa opor à revelação de ciencia!

Fernando Dias disse...

Arrogância e fanatismo, há tanto em crentes como em não-crentes. Não são apenas os crentes que se tentam ludibriar ou ludibriar os outros perante os enigmas do Universo. E fazem-no sempre do mesmo modo: pretendem saber mais do que de facto sabem. Os crentes simulam saber que Deus existe, que Ele criou o mundo e por aí fora. Os não-crentes arrogantes e fanáticos da ciência simulam saber que não há verdades para além das científicas.

E se este pessoal decidisse parar de fingir saber mais do que aquilo que de facto sabe? Se estes crentes e não-crentes fossem mais inteligentes, o que afirmariam saber? Talvez: que há verdades científicas e há enigmas e mistérios.

Unknown disse...

Por estranho que pareça tanto os religiosos como os cientistas continuam a esquecer que o texto "fundamental" não dá a entender em parte alguma que a terra éra plana e sustentada por 4 elefantes e uma tartaruga gigante. Dois textos bem simples que provam que a Bíblia estava bem à frente do seu tempo são: Jó 26:7 mostra que a terra estava suspensa sobre o nada e Isaías 40:22 fala claramente do circulo ou esfera da terra. Milhares de anos antes da ciência "moderna" ter confirmado isso. Estranho, não é? Em especial para um livro que não pretende ser científico!

alf disse...

Contrariamente ao que a ciência-religião-de-estado continuamente afirma, a verdade é que esta tem grandes pontos de contacto com a Religião.

Os grandes problemas de Galileu foram com os seus próprios colegas «cientistas». Mas isso não interessa referir, não é verdade?

Toda a história da ciencia está marcada pela perseguição aos que vieram com novas ideias. Nalguns casos, estes acabaram por vencer, e a ciência serve-se disso para provar a sua «largura de ideias». Os casos em que os inovadores desistiram da sua luta não ficaram para a história

A Bíblia trata do Homem e não do Universo.

Claro que os «religiosos» são piores que os cientistas, há alguma progresso na comparação entre ciência e religião. Mas, para mim, ainda estamos muito longe de algo aceitavel na sociedade de hoje.

Muitos dos actuais cientistas já aprenderam a lidar com a censura do sistema científico. Faz-se assim: constroi-se um artigo a provar que o que o «mainstream» cientifico sustenta está errado e depois tira-se a conclusão oposta às evidências apresentadas. Há artigos verdadeiramente fabulosos, em que as conclusões são uma construcção hilariante, mas como parece de acordo com o mainstream...

Ainda recentemente foi publicado um que pretende provar que qq afirmação de que o nível do mar pode subir mais de 2 m até ao fim do século é contra as leis da físicas - mas, é claro, isto foi posto como uma afirmação de que o nínel do mar iria subir 2 m...

No fundo, os cientistas dissidentes usam os mesmos truques que os dissidentes políticos dos sistemas não democráticos

Justiniano disse...

Peter Pan!
Creio que está a ser irónico!!

perspectiva disse...

O Steven Weinberg rejeita a ideia de um Deus omnisciente, mas não se coibe de discorrer sobre o universo e a vida como se ele proprio fosse omnisciente.

No entanto, as tentativas de retirar Deus do cosmos, falham por completo, em termos que nem um prémio Nobel consegue remediar. Vejamos:

1) o universo e a vida regem-se um conjunto significativo de leis naturais (v.g. conservação da energia, entropia, magnetismo, gravidade) cuja origem é inteiramente consistente com a existência de um Deus legislador. Pode claramente dizer-se que o Universo tem uma estrutura racional, matemática e computacional. Como dizia Einstein, a coisa mais incompreensível acerca do Universo é que ele é compreensível.

2) O Universo manifesta uma surpreendente sintonia para a vida. Também isso é consistente com a existência de Deus. Essa sintonia tem sido reconhecida através das referências ao "princípio antrópico" e às múltiplas "coincidências antrópicas". Essa sintonia pode ver-se em questões tão diversas como: a distância da Terra relativamente ao Sol, a existência da Lua, a gravidade da Terra, a inclinação axial, o período de rotação, o campo magnético, a espessura da crosta, o ratio oxigénio/nitrogénio, os níveis de dióxido de carbono, vapor de água e ozono, etc. Tudo isso corrobora a doutrina da criação.

3) A vida é possível graças à existência de quantidades inabarcáveis de informação armazenada no DNA, por sinal o sistema mais eficiente e miniaturizado de armazenamento de informação que se conhece. As leis naturais não conseguem explicar por si só a origem do DNA e a informação nele contida. Um motor de um carro também funciona de acordo com as leis naturais da física, mas não pode ser explicado sem uma inteligência. Informação e código supõem sempre a existência de inteligência. Nunca ninguém viu informação codificada a surgir por acaso. Também a informação inabarcável contida no DNA corrobora a existência de Deus.

4) A ressurreição de Jesus Cristo também corrobora a existência de Deus. Dela existe mais evidência histórica do que de que a vida surgiu por acaso ou de que todas as espécies descendem de um ancestral comum. A ressurreição de Jesus Cristo foi testemunhada e detalhadamente registada. Diferentemente, a origem acidental da vida, o ancestral comum e a transformação de uma espécie menos complexa noutra mais complexa nunca foi observada por ninguém. Trata-se de pura especulação.

As palavras de Steven Weinberger são a sua própria opinião. Valem o que valem.

Má ideia! disse...

claramente....

ver a religião como zona de desembrulhar as nossas dores, transmutar a culpa, é coisa que até a uma ateia passa pela cabeça. E passa pela de muitos cristãos que privam na minha cidade. Já como organização social, são os próprios cristãos mais palermas que o dizem para limpar a face: "mas isso é a igreja dos homens". Sempre a mesma cantiga, é bom, é paraíso, é mau, são os homens (é pior, são as mulheres que os parem). No fundo, é uma imensa desresponsabilização, própria de quem não leva o primeiro processo a sério e se interessa mais pelo contágio (e não apelo à adesão em consciencia) daqueles que os padres não parem

Má ideia! disse...

acabei de reparar....os padres americanos parem. Não pessoalmente, está claro, e no início (do seculo?) prezavam mais a adesão, mas agora estão mesmo preocupados é com o que hão de saber os pikenos. Juro que as questões de genero são tão profundas nesta gente que estão enterradas no tabú.

João Carlos disse...

Eu, cá, não encontro problema algum em conciliar minha crença religiosa com o necessário ceticismo científico. Aliás, já comentei alhures que as religiões andam a precisar de uma boa dose de ceticismo para se livrarem de "Deuses" medícores e "cosmogonias" risíveis.

O problema não está tanto nas religiões: está mais nos "religiosos" que não se conformam em não ter uma resposta para tudo... E nos "céticos fundamentalistas" que insistem em meter a riso o "sagrado" alheio.

Vanessa disse...

Realmente.
Embora existam nossos heróis, eles não são nada inabaláveis...

Não sei, mas me parece que os religiosos sentem uma necessidade absurda de respostas prontas - de certa forma, nós também precisamos - mesmo que estas venham através de explicações metafísicas/sobrenaturais... E dificilmente haverá uma brecha para uma discussão consensual, até porque não haverá uma explicação racional para uma teoria metafísica, sobrenatural. Esbarra-se aí. E depois vêm os dogmas.

Muitas vezes julgo ser complicado um "homem da ciência" conseguir conciliar a espiritualidade e religião em sua vida. Parece que há um entrave, algo mal resolvido. Na verdade nem sei como isso é possível...Não sei, mas eu não consigo compreender...

joão boaventura disse...

Para contentar a gregos e troianos o cientista católico Lecomte du Nouy dá-nos a única saída:

"A dúvida sobre as coisas que nos importa conhecer é um estado demasiado violento para o espírito humano. A esse estado não resiste ele muito tempo, acabando por decidir-se, queira ou não queira, de um modo ou de outro, dando preferência ao enganar-se contra o não crer em nada". (O futuro do espírito, 3ª ed., Editora Educação Nacional, Porto, s.d.)

De certa forma corresponde ao aforismo de Bento de Jesus Caraça:

"Se não receio o erro, é porque estou sempre a corrigi-lo".

Victor Lia Fook disse...

Wow! Espera ai, "perspectiva"!. Citando:
perspectiva disse...

"... No entanto, as tentativas de retirar Deus do cosmos, falham por completo, em termos que nem um prémio Nobel consegue remediar. Vejamos:

1) o universo e a vida regem-se um conjunto significativo de leis naturais (v.g. conservação da energia, entropia, magnetismo, gravidade) cuja origem é inteiramente consistente com a existência de um Deus legislador. Pode claramente dizer-se que o Universo tem uma estrutura racional, matemática e computacional. Como dizia Einstein, a coisa mais incompreensível acerca do Universo é que ele é compreensível. ..."

Não pode-se dizer claramente que o universo TEM uma estrutura racional, matematica e panpanpan e sim que o nosso MODELO de universo que usamos para estuda-lo (ciencia), este sim, TEM uma estrutura racional, matematica e panpanpan.

Não podemos esquecer que uma coisa é o que o universo É, e outra é o modelo aceito HOJE com o qual o DESCREVEMOS.

Claro, que a nossa descrição é racional e matemática, pois assim é o nosso pensamento. De onde veio a nossa idéia de Deus? Claro, de nosso pensamento, também. Sendo assim nada mais óbvio do que vc achar que a nossa DESCRIÇÃO do universo com suas leis intrisecas casa perfeitamente com a nossa ideia de DEUS regente.

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