sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Clonagem terapêutica mais perto

No próximo número da Nature (já disponível na versão online) poderá ser apreciado o trabalho de um grupo de cientistas do Oregon Health & Science University’s Oregon National Primate Research Center, que contribuiram significativamente para tornar mais próximas terapias para doenças devastadoras hoje em dia incuráveis. Pela primeira vez, foi possível «reprogramar» células adultas de primatas, neste caso células da pele de um macaco rhesus, o Semos, e transformá-las em células estaminais embrionárias, isto é, células que têm capacidade de dar origem a qualquer outra célula.

De uma forma simples, e de acordo com a sua origem, podem dividir-se as células estaminais em dois grandes grupos: células embrionárias e adultas. As células embrionárias podem dar origem a todos os tipos celulares especializados*. As células adultas, como se encontram em tecidos diferenciados, já são especializadas, isto é, podem diferenciar-se apenas dentro da sua linhagem celular. Para além disso, apenas alguns tecidos apresentam células estaminais (adultas) pelo que a sua utilização é muito limitada.

Estas células estaminais embrionárias representam um avanço muito promissor na clonagem terapêutica, tornando mais próximas as curas de, por exemplo, diabetes juvenil, leucemia, esclerose múltipla, doença de Parkinson ou deficiências imunológicas congénitas, já que se se conseguir clonar células humanas de um paciente como foi feito para os rhesus, elimina-se a possibilidade de imuno rejeição.

Em 2004, o sul-coreano Woo Suk Hwang reinvidicou ter clonado células estaminais embrionárias humanas, mas mais tarde descobriu-se que falsificara os resultados. Até à publicação deste trabalho, todos os esforços para o fazer tinham sido infrutíferos, pelo que esta descoberta é, nas palavras de Robert Lanza da Advanced Cell Technology em Los Angeles, California, equivalente a quebrar a barreira da som.

A preparação duma linha de células estaminais embrionárias implica a criação dum zigoto, o seu desenvolvimento até a fase de blastocisto, e a remoção da massa celular interna do blastocisto. No caso da clonagem terapêutica (ou reprodutiva), o zigoto é preparado introduzindo ADN de uma célula diferenciada num óvulo a que foi retirado o material genético. Na ovelha Dolly foi introduzido o ADN retirado de uma célula mamária adulta, já diferenciada, no caso do Semos uma célula da pele.

O sucesso do trabalho da equipa de Shoukhrat Mitalipov na OHSU residiu no método que utilizaram para identificar e extrair os núcleos do óvulos, o software especializado de visualização Oosight Spindle Imaging System. Todas as tentativas anteriores de outros grupos de investigação resultavam em óvulos danificados, que não se dividiam ou desenvolviam, devido à dificuldade de extracção dos núcleos.

Como explicou Mitalipov, «Embora tenham sido necessárias centenas de tentativas para desenvolver estas linhas de células estaminais embrionárias, o trabalho mostra que pode ser feito e levará ao apuramento da técnica que tornará o processo mais eficiente e levará a uma maior taxa de sucesso. Este é o próximo passo para o nosso grupo de investigação enquanto outros cientistas continuarão a investigar a promessa de terapias baseadas em células estaminais».

Podemos apenas desejar que essas promessas se concretizem a breve trecho e que argumentos contra a clonagem, como os referidos pelo Desidério, não vinguem!

*A transcrição é a leitura da informação contida nos genes ou fragmentos de ADN, informação transcrita numa molécula de ARN que é complementar à cadeia da dupla hélice de ADN «lida». É o primeiro de dois passos, transcrição e tradução referidos conjuntamente como expressão génica, necessários à produção de proteínas. A transcrição não se limita à expressão de proteínas já que o ARN tem outras funções para além de servir de ponte entre o ADN e a produção de proteínas.

A ARN polimerase é a principal enzima do complexo enzimático responsável pela transcrição do ADN em ARN. Ao contrário dos procariontes, onde o processo de transcrição é relativamente simples, com apenas um co-factor designado por factor sigma, nos eucariontes existem uma série de co-factores necessários à transcrição, os factores de transcrição ou TFs.

Esta complicada coreografia molecular está directamente relacionada com o grau de complexidade celular encontrado nos organismos multicelulares. Estes organismos apresentam células especializadas, como um neurónio ou uma célula muscular, que necessitam expressar diferentes proteínas, isto é, de activar genes diferentes. Ou seja, a transcrição selectiva das dezenas de milhares de genes presentes numa célula determinam se esta se transformará num neurónio, numa célula muscular, do fígado ou se se mantém estaminal. E determinam se uma dada célula se desenvolve normalmente ou se transforma numa célula cancerígena.

Investigar como são activados os genes é uma questão fundamental em biologia, necessária, por exemplo, à diferenciação optimizada de células estaminais numa futura medicina regenerativa.

36 comentários:

JSA disse...

Creio que o feito foi comparado ao quebrar da barreira do som, não da luz, mas posso estar enganado.

Quanto aos resultados, só posso ficar feliz por este avanço. Claro que já imagino a discussão sobre os perigos da clonagem que vão surgir nesta caixa de comentários da parte de cristãos e não apenas dos evangélicos. Creio que isto vai assustar muitos católicos também. Mas a discussão vai ser interessante.

Palmira F. da Silva disse...

Oops... obrigado JSA, claro que era a barreira do som...

Anónimo disse...

Como no caso do Dr Barnard na Africa do sul a recusa d'um outro gene nâo serà o enicio do que se passou com a Dolly?Dra Palmira vi num posto especializado o que a Senhora Douctora vem de nos explicar d'uma forma verdeidaramente formidavel.Mas tal como os outros animais,nâo estamos errados.PS é simplesmente uma duvida :longe de mim uma qualquér duvida sobre a interesante anàlise

Bruce Lóse disse...

Medicina regenerativa não é o mesmo que um casal estéril obcecado com a desova. Esta abordagem ao tema nada tem a ver com os argumentos do Dério, e para coisas diferentes justiças diferentes.
De qualquer modo também fico para ver a refrega.

(Pal, quando for grande e rico mandarei criar trinta Palmiras que tratarei como princesas. OK?)

Bruce Lóse disse...

Pal,
Fui um pouco lacónico no meu pensamento anterior e clarifico duas coisas:

1 - o casal estéril merece-me todo o respeito; intriga-me apenas o desespero e frustração de pessoas que arrastam anos e anos o nobre desejo da maternidade/paternidade, quando a tecnologia da adopção existe abundantemente.

2 - Trinta Palmiras seriam sempre um ónus incomportável. Reformulo para 10 Palmiras.

Anónimo disse...

Clonagem terapêutica não pode, nem deve ser confundida com "clonagem reprodutiva".

Entre outras doenças actualmente incuráveis, visadas na investigação, cabe dar o devido relevo às doenças auto-imunes/neurodegenerativas .

Anónimo disse...

Vai acontecer o que jà se viu com os antibiòticos.Anos depois é que viram o resultado com os anti corpos naturais no corpo humano

CA disse...

"o casal estéril merece-me todo o respeito; intriga-me apenas o desespero e frustração de pessoas que arrastam anos e anos o nobre desejo da maternidade/paternidade, quando a tecnologia da adopção existe abundantemente"

Bruce

Adoptar e ter um filho biológico são realidades distintas. Têm semelhanças, mas uma não substitui a outra.

A adopção não existe abundantemente: as listas de espera são muito grandes, é normal ter que esperar vários anos.

Por outro lado uma criança disponível para adopção é a maior parte das vezes uma criança com uma história já complicada: não há bébés lindos acabados de nascer disponíveis para adopção.

Finalmente não é a mesma coisa criar uma criança da qual conhecemos a história clínica e de vida dos ascendentes e criar uma criança da qual não sabemos nada dessa história.

Isto não impede que haja casais que optem por adoptar mesmo podendo ter filhos biológicos.

Bruce Lóse disse...

ca:

Quando falo em nobre desejo de maternidade / paternidade não me refiro a adultos que procuram “bebés lindos acabados de nascer”. Sei perfeitamente que o processo de adopção não é fácil nem sereno, os pais adoptivos são muitas vezes sujeitos ao escrutínio e acção humilhante da administração pública.

Da minha actividade como voluntário numa organização que, entre outros serviços, acolhe crianças em risco(1), marcou-me para sempre a primeira e única vez que visitei a creche.

“Vais-me adoptar?”
“Vais-me adoptar a mim?”

É nesta história clínica que tenho tendência a pensar. E se diz que ter um filho e adoptar outro são "realidades distintas", conheço vários pais adoptivos que estão neste momento em condições de ficar ofendidos.

(1) agora à beira da desorçamentação.

CA disse...

"E se diz que ter um filho e adoptar outro são "realidades distintas", conheço vários pais adoptivos que estão neste momento em condições de ficar ofendidos."

O que ofende em geral é que por detrás destas palavras se pretenda dizer que não é possível uma relação tão profunda como na paternidade biológica. Ora não é isso que eu digo.

Mas se se colocar no ponto de partida dos dois processos verá que são bastante diferentes. Com o tempo as diferenças esbatem-se e possivelmente tornam-se pouco importantes.

Anónimo disse...

Digamos que tenho fortes ligações à ciência. Digamos que fui médico e cirurgião de razoável sucesso num dos hospitais universitários mais concietuados do Novo-Mundo. Como se percebe, esse é um percurso que não faz sentido para quem não tenha confiança na ciencia. Digamos que razões de paixão, me levaram a dar o meu modesto contributo durante seis anos a uma ONG do sector da saude que actuava em Africa.
Pela primeira vez na vida, percebi o conteudo das palavras que um dia lera a Humberto Eco quando dissertava a proposito daquilo a que chamava de deslumbramento do mundo ocidental. Acho que só nos entendemos realmente, quando somos confrontados com o outro lado do espectro, onde nem a ciência nem os deuses fazem sentido, e em que, perante as dificuldades mais básicas e elementares, muitas delas induzidas pelas nossas crenças de ocidentais nos nossos deuses, nas nossas ciencias e nas nossas soluções politicas, se percebe a falta de sabedoria que entre nós alastra como um cancro incontornável.
Deixamos há muito de ser uma especie natural. A infinita capacidade de manipular o meio é uma das nossas caracteristicas. Com isso, delapidamos sem remorsos nem escrupulos especies e sistemas de vida. A coisa chegou ao ponto de termos de nos questionar sobre até que ponto não estamos a afectar o que nos suporta a vida. Perante esta visão global, não poderemos deixar de nos interrogar sobre o real sentido do que até aqui tinhamos por valores seguros, e em paricular sobre o que são de facto os avanços da ciência. A informação e o conhecimento, não fazem sentido numa dimensão abstracta da existencia, mas apenas na sua vivencia concreta. Nesta dimensão, seria bom que um dia nos vissemos mais como simples elo de uma imensa cadeia que não começa nem acaba no metro cúbico do nosso imenso ego ! Mas para isso é preciso vida, que é algo que não se encontra necessáriamente nos laboratórios ou no conforto das poltranas por detras do ecrã dos pc's. Quem não sai daí, deslumbra-se e com razões. Quem saio e viu para além do olhar, questiona-se se tanto deslumbramento faz sentido.
Deixaria essa sugestão: há um Mundo que não vem na Nature ! Atrevam-se e conheçam-no. levem alguma humildade na bagagem. Se no regresso nada se modificar na V maneira de olhar para a ciência, é porque não viram nada !

Bruce Lóse disse...

José Arnault:

"Deixaria essa sugestão: há um Mundo que não vem na Nature ! Atrevam-se e conheçam-no." Elejo o pensamento do dia.

CA:

Julgo que estamos a criar um mal entendido desnecessário. Vário estudos científicos apontam para um facto incontestável: a melhor forma de trazer crianças para a família é a queca (faltam-me sinónimos). Esta é também a forma natural de o fazer.

Se a forma natural de o fazer não resulta, então parece-me que iremos sempre incorrer nas alternativas não naturais, as tais que o CA diz serem “realidades distintas”. É dentro das realidades distintas que existem umas mais morais do que outras. Aqui, realmente, entramos nas planuras da opinião. A minha opinião é que é moralmente mais correcto adoptar uma criança.

Grato por esta troca.

CA disse...

Bruce

Uma queca não traz crianças para a família. Uma queca, quando muito, começa um processo que trará crianças para a família. Quando a queca se recusa a começar esse processo há formas assistidas de o começar. Durante algum tempo o processo é diferente mas depois as semelhanças são muitas.

A adopção é um processo diferente mas que converge para estes ao longo do tempo.

Não me parece que nestes assuntos se possa definir o que é ou não natural, mas aguardo uma definição.

Não percebi bem quais eram as suas objecções morais à assistência na procriação.

Bruce Lóse disse...

assistência na procriação = clonagem ?

Se sim, a objecção moral não me parece mais do que a prudência óbvia quanto aos destinos possíveis desta tecnologia.

Se não, não tenho objecção moral.

Anónimo disse...

Premiada descoberta de mecanismo da esclerose múltipla

Público, 15.11.2007, Teresa Firmino

Ao descobrir que o monóxido de carbono pode travar a doença, a equipa de Ângelo Chora abriu caminho ao desenvolvimento de uma nova terapia.

A descoberta de que a esclerose múltipla pode ser tratada com monóxido de carbono foi anunciada na edição de Fevereiro da revista Journal of Clinical Investigation.

Ângelo Chora é o primeiro autor desse artigo, assinado por mais nove cientistas. Ontem, por esse trabalho, o cientista do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, recebeu o Prémio Citomed 2007 para o melhor artigo científico na área da imunologia.

No valor de cinco mil euros, metade para o investigador, metade para o IGC, o prémio é uma iniciativa da Associação Viver a Ciência, da Sociedade Portuguesa de Imunologia e da empresa Citomed.

O imunologista, de 33 anos, vê reconhecido o trabalho de quatro anos, feito para a tese de doutoramento, já entregue na Faculdade de Medicina de Lisboa.

Nessa jornada, a sua equipa, coordenada por Miguel Soares, do IGC, descobriu um mecanismo envolvido na esclerose múltipla.

Em ratinhos, a equipa procurou saber se também nesta doença actuava uma enzima: a heme oxigenase-1, cujo papel anti-inflamatório já é conhecido em doenças como a malária.
Quando não há inflamação, esta enzima não é fabricada, por isso o gene que comanda a sua produção mantém-se silencioso.

Mas, num processo inflamatório, produzem-se substâncias químicas que actuam nas células de modo a "acenderem" o gene.

"Vimos que este gene actua nesta doença, para controlar a inflamação", explica Ângelo Chora. Como? A enzima que manda produzir degrada o heme, um constituinte da hemoglobina que lhe dá a cor vermelha.

Dessa degradação resulta, entre outras substâncias, a produção do gás monóxido de carbono, que por sua vez diminui a inflamação.

"É a primeira vez que se percebe que esta enzima actua na esclerose múltipla, reduzindo a inflamação. Podemos usá-la de maneira terapêutica."

Mais: o processo na origem da doença, a destruição de um revestimento dos neurónios por células imunitárias, é bloqueado.

As experiências em ratinhos mostraram-no: nuns animais "acordou-se" o gene com substâncias químicas, levando-o a produzir a enzima; outros inalaram monóxido de carbono, em doses não letais.

Em ambos os casos, os sinais clínicos foram reduzidos em 70 a 80 por cento.

Que uso dará ao dinheiro? "Vou continuar com a investigação. Em ciência, nunca há um ponto final."

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune - o sistema imunitário ataca o próprio organismo, como se combatesse um vírus. Nesta doença, as células imunitárias atacam o sistema nervoso central (cérebro e espinal medula), destruindo a bainha de mielina, o material que reveste os axónios (braços dos neurónios que levam os impulsos nervosos).

Isto causa inflamação. Tal como um fio eléctrico precisa de estar isolado, também os axónios têm de estar isolados pela mielina, para os impulsos terem uma direccionalidade.

A destruição da mielina origina sintomas como descoordenação motora, espasmos, dormência nos membros ou paralisia. T.F.

Anónimo disse...

José Arnault

Felicito-o pela sua participação neste forum. Faz falta essa vivência da realidade nua e crua para a tomada de consciência do impacto humano neste planeta. Gostei especialmente desta sua frase

"A informação e o conhecimento, não fazem sentido numa dimensão abstracta da existencia, mas apenas na sua vivencia concreta. Nesta dimensão, seria bom que um dia nos vissemos mais como simples elo de uma imensa cadeia que não começa nem acaba no metro cúbico do nosso imenso ego ! "

Concordo em absoluto que muito conhecimento não é sinónimo de muita sabedoria.

Bem haja pelo seu contributo, volte mais vezes com os seus testemunhos, a comunidade ciêntifica precisa sair da sua redoma de vidro da abstracção das ideias e confrontar-se com o mundo real.

CA disse...

"assistência na procriação = clonagem ?"

Não. Referia-me apenas às técnicas em uso actualmente.

Zé Dias da Silva disse...

Embora não venha a propósito deste post, vem a propósito de um outro sobre uma sentença de um Tribunal de Dover. Só agora comento porque só agora acabei de ler a sentença.
Destaco 4 coisas:
I- O tribunal não decreta o carácter religioso da criacionismo/ID; o que decreta é, em nome de uma regra constitucional, que aquilo não pode ser ensinado na escola pública de Dover porque contém o apoio a uma ideia religiosa, o que a referida regra não permite.
II- Para assim decidir entendeu, com as provas produzidas no julgamento e que analisa exaustivamente, que o criacionismo/ID é religiosos e não é ciência: exige uma causa sobrenatural e a ciência estuda causas naturais.
III- Ao contrário do que afirma um comentador anónimo («Acresce que quando os evolucionistas começam a recorrer a juizes e outras autoridades não científicas para defender as suas ideias, isso só revela o empobrecimento argumentativo dos mesmo»), os pais não foram ao tribunal pedir que este defendesse as ideias evolucionistas mas sim que a escola fosse proibida de ensinar ideias religiosas e não científicas. Acresce, agora digo eu, que quem não recorreu a autoridades científicas para se esclarecer sobre o conteúdo de um capítulo específico das matérias de biologia foi a direcção da escola; prefeririu recorrer ao apoio jurídico do Discovery Institute.
IV- É de todo o interesse a leitura das pp. 93-130 da sentença onde se narram todos os acontecimentos que levaram à redacção do disclaimer que deveria ser lido na aulas. Destaco, particularmente, a declarção dos professores de biologia (pp.127-128).
Desculpem a extensão e o atraso deste comentário; é que me pareceu, da leitura dos comentários ao referido post, que a sentença não tinha sido lida.

JSA disse...

«há um Mundo que não vem na Nature ! Atrevam-se e conheçam-no» frase meritória, sem dúvida. Mereceria facilmente ser colocada naqueles livrinhos de citações ou num sticker para a porta do frigorífico.

Lamento mas não me deslumbro com a frase. Talvez esteja a ser injusto, mas cheira-me a mais a Paulo Coelho. Há um mundo para lá da Nature e dos laboratórios? Pois claro que há. E é por esse mundo existir que existe ciência. Tenta-se tratar a malária, a SIDA ou o cancro porque existe esse mundo. Procuram-se materiais baratos e simples para filtrar águas de forma a se ajudarem populações em países pobres. São formas de interagir com o mundo em volta que a ciência não só reconhece como estimula. Aliás, não há só um mundo para lá da Nature, há todo um universo. Só que, como o mundo e o universo não se esgotam na sua presença humana, muitas vezes estas revistas são necessárias para conhecermos e nos deslumbrarmos com este ambiente.

Anónimo disse...

JSA:

Com o devido respeito e as desculpas por me meter de permeio onde não fui convidado, parece-me que não atingiu o contexto em que a frase que comenta foi escrita. Na minha leitura de leigo, ela destina-se apenas a servir de metáfora para nos alertar para as mipoias das nossas boas intenções e bem assim para os muitos autismos dos nossos insasiáveis egos. Por sinal li há pouco tempo as crónicas do H Eco a que julgo se refere o JA. E recomendo !Desculpem-me ser "mauzinho" mas pensar a vida é um pouco mais do que tem sido feito neste blogue pelo ilustre senhor Desidério Murcho.

A. Souza-Clara

Anónimo disse...

Desculpem!
Cheguei há pouco de MARTE onde estive emigrado durante uns anos e estou desactualizado !
Clonagem ?!
Que se passa na Terrinha ?! Crise demográfica ?! Nasce-se pouco, é isso ?! Ou há por aí uma variante da raça ariana que importa preservar ?!
Ahhh...para curar doenças...pois !
Como a fome e a subnutrição ?
Não digam que voltaram ao mito do Santo Graal, ao elixir da eterna juventude e da vida eterna ?!
Pois, é ! Um homem afasta-se uns anos e eis no que dá...

Bruce Lóse disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Ao Alex "Marciano"

Obrigada pelo humor, foi umas boa forma de demonstrar como algumas prioridades andam invertidas.

Anónimo disse...

Galileu.
Nâo serà o syndroma Creutzfeldt-Jacob agente do Kuru? A doênsa da vaca maluca tem ramos que se parécem!No humano ainda nâo sabem os numeros d'anos que pode apareçêr.A gripe galinàcia trans mitio-se ao homem,creio que ainda nâo saimos dos bosques

Anónimo disse...

Sobre el uso potencial de las CÉLULAS MADRES en el Sistema Nervioso (CIREN, Cuba)

Las células progenitoras y células madres derivadas del Sistema Nervioso Central embrionario y adulto comparten 3 características que las han convertido en el foco de atención de la neurobiología actual:

- Alta capacidad migratoria
- Alta afinidad regional por áreas afectadas o lesionadas en el Sistema Nervioso
- Pluripotencialidad

Estos 3 elementos han llevado a los investigadores a afirmar que estas poblaciones celulares serán de gran utilidad en un futuro no lejano en lo que ahora llaman “terapia génica/molecular de frontera” por cuanto podrán ser empleadas como:

Terapia celular de reemplazo directa e indirecta (sustituir o reponer grupos neuronales afectados mediante el trasplante “in situ” –parénquima neuronal- o “ex situ” –colocarles en vasculatura cerebral o dentro del sistema ventricular cerebral.

Como “carrier” o transportador en la terapia génica y molecular.


http://www.ciren.cu:80/novedadesultima28.htm

Anónimo disse...

Study Finds Evidence of Epstein-Barr Virus in Multiple Sclerosis Brain Tissues:

- adds to evidence of link between EBV and MS, but does not prove EBV causes MS.

November 5, 2007


http://www.nationalmssociety.org/site/PageServer?pagename=HOM_RES_research_2007nov5

Anónimo disse...

Peço desculpa pela intervenção mas recebi no meu mail esta mensagem marcada com spam que se abriu espontâneamente e com link para este site - http://aguavera.com/. Correndo o risco de estar a diminuir o nível da discussão pareceu-me de alguma propriedade, sobretudo se atendermos que muita da disfuncionalidade sexual, especificamente, não é de natureza biológica ou celular, mas psicológica. Particularmente interessante é o capítulo

"Psychological Benefits of a Bigger Penis".

Cumprimentos
Pedro Moita
IDAQ

Anónimo disse...

Os animais apresentam qualidades homosexuais tais um grande numero de humanos.Mas segundo pensavam o suicido nâo existe neles o leming durante muitos anos foi indicado como suicidario,o depois d'estudos nada mais éra que um engano devido à construçâo de novas colònias.Depassavam rios e lagos mas quando atravesavam o mar morriam d'esgotamento pensando que nada mais que fosse um rio!!Éssa nada mais é que um rumor lançado pela igreja para fazer crer às populaçôes rurais,que a homoséxualidade,seria um probelema psicologico

Anónimo disse...

Pedo Moita.
Déves ler muitos desenhos animados!Psiquiatras de todos paises com nivel educacional alto,admitiram depois de longos estudos que o tamanho do pénis nada tinha com o coito

Anónimo disse...

Galileu.
É um excelente sitio para quem quér se manter bem imformado.Eu estive dois anos em Africa mais explicitamente nos Camarôes,no qual fui ateinto pela malaria,devo a vida a colégas Canadianos que trabalham,juntos comigo quando me levaram ao Hospital em Douala,o Médico Françês disse que eu estava em estado de coma.Durante dois dias nâo me lembro de nada o Médico aconselhou-me a regresar ao Canada nos mais bréves tempos,porque me encontrava-me no lugar mais terrivel Kumba.Um ano depois do meu regrésso e estando numa fàbrica de motores d'aviâo,tombo sem conheçênsa:o Neuròlogo decelou epilépsia dois milhôes que sâo no Canada com éssa doênça neurològica. Tendo familia nos U.S.A um dos quais tendo a doênça de Parkinson,sabendo que sendo heriditaria permgunto se a posso contratàla a sua resposta que no meu caso que nâo.Aqui levou-me a me imformar-me de todas as doênças cerebrais,gostei da forma como me respondeu,o sitio em questâo tem uma informaçâo util,existe ainda hoje cértas doênças que nâo encontram ,uma medicaçâo defenitiva,mas que descobriram as causas.O caso dos judeus é uma d'élas,a rosacé uma outra,felismente estou num pais onde a rechérge é uma das mais prolificas no mundo,e onde somos tratados como humanos.Obrigado nâo me posso esqueçêr a Senhora Doctoura Palmira pelo seu excelente poste;os seus artigos sempre foram nâo sò inteligiveis como fazem mal à classe episcopal

Anónimo disse...

Claro, o que importa é "fazer mal á classe episcopal"!

Até onde é que vão levar estas atrocidades? Que forma de defender a ciência é esta? Afinal de contas o tempo da barbárie continua apesar de tanto progresso ciêntifico! É lamentavel que o ser humano consiga, simultaneamente, ser tão inteligênte e tão pouco sábio no modo como utiliza a sua inteligência!

paulu disse...

Quem já viu familiares e amigos atingidos pela doença de Parkinson ou pela leucemia terá pouca apetência para esgrimir bizantinices à roda destes avanços científicos.

Eu tenho um outro receio que não se prende tanto com regras divinas defendidas por procuradores autocredenciados: o preço que poderão atingir estas novas terapias.

Quanto ao mais, se boa escrita é a que explica coisas complicadas com simplicidade e clareza, então este artigo está muito bem escrito!

Anónimo disse...

Mais uma optima noticia, se os casais que não conseguem ter filhos querem adoptar ou usar a ciencia para o conseguirem a decisão é deles e mais nada, não há que esgrimir argumentos morais por causa disso, cada um sabe de si.
A ciencia pode ser usada para o mal obviamente como tem sido usada para o bem na sua maior parte das vezes felizmente,a ciencia não é má nem boa, é a sua utilização que conta e não ela em si.
Se fosse pelos senhores priores ainda estavamos na idade média, esse medo da ciencia como bicho papão, e depois são logo invocadas coisas como holocausto, guerra, bomba atómica, mas esquecem-se dos milhões que sobrevivem por causa da ciencia, que a população europeia por exemplo está a envelhecer porque a ciencia o permitiu.
A ciencia invade todos os dominios do quotidiano, quem é incapaz de viver sem ela directamente ou indirectamente? Está desde a comida até aos pcs que usamos para escrever neste blog.
O medo da ciencia deve-se ao desconhecimento das pessoas, as pessoas deviam aprender ciencia, não precisam de ser fisicos mas podem ler obras de referencia e exapandir horizontes, a ciencia não promete não, responde muitas vezes a perguntas com outras perguntas mas dá-nos outra visão do mundo, faz-nos romper as grilhetas que nós próprios nos impomos.
Tudo tende a ser explicado racionalmente com provas e factos, para que andar com coisas do sobrenatural, esses medos que prendem o ser humano, ou eles são explicaveis ou então deve-se repensar a usa existencia.
Para aqueles que são anti ciencia, (mas já estão impregnados dela na sua vida quotidiana), lanço um desafio, passem a viver a sua vida sem ciencia directamente ou indirectamente, alimentação, transportes, internet, tecnologia, medicamentos, imprensa, etc..
Será que conseguem?

Anónimo disse...

Anònimo.
Sony Purdue Governador do estado da Georgia orou deus mais uma gang para que caia chuva.A Georgia conhéce uma das mais longas sécas depois de muitos anos.Caiu ums pingos;Pat Robertson o mais tàrlà de todos os télévangelistas, disse que foi deus que os ouviu.É precisso muito mais que isso para dar um pouco d'àgua ao lago Lanier 15000 mil héctares3000 mm dàgua.Alleluya Brothers and Sisters
Praise the Lawd!!

Anónimo disse...

Algumas atitudes humanas superam toda a arte que alguma vez sejamos capazes de concretizar. A generosidade para com os outros é uma das atitudes que encabeça o léxico dessas acções.

É por isso que sete post é tão bonito!

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

É por isso que este post é tão bonito!

Artur Figueiredo

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