quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Química Forense: o algodão não engana

A transmissão entre nós da série CSI, embora baralhando alguns espectadores que não sabem distinguir o que é real do que é ficção, teve o mérito de despertar o interesse de muitos para a química forense, que não passa de química analítica pura e dura. Omnipresentes em todos os episódios, estão os sprays sortidos que acompanham Gil Grissom e a sua equipa de detectives químicos a todos os locais de crime.

Um dos sprays que resulta muito bem em televisão é a solução de luminol utilizada para detectar vestígios de sangue, mais concretamente vestígios de iões ferro (da hemoglobina) que catalisam a reacção de oxidação de luminol. As próximas séries poderão contar com mais um destes sprays «mágicos» desenvolvido pelo cientista Joseph Almog, que contribuiu inúmeras armas para a luta contra o crime, como sejam o Genipin, o Ferroprint ou o Ferrotrace.

O Genipin é um derivado de um composto extraído do fruto da Gardenia jasminoides, a espécie nativa do sul da China e Japão que homenageia o botânico escocês Alexander Garden (1730-1791) e que Pierre Poivre introduziu na Maurícia, nomeadamente no Jardim Botânico de Pamplemousses. É igualmente um poderoso agente revelador de impressões digitais, que fluorescem brilhantemente no azul, especialmente se iluminadas com luz amarela, e que compete com a famosa exposição a super cola em que o vapor de etil-cianoacrilato libertado polimeriza por acção de lactato de sódio ou alanina, os principais componentes dos resíduos de impressões digitais.

Ferrotrace e Ferroprint, são o nome de outros sprays contendo piridildifenil triazina (PDT), que se pulverizados sobre as mãos de alguém que tenha estado em contacto recente com armas de fogo revela o crime com uma cor violeta.

O novo spray desenvolvido pelo cientista do departamento de Química Forense da Hebrew University em Israel, detecta nitrato de ureia, um explosivo caseiro muito utilizado por terroristas sortidos. Este derivado do cinamaldeído ou aldeído cinâmico - o composto que confere à canela o seu sabor e cheiro característicos - reage com o explosivo tornando possível a detecção de quantidades vestigiais de nitrato de ureia em qualquer superfície.

Na imagem, um algodão embebido na solução de para-dimetilaminocinamaldeído fica vermelho após contacto com o explosivo.

4 comentários:

JSA disse...

Não andam mal ultimamente, mas lembro-me de ver um dos primeiros episódios e não conseguir parar de me rir. Especialmente quando um dos "especialistas" pegava na impressão dum espectrograma, apontava para um pico e dizia concludentemente algo como "Nicotina!!" ou "Benzeno!!" ou coisa do género. Note-se que não era um cromatograma em que precisaria de ter memória inacreditável para conhecer todos os picos, mas que ao menos pode distinguir substâncias. Era mesmo um espectrograma (talvez FTIR, não sei). Felizmente que têm melhorado o lado científico.

Anónimo disse...

Faltou referir o spray de picetoprofeno, que aplicado em qualquer articulação dolorosa pode levar ao alívio sintomático.
Por essa acção terapêutica é susceptível de facilitar a captura de um delinquente em fuga.
Não tem acção (pelo menos, conhecida) em cadáveres, nem em vestígios cadavéricos.
Pedro Jácome - Mirandela

Anónimo disse...

muito bom,mais falta algumas imagens.

Anónimo disse...

o spay w o genipim sao algumas mas e o resto.
tiozinho,mirandela

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