quinta-feira, 12 de julho de 2007
O SEGREDO
Depois dos êxitos comerciais nos Estados Unidos, no Brasil e um pouco por todo o mundo, chegou a Portugal e enche as livrarias o livro "O Segredo" de Rhonda Byrne. É extraordinário como é que num mundo dito racional pode campear essa obra-prima da irracionalidade! A acreditar no livro (e muita, muita gente acredita...) existe uma misteriosa "lei da atracção" que nos faz chegar a tudo o que queremos. Temos é de desejar muito e, se não alcançarmos, é porque não desejámos o suficiente. É como se toda a Terra - mais, o Universo - fosse um catálogo e só bastasse pedir...
Na última revista "The Skeptic" (cujo tema de capa é Richard Dawkins e a religião) há uma recensão crítica do "Segredo" intitulada "O Segredo por detrás do 'Segredo' " e subintitulada "O que é que está a atrair milhões para a 'lei da atracção'?" Ingrid Hansen Smith conclui:
"A lei da atracção não pode admitir dúvida nem cepticismo. Se se começar a duvidar do poder, ou mesmo a albergar pensamentos negativos na mente inconsciente, estaremos decerto no caminho para o fim. A Lei da Atracção exige aceitação acrítica ou crença ilimitada numa doutrina que foi revelada por pretensas autoridades, que deve ser interpretada literal e não metaforicamente e que está no extremo da credibilidade. É apenas mais uma forma de pensamento mágico e, pior, uma outra forma de fundamentalismo."
Eu, que concordo com a crítica, sei qual é o verdadeiro segredo, eu sei o que é atraído. O que é? O dinheiro dos que acreditam, claro.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
46 comentários:
será que poderia deixar o link ou da revista?
obrigado
Pois decerto o seu cepticismo o intimida aceitar humildemente e a "ver" mais além do experiênciavel racionalmente...mas o certo é que a ciência também vive do caminho trilhado pela curiosidade do censo comum. Não são poucas as vezes que pessoas vulgares chegam mais distante no conhecimeno dos segredos da vida entendem os mistérios que nos rodeiam, sem terem tocado sequer num diploma que na nossa sociedade dão mérito, no meu entender, imerecido a muitos "doutores".
Carlos,
Uma das minhas irmãs começou a ler o livro e comentou o que leu com o filho de 11 anos: "Temos de pensar positivo. Se queremos conseguir uma coisa, devemos acreditar que vamos conseguir. O pensamento tem muita força..."
O meu sobrinho respondeu com um sorriso: "Está certo mãe. Vou acreditar que consigo voar e vou conseguir."
A minha irmã deixou de ler o livro.
marco
eu sou capaz de voar.
Rui
De certeza que a sua opinião é muito útil e válida. É pena não ser clara.
Para falar verdade, não entendi qual é a sua posição de todo! Só percebi não sei o quê de doutores e de senso comum.
Eh, eu consigo voar.
Nunca que percebi a dificuldade que a Ciência tem em aceitar o lado irracional que o ser humano tem.
É certo que nunca devemos perder a consciência sobre o que é racional e o que é irracional, e manter o sentido crítico, sob pena de se produzirem aberrações, mais vulgares do que se julga.
Mas, recusar e muitas vezes achincalhar o irracional, parece-me igualmente absurdo.
E quanto a "voar" faço notar que Galieu, com os pés na Terra, "voou" pelos planetas sem foguetão ...
Copos esta noite Clark? E não vistas a fatiota, quero ver se é hoje que levo a Catwoman para a mansão, e sabes que ela não suporta misturas de cores parolas.
Desculpem, estou à procura de dois doentes, não os viram por acaso?
O chefe dos homens das batas brancas! Vamos misturar-nos com a multidão... Então Clark, acreditas em Deus?
Bruce, I am your father.
Noooooooooo......
Clark, I am your father.
Deus, finalmente encontro-te. Podes criar uma pedra tão pesada que não a consigas levantar?
Noooooooooooo!!!!!!!
Chuck Norris! Mataste Deus!
Olha o Rod copião. O Rod é um copião, é um copião, é um copiãooo... É um copião, é um copião, é um copiãooooo (Melodia do refrão da Do You Think I'm Sexy/Taj Mahal)
Jorge!
Caetano!
Que orgia que para aqui vai.
Oh, tenha tento na língua caro Satanás. Como passa, o elegante amigo?
Mal.
Preciso de marcar o meu golo 1000, vamos organizar uma peladinha, Chico?
Cachaça nessa, cara.
Posso jogar?
Clark Kent, não páro de pensar em ti. Porque não respondes às minhas chamadas? Acho que tínhamos qualquer coisa de especial... Um beijo.
Deus é tudo.
Eu sei.
Ali está ele! Peguem nos bidons de gasolina! E nos fósforos! Arder com o tipo!
Skal!!
Viram a minha prima?
Se te apanho, pulha!
Aqui estão vocês! Basta de brincadeira, todos para dentro da carrinha. Com calminha e em fila.
Esse final é tão batido, caro autor desta brincadeira.
Nada se cria nada se perde, tudo se transforma.
Ouve alguém que perdeu cerca de 35 minutos ontem à noite, a fazer novos logins pra escrever NADA nesta caixa de comentários. Concerteza precisa de ler o tal livro. Pode ser que o pensamento positivo o ajude a encontrar amigos e a fazer algo mais útil.
e quantos minutos perdeu o meu amigo a ler esse NADA? provavelmente poderia estar a trabalhar em vez de estar a perder tempo nat net...
eu até gostei da coisa , estava gira e não , não sou o autor (mas tenho pena...)
Parabéns ao reciclador de brincadeiras: o melhor comentário a literatura... de merceeiro?
1º- Não sou seu amigo.
2º- Concerteza perdi menos de 35minutos.
3º- Se acha que ler este blog (comentários incluídos) é perder tempo...
4º- Estar-lhe a responder, é sim perder tempo!
5º- A "coisa" até estava gira, sim. O problema é quando se publicam "coisas giras" no local errado.
6º- Pouco me interessa se é ou não o autor da "coisa".
Sem mais, anónino das 10:19
Viva! Obsceno! Bis! Aplausos e assobios!
Sois vós a roldana do Mundo.
Dúvida:
basta desejar muito e transformo as minhas rivais em sapos ranhosos? bichas cadelas?
Uau!
Em tempos, um indivíduo publicou um anúncio em que dizia:
«Ensina-se método de enriquecer sem trabalhar a quem enviar (...)» - e indicava a quantia necessária para revelar o seu segredo.
Depois, a quem lhe enviava o dinheiro, ele respondia apenas:
«Faça como eu»
Sempre que vejo um anúncio a um qualquer credito bancário fico sempre com essa sensação. A diferença é que o estado não me deixa fazer como eles.
Sendo o post do Carlos sobre pseudociência, aqui deixo esta nota para alguns desenvolvimentos sobre o tema em epígrafe e relacionados (in Science & Education 13, 2004, 179–195):
"Every science teacher, it seems, knows the dangers of pseudoscience: parapsychology, astrology, new age healing, creationism, UFOs and the like. The dangers of pseudoscience – parapsychology, astrology, creationism, etc. – are widely criticized. Lessons in the history of science are often viewed as an educational remedy by conveying the nature of science. But such histories can be flawed. In particular, many stories romanticize scientists, inflate the drama of their discoveries, and oversimplify the process of science. They are, literally and rhetorically, myths. While based on real historical events, they distort the basis of scientific authority and foster unwarranted stereotypes. Such stories are pseudohistory. Like pseudoscience, they promote false ideas about science – in this case, about how science works. Paradoxically, perhaps, the history of pseudosciences may offer an excellent vehicle for remedying such impressions.
Characteristically, textbooks of science contain just a bit of history, either in an introductory chapter or, more often, in scattered references to the great heroes of an earlier age. From such references both students and professionals come to feel like participants in a long-standing historical tradition. Yet the textbook-derived tradition
in which scientists come to sense their participation is one that, in fact, never existed.–Thomas Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions.",
Maria Elvira Callapez
Li uma apresentação deste livro, e desta "filosofia" já há algum tempo. Na altura fiquei, no mínimo, curiosa. Seria esta a receita da felicidade plena, não tendo em conta os conflitos que a felicidade plena traria quando em causa estivesse um mesmo objecto de desejo alvo das energias da atracção para dois lados opostos? Ainda não li, mas vou ler, quando o encontrar numa biblioteca ou estante de alguém. Curiosamente os mentores desta ideia usam a estratégia de banir os que duvidam porque os que acreditam incondicionalmente têm sempre explicação para as falhas, e para os que duvidam, as falhas devem-se a eles próprios e não ao método.
Enviar um comentário