No programa «Original é a Cultura» sobre a dor que gravei ontem na SIC e que passa na noite de hoje pelas 2h da manhã, comentei este famoso poema de W.H. Auden, que é dito no filme «Quatro Casamentos e um Funeral»:
Parem já os relógios, corte-se o telefone,
dê-se um bom osso ao cão para que ele não rosne,
emudeçam pianos, com rufos abafados
transportem o caixão, venham enlutados.
Descrevam aviões em círculos no céu
a garatuja de um lamento: Ele Morreu.
no alvo colo das pombas ponham crepes de viúvas,
polícias-sinaleiros tinjam de preto as luvas.
Era-me Norte e Sul, Leste e Oeste, o emprego
dos dias da semana, Domingo de sossego,
meio-dia, meia-noite, era-me voz, canção;
julguei o amor pra sempre: mas não tinha razão.
Não quero agora estrelas: vão todos lá para
fora;
enevoe-se a lua e vá-se o sol agora;
esvaziem-se os mares e varra-se a floresta.
Nada mais vale a pena agora do que resta.
(tradução de Vasco Graça Moura)
Sem comentários:
Enviar um comentário