Por Cátia Delgado
No Dia Mundial do Professor 2022, que se assinala no dia 5 de outubro, a UNESCO lançou o relatório Transformar a educação a partir de dentro: tendências atuais no estatuto e desenvolvimento dos professores, em parceria com a Teacher Task Force, o qual espelha a preocupação mundial com a falta de professores.
Com o intuito de a mitigar, foram definidas três áreas de ação, a saber:
• “Acelerar os esforços para melhorar o estatuto dos professores e as suas condições de trabalho para tornar a profissão docente mais atraente por via de um diálogo social robusto e da participação dos professores nas decisões educacionais;
• Acelerar o ritmo e melhorar a qualidade do desenvolvimento profissional dos professores através da adoção de políticas nacionais abrangentes para professores e pessoal docente;
• Aumentar o financiamento para professores através de estratégias nacionais integradas de reforma e governança funcional efetiva e estratégias financeiras dedicadas.”
A temática foi noticiada em vários periódicos, nomeadamente aqui, aqui e aqui, com grande destaque para os 69 milhões de professores que, previsivelmente, faltarão até 2030, antecipando-se que a meta definida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com esse horizonte, de uma “educação de qualidade para todos”, falhará.
Numa nota conjunta com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Unicef e a Educação Internacional (EI), subordinada ao tema que marca o dia, “A transformação da educação começa com os professores”, apela-se aos governos que intensifiquem os apoios à educação no sentido de "manter o seu pessoal e atrair novos talentos".
Nas palavras de Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO:
"a falta de formação, condições de trabalho pouco atrativas e financiamento inadequado são fatores que minam a profissão e agravam a crise global de aprendizagem".
Outro fator destacado é a disparidade salarial entre os docentes e outros profissionais com níveis de formação semelhantes, sobretudo nos países mais desenvolvidos, realçando-se três exemplos que se distanciam da regra, pela positiva: “Singapura, com um salário médio igual a 139 % das profissões comparáveis, Espanha (125 %) e Coreia do Sul (124 %)”.
As zonas mais afetadas pela presente crise, onde a falta de professores é mais flagrante, são a África Subsaariana e o Sul da Ásia, com as salas de aula mais sobrelotadas do mundo (cerca de 52 alunos, quando a média mundial é de 26).
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