– sermos recordados por quem amámos:
por um gesto que aconteceu fazermos
ou por uma dádiva que deixámos.
Esse curto suplemento de vida
– porque os que nos lembram também morrem –
é a vida que nos é consentida
é a vida que nos é consentida
e, disto, os mortos já não recorrem.
Não há memória que muito dure,
menos ainda, há eternidade.
Por maior glória que se augure,
desmenti-lo-á a realidade:
porque dizer que nós somos mortais
quer dizer que mais é demais.
Eugénio Lisboa
1 comentário:
Há várias maneiras de perdurar,para além de " A Ode grava anónimo um sorriso".
Memes deixados,conversas,conselhos,actos,filhos se os houver seguem seus caminhos,já sem autor,diluídos,refeitos.Mas actuantes.
Assim seja.
jose
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