sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O mar beijava-te o ouro dos pés

O mar beijava-te o ouro dos pés

E a serra formosa e em verdor, punha,

Estupefacta, as vistas de viés

No estreme e estendido alvor da espuma.

 

A onda, ao morrer, para ti se alongou,

E a alta serra em ti quis desassomar.

No chão-ardor teu olhar trespassou

O azul cerúleo de mim e do mar.

 

Olhámo-nos, ficou tudo mais só.

Ficou tudo imóvel e siderado.

Da venusta Afrodite tive dó:

 

O olhar castanho e o lúbrico flanco.

O seio em acúleo, o corpo anafado

E o que, com escrúpulo, excluo do canto.


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