Olhando para ele e para o texto, não fica a sensação de "dejá vu" permanente?
Mas que raio mudou desde 1976?
Que andamos nós a fazer como país e projecto colectivo?
Não são os mesmos problemas?
Os mesmos abusos e vícios?
A mesma incerteza?
A mesma falta de confiança?
Vão visitar a exposição sobre a 1ª República na Cordoaria Nacional.
Link: http://www.centenariorepublica.pt/conteudo/exposicaovivaarepublicainaugurada
O que lá se pode ver, em recortes de jornais e panfletos, é um pouco a mesma coisa. Dívida, deficit, responsabilidade, ética, falta de confiança, ...
O que é que mudou?
A falta de memória histórica faz com que se repitam os mesmos erros.
E isso é uma forma de MORTE LENTA.
:-(
17 comentários:
Umberto Eco, a propósito do seu livro "Baudolino", esclareceu numa entrevista que:
"Cada época tem sempre um olhar diferente em relação ao passado. Por isso é que as raízes da moderna Europa estão na Idade Média. Poderemos considerar o reino de Carlos Magno como uma forma embrionária da União Europeia. De um universo de várias línguas, nasceu a ideia de uma universalidade europeia, e a única diferença está no facto de, antigamente, a língua universal ser o latim e hoje, o inglês. Acho que os meus leitores vão descobrir mais paralelismos históricos entre o presente e o passado que eu próprio."
Isto para dizer, de uma forma sincrética, ou demasiado simplista, que nada do que se passa hoje, não é nada do que já não se tenha passado na Idade Média.
Portanto, tudo o que se passa hoje, com mais fundadas razões, já se passou na 1.ª República, razão pela qual Vasco Pulido Valente perguntava, entre céptico a admirado:
“Em 2010, a questão é esta: como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam “carbonários” vigilantes de vário género e pêlo e a “formiga branca” do jacobinismo?
Como é possível pedir a uma cultura política assente nos “direitos do homem e do cidadão” que preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos uma vasta e indeterminada multidão de “suspeitos” (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)?
Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do “outro” mostrar agora o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação do catolicismo?
E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o 5 de Outubro trouxe a Portugal?"
(fim da citação)
Como refere VPV no último parágrafo sobre a "grosseira cópia do pior radicalismo francês" pela 1.ª República, assim terá sido a República vigente.
Parafraseando Camus, a propósito da desmesurada festança do Centenário da República, acabamos por sermos tremendos porque embora não gostemos desta República, continuamos a falar dela.
E para se ver como nada muda no comportamento social convido a um passeio de carro eléctrico ao longo da Market Street, antes do fogo de 1905, na cidade de S. Francisco, num retorno ao passado que é um presente perpétuo, e onde o andar devagar dá tempo a tudo, inclusive evitar acidentes viários, e subir para eléctricos em andamento, sem paragens.
O tempo não pára, nós é que paramos no tempo, porque vivemos em permanente penitência e constrangidos pelo poder legitimado mas ilícito.
Por que retirou o símbolo do partido? Assim truncou o cartaz sem que se entreveja um motivo razoável.
Sugiro a leitura do Manifesto dos Economistas Aterrorizados em
http://arrastao.org/sem-categoria/manifesto-dos-economistas-aterrorizados/
HR
Caro Norberto Pires
A similitude ou semelhanças entre a primeira República e a actual resulta da observação de Jean Baudrillard quando opina que "quand on parle tant du pouvoir, c'est qu'il n'est plus nulle part", porque ao aparecer demasiada e ostensivamente a distância que o separa do povo alarga-se desmesuradamente, diminuindo e desvalorizando a democracia que, supõe-se, será o encontro ou a proximidade entre poder e povo.
Daqui resulta, como explica F.Volpi, vivermos entre a epistemofilia e a tecnofilia, fazendo com que a capacidade de síntese, quer do povo quer do poder, se perca. A distância que os separa provoca a ausência de entendimento, e provoca as questões que permanentemente são suscitadas:
"Os mesmos abusos e vícios?
A mesma incerteza?
A mesma falta de confiança?"
E assim se vai criando a estabilidade da crítica permanente, do desassossego permanente, da desconfiança permanente, da dívida permanente.
A permanente informação de boas intenções irreais que o poder nos fornece, acaba por não ter sentido, e perder toda a eficácia pretendida.
O poder ainda não sabe controlar-se, mas exige isso do povo, como forma de se redimir dos pecados de que vive e se alimenta.
No comentário de 8 de Outubro de 2010 23:32, o vídeo de S. Francisco é de 1905.
A referência indicada pretendia reportar-se ao terramoto de S. Francisco em 1906, bem como do consequente incêndio.
As minhas desculpas pelo lapso.
O problema em Portugal é vitalício ou doentio.
Por exemplo, no jornal A Capital, n.º 9, de 09.07.1910, há esta comparação que se assemelha com o que agora se passa com as Novas Oportunidades, neste artigo, de título esclarecedor:
O Ensino Comercial
Lá fora forma homens úteis
Em Portugal faz sábios... inúteis
Vivemos num mundo limitado compulsivamente como se o minúsculo tamanho do país constituísse um modelo de pequenez a observar e manter, para justificar a dimensão mental, da qual não nos queremos libertar.
Não me parece haver motivo razoável para truncar o cartaz: juntando o desenho do CID à prosa, é fácil encontrar o símbolo do PPD. Norberto Pires agiu de boa fé: mas em política nada é inócuo. Reposta a matriz ideológica do cartaz, direi: NÃO, as coisas "parecem as mesmas" mas NÃO SÃO AS MESMAS.
Tem razão NP no que diz sobre a falta de memória histórica: mas os erros actuais e suas possíveis sequelas remetem para outro tipo de memória, de mais vasta extensão temporal: o actual Director-Geral do FMI já lembrou que situações deste tipo (a de Portugal e a do mundo agora "globalizado") "têm levado por vezes a guerras".
Pois têm. E grandes convulsões sociais. E revoluções. E paixões populares por Hitleres ou coisas ainda menores, mas não menos perigosas.
Não entendo onde J. Boaventura quer chegar, neste curto debate.
A "forma sincrética" evocada terá pouco a ver com as afirmações de Eco - ainda menos se recordarmos o conteúdo desse monumento ao Humor, erudito (e culto...), que é "Baodolino".
O pior é quando JB, amante de citações, recorre ao "software" VPV-Cronicle, que (convicção íntima minha) há muito substituiu o VPV, incapacitado pela amofinação de ter nascido AQUI (ó duros Deuses e impiedosas Parcas!), onde, segundo o software, só há 3 ou 4 pessoas inteligentes (VPV+2 ou 3 amigos, em inglês) e não num país "a sério" (e em inglês).
Correndo o risco de chocalhar muitíssima gente, confesso que elucubrações e prosa do VPV-C não me interessam rigorosamente nada. Mas, lendo a citação, sugiro que, com tal lógica, se proíba a França de comemorar o 14 de Julho (coisórrorosa! inda por cima Dia Nacional! Brrr...)
Enfim, sendo a "desconfiança" e a "dívida" da responsabilidade do esgotado sistema a que chamam "economia de mercado" e seus mais lídimos e corruptos intérpretes, é óptimo que se vá criando (segundo JB) a "crítica permanente" e o "desassossego permanente", sobretudo para os que NÃO "vivemos em permanente penitência" (JB assume o plural, será mais um dos videntes que por aí abundam e falam por todos... sem mandato) por qualquer coisa cujo sentido deve ser tão profundo que não consigo mergulhar até ele.
Paulo Rato
Vivam,
Tem razão o Paulo Rato quando diz que o cartaz é do PPD. Sim, era um dos cartazes de campanha do PPD em 1976 (por sinal todos muito bons, com desenhos de CID). Removi o símbolo do partido e uma frase que estava a meio do cartaz porque identificava o partido. E isso, penso, alterava a mensagem que queria passar com este post. Na verdade, penso que aqui o símbolo e o partido é indiferente. A questão é a de andarmos sempre à volta das mesmas coisas, por falta de memória histórica. Mas também por incapacidade de lidar com esses problemas. E isso, sem dúvida, é um enorme perigo que conduz a regimes totalitários e a conflitos violentos.
norberto
Caro Paulo Rato
Respeito as suas observações, e os seus gostos.
Relativamente às citações que citei, constituem convite para que outros, se interessados, possam recorrer aos autores, além de servirem como ponto de apoio às minhas opiniões, logicamente submetidas à crítica que não rejeito porque a elas me exponho, na convicção de que não sou proprietário da verdade.
Sobre o "vivermos [ou viver-se] em permanente penitência", foi-me sugerido pela leitura de Pascal Bruckner. com a referência "La tyranie de la pénitence - Essai sur le masochisme occidental" (Grasset, Paris, 2006), na suposição de que seríamos parte desse masoquismo.
Quando Eco diz que "raízes da moderna Europa estão na Idade Média", considero que há uma fusão da moderna Europa com a Idade Média, um sincretismo, ou dois retratos num só, ou como ele refere, noutro contexto, mais precisamente nas Travels in Hyperreality, haver “nove pontos em que a contemporaneidade julga rever-se na Idade Média”.
De qualquer forma é sempre agradável trocar ideias e opiniões, quanto mais não seja, para não morrermos pela monotonia de pensarmos todos da mesma maneira.
Cordialmente
Ao Norberto Pires:
O Norberto continua a pensar que a identificação ideológica de quem diz (ou desenha) o quê é indiferente. E eu continuo a pensar que não: e que o facto de, sem conhecer o cartaz (garanto), lhe ter identificado facilmente a origem é uma boa prova do que digo.
Também me sarrazina o juízo a insistência em que são os portugueses que isto e aquilo...
Enquanto não forem curadas algumas das chagas mais dolorosas que afligem a humanidade, pelo menos desde que se organizou em comunidades estruturadas, todo o orbe continuará preso no mesmo labirinto, eternamente às voltas... E as questões são: fome, pobreza, ignorância, desigualdade, injustiça. E têm causas: estupidez (a mãe e o pai de todas as outras), ganância, indiferença pela sorte dos outros, são algumas delas, arrastando a construção de armas, materiais e teóricas (o "apartheid" foi devidamente teorizado, até com recurso à Bíblia...), que favoreçam os que querem apenas dinheiro e poder (que nem sempre coincidem, nem sempre se entendem, por vezes há mútuas surpresas - em tudo os matizes abundam).
A incapacidade de que fala NP é geral, não é "portuguesa".
A tal de CRISE (que é do sistema económico-político) é "mesmo" GERAL, incluindo, a médio prazo, os "emergentes" Brasil, China, Índia e Rússia, que "investem" sem cuidar das "rectaguardas". E crise será, enquanto cada Estado ou centro de poder (UE, G20, FMI, Organização Mundial do Comércio, Clube de Bilderberg, etcs.) não enveredar pela resolução séria dos tais problemas, pela única razão que os pode levar a isso: os próprios indivíduos que integram estas instâncias perceberem, finalmente, que nada lhes garante não virem a ser também vítimas do descalabro que tão alegre e inconscientemente prepararam e insistem em manter intocável.
Paulo Rato
Ao João Boaventura, devolvendo respeito e gostos, mas sem mesuras:
Sou pouco de citações, mas não as rejeito. E confesso que prefiro a literatura (que muito me tem ensinado sobre gente, países, ideologias, filosofias) ao ensaio, pelo que ando assaz desviado de reflexões citáveis da área das ciências humanas.
Só que julgo que as citações devem ter um propósito. Que não encontro (deficiência minha, quiçá uma lamentável ausência de masoquismo) em nenhuma das que faz.
Quanto ao Umberto Eco, uma pequena nota: as raízes existem para sustentar qualquer coisa, não são a coisa em si. Ah! e uma sugestão: se ainda não teve oportunidade, leia o "Baudolino" - é diversão garantida.
Quanto ao Baudrillard, de que ainda lembro mais que uns ecos: ou já não sei francês ou o "plus nulle part" é fatal para as considerações de JB que se seguem. Talvez a "contextualização", que não está lá, me possa contrariar?...
Do que conheço de Franco Volpi, não me parece que explique o que JB afirma: mas, se me disser onde é que Volpi fala da perda da capacidade de síntese do povo e do poder, resultante da tal vivência (pensava eu que tinha lido algo assim, mas do domínio da Filosofia...), pode ser que deixe de me rir, ao imaginar a perda de algo que não se tem.
Já no que se refere à inspiração Bruckneriana, a "penitência por viver constrangido pelo poder legitimado mas ilícito" não me cai bem na tripa: preciso de mais condimento para degustar os, decerto refinadíssimos, sabores da coisa assim expe(dita)mente despachada, com paragens (cardíacas?) no tempo, que lá segue sem os passageiros que se vão apeando, lá isso é verdade, "hélas"...
Mais Eco. Segui a hiperligação até à comunicação de Maria Adelaide Miranda (que me pareceu bem interessante e já arquivei para posterior leitura; obrigado pela indicação), cuja referência a Eco prossegue com: "Mas interroga-se sobre que Idade Média, já que há numerosas formas de a abordar".
Eco é um dos meus "autores de cabeceira" - neste caso com ensaios, crónicas, tudo - mas não tenho nenhuma das colectâneas (Il costume di casa, 1973, Dalla periferia dell'impero, 1977, Sette anni di desiderio, 1983) de que "Travels in Hyperreality" faz uma selecção.
Sublinho o "julga" da primeira frase e a incerteza exposta na frase seguinte do excerto usado por MAM. E recordo o conhecido interesse deste escritor-professor-erudito-irreverente-gozão pelo eneagrama... e mais uma quantidade de coisas esotéricas ou só esquisitas com que sempre se divertiu, com a cumplicidade de colegas universitários e outros intelectuais amigos. Sem conhecer o texto original, não posso pronunciar-me com pertinência, mas algo me diz que essa frase e o texto que a contém trazem água no bico...
Paulo Rato
:-)
Não disse que a identificação ideológica era indiferente. O que disse foi que este era um cartaz de uma campanha eleitoral e que removia a simbolo do partido porque era indiferente de que partido se tratava. O que interessa é ler o texto e perceber que falam dos mesmos assuntos que falamos hoje.
Assim como os panfletos da 1ª república também o faziam.
A crise não é Portuguesa, claro que não. Mas se por um lado não me alegra isso de ser um problema que afecta outros, por outro tenho de reconhecer que no mesmo cenário o desempenho de Portugal é muito inferior aos seus parceiros europeus. E esse é que é o problema. A crise é geral, mas o nosso desempenho é muito inferiro ao dos outros, ou seja, estamos comparativamente pior: menos competitivos e mais pobres.
Caro Paulo Rato
Agradeço o conselho para me divertir com Baudolino mas perde por tardio, considerando que Eco está bastante representado nas minhas estantes e na minha mente.
O meu preferido é "Sémiotique et Philosophie du langage".
Cordialmente
Caro João Boaventura,
Falei do "Baudolino" porque o considero o livro mais divertido de Eco, sem nunca deixar de ser grande literatura e a demonstração de uma erudição fenomenal.
Jamais esquecerei como Eco, n'O Nome da Rosa, consegue atirar-nos para o segundo quartel do Século XIV, pondo, p.e., o jovem Adso a reflectir sobre os baixos-relevos de um altar da abadia, realizados cerca de um século atrás, com a distanciação de um outro saber: rigorosamente o daquele momento histórico.
Em Baudolino, um ilustre intelectual bizantino (que de facto existiu) aceita com crédula admiração tudo o que Baudolino lhe conta, "confirmando" a Terra e o Céu como a época "supunha" e a existência de todas as criaturas monstruosas que alguém já se lembrara de dizer ter visto, cada espécie seguindo uma das múltiplas doutrinas em que o cristianismo se dividira no 1.º milénio. O "grupo" que busca o Graal inclui personagens cujos nomes são os dos verdadeiros "inventores" do mito. E, só cabeças de João Baptista, levava uma meia dúzia: as relíquias vendiam-se muito bem...
O trabalho de reconstrução de uma linguagem popular da época, com aparente despreocupação "literária" (embora Baudolino tenha andado "pela"Universidade de Paris), tudo me maravilha no livro. E isto não é estar a acenar-lhe com um tema que deduzo ser-lhe caro.
Este arrazoado deve-se a temer que possa ter pensado que havia alguma ironia na minha sugestão, como haverá noutras partes do que escrevi. Não há.
Claro que sou muito parcial na defesa do "Baudolino". Daí o recomendá-lo com tanto empenho, embora saiba que nenhum leitor repete a leitura de outro.
Li-o em italiano e o João parece-me mais virado para o inglês. Mas, se é da área da linguística, até é possível que saiba italiano. Não sei quem fez a tradução portuguesa, mas não recordo críticas desfavoráveis. Muito menos sei da tradução inglesa.
Bem, com isto tudo, não o quero "obrigar" a ler o "Baudolino", embora pareça. Mas, se algum dia se encontrar com ele... eu diria que é a obra de Eco que faz mesmo falta na sua Biblioteca: naquele espacinho, está a ver?
Cordialmente,
Paulo Rato
Caro Paulo Rato
Dado o seu apreço meritório e louvável por Umberto Eco ofereço-lhe o prazer de ler um dos seus escritos, com o título O Fascismo Actual, cuja fonte se indica no link.
E já agora, a entrevista traduzida que deu ao "Der Spiegel", onde aborda o seu impagável e inesquecível, Baudolino que, penso já estará na 9.ª ou 10.ª edição.
A juntar ao referencial U.E., e porque estamos em maré futebolística, espero que aprecie o Umberto Eco, deconstructor of football.
Li, em tempos, um artigo do Eco sobre o célebre desastre do Estádio de Heysel, na Bélgica, em 1985, em que toda a ocorrência parecia um cenário previamente montado e preparado para ser totalmente filmado, visionado e transmitido para todo o mundo. Melhor era impossível. Como sabe, com aquele ar brincalhão e jocoso, como se a intocável tragédia fizesse parte da vida. Para quê aumentar a sua dimensão se ela é parte da vida ?
Cordialmente
Caro João Boaventura,
Obrigado pelas suas sugestões (e "links"). Do curto texto do F.T. passei, pela ligação que está logo no início, para o relato do almoço de Jan Dalley com Eco, um excelente texto.
"O Fascismo Eterno" é que já tinha lido, porque tenho os "Cinque scritti morali". E felizmente, pois a tradução não me parece famosa (a do poema é mesmo mazinha). Ou então sou eu que ando a embirrar com as actuais traduções brasileiras. As duas normas linguísticas afastam-se cada vez mais, pode ser isso que me perturba a leitura...
Também a transcrição do poema (caso lhe interesse, porque eu sei que sou um bocado picuinhas...) tem dois erros: o poema é todo em estrofes de quatro versos - as duas primeiras aparecem juntas, erradamente; um dos versos (mas nota-se facilmente e a tradução literal até recupera o sentido correcto) está transcrito como "La nostra carne non à più d'uomini" (nem sequer faria sentido em italiano, creio), em vez de "...non è più d'uomini".
Cunprimentos
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