segunda-feira, 25 de outubro de 2010

How low can you go?

Já disse várias vezes que isto de viver sem objectivos e metas a atingir, sem ter uma estratégia de médio e longo prazo, só podia dar no que está à vista.

Esta entrevista ao Público de Stéphane Garelli, professor da famosa escola de negócios Suíça IMD, deve ser lida com atenção.
"Quando Portugal se juntou à União Europeia, a estratégia foi "somos o país mais low cost da Europa, nenhuma empresa fabricará mais barato do que em Portugal" e as empresas vieram. Mas depois apareceram a República Checa e a Hungria e a Polónia. Este foi provavelmente o maior erro: não ter usado aquela pequena janela de oportunidade para fazer qualquer outra coisa do que ter apenas a ambição de ser low cost. É importante ter uma estratégia. Têm de saber para onde vão e definir algo em que possam ser bons, que tenha a ver convosco, com aquilo em que vocês são bons."
"Não tem receio que Portugal entre em default?
Não. O pior que poderá acontecer é um reescalonamento da dívida, mas não penso que possa haver incumprimento. Porque se houver default, o risco para toda a Zona Euro será enorme. E mesmo quando se diz que a Alemanha está a fazer imposições é preciso ter em conta que a Alemanha vive das exportações e para as ter precisa de clientes, que também estão em Portugal.

O aumento de impostos era inevitável? Havia alguma outra coisa que o Governo pudesse ter feito?
No meu país fizemos uma coisa que pode dar uma ou duas ideias. Há alguns anos criámos uma lei que definia que nenhum gasto deve ser aprovado sem que ao mesmo tempo seja votada a criação de receitas. Não se pode ir ao Parlamento dizer que vamos gastar x ou y sem ao mesmo tempo definir como vamos levantar o dinheiro. Este foi provavelmente uma boa ferramenta para obrigar o Governo a ser cauteloso e é uma coisa que talvez se pudesse tentar em Portugal."

6 comentários:

José Meireles Graça disse...

"Não se pode ir ao Parlamento dizer que vamos gastar x ou y sem que ao mesmo tempo definir como vamos levantar o dinheiro."
Credo!, salazarismo?

Anónimo disse...

Andamos sempre a choramingar, que somos os coitadinhos! Aqui no estrangeiro(França) os Portugueses desenrascam-se e triunfam, abrem negócios e empresas, fazem cá a vida.
Os estudantes que aqui chegam ficam admirados, acreditem que o nosso ensino não é assim tão mau, mesmo os franceses dão matérias na universidade que nós já falamos no liceu, aprender a fazer power points por exemplo.

A questão é a seguinte: no estrangeiro somos bons, mas porque não em Portugal? talvez já fosse tempo de começar a questionar quem são realmente as forças de bloqueio do desenvolvimento nacional, começar a olhar para os políticos e para quem detêm cargos de decisão e perceber se não haverá também por ai culpas a partilhar!

Quanto à entrada na união europeia, ela serviu para enriquecer ainda mais os ditos socialistas(que de socialista nada têm), como o amigo M.S. esse pseudo estadista, destruir a produção nacional e dar subsídios a quem não queria trabalhar!
O resultado está à vista, desbaratou-se os fundos, não se apostou na produtividade e estamos cada vez pior!
O outro do "Brasil" está a começar a rarear, é tempo de arregaçar as mangas e trabalhar, há muito mato por desbravar!

joão boaventura disse...

Antigamente na pedagogia ensinava-se aos futuros professores que para o efeito era necessário, entes de mais, saber quem era o João, porque para ensinar o João há que conhecer o João, ciente do que, se aplicava então o sistema adequado.

O pior é que havia o Jorge, o André, o Leopoldo, o Luís,... uns trinta a quarenta, e logo aí fracassava o sistema. Impossível conhecer todos, um a um.

É o que acontece com os portugueses. Em Portugal há 100.500.000 habitantes. Como não é possível conhecer, um a um dos portugueses, temos que alcançar por estimativa e intuição, o que são os portugueses, o que não parece possível. Oliveira Martins considerou que tínhamos sangue celta, por isso éramos celtiberos, o que pouco nos elucidou. Depois, nas duas primeiras Repúblicas a raça portuguesa foi muito falada, não pelo que fazíamos, mas como forma de afirmar o nosso etnicismo eugénico que então andava na moda, e também com base nas façanhas dos nossos antepassados.

Como se sabe, tudo conhecimento inútil para aceitar o repto do sr. Stéphane Garelli quando expõe metaforicamente que os portugueses “têm de saber para onde vão e definir algo em que possam ser bons, que tenha a ver convosco, com aquilo em que vocês são bons.”

Por ora sabemos que vamos criando dívidas insuportáveis, e caminhamos para um buraco negro, e quanto ao em que somos bons, volta-se a dizer, é criar dívidas sobre dívidas, e aumentar o buraco negro, além dos impostos com que vamos arcar pelos erros colossais da economia nacional.

E nisto é que somos bons, pelo que o sr. Stéphane Garelli, deveria talvez ter perguntado por aquilo em que somos maus. E aí eu responderia que somos maus na ensino, na justiça, na educação, na economia.

Sr. Stéphane Garelli repare que Deus nos plantou à beira-mar, precisamente para, em vez de entrar no grande buraco, entrarmos pelo mar adentro. Note bem que até o nosso Presidente da República já de há tempos para cá nos vem dizendo que o nosso futuro é no mar. Não temos outro remédio, mas parece que é a nossa salvação. Quem diria...

Anónimo disse...

Em breve iremos ao Parlamento fazê-lo, mas não ao nacional. A Comissão tratará disoo...

Cláudia da Silva Tomazi disse...

This is my(we) way:

a) the past, the best

b) present the future


Good. Great by better!

Cláudia da Silva Tomazi disse...

A melhor lembrança ao querido professor João Boaventura.

Gratidão!

A graça.

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